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A MISSÃO FRANCESA

A USP (Universidade de São Paulo) contou com a colaboração de professores franceses, especialmente no seu início, através da "missão francesa" que ajudou a estruturar a universidade. Nomes como Fernand Braudel, Claude Lévi-Strauss, Roger Bastide, Pierre Monbeig e Jean Gagé marcaram a história da instituição. Além da "missão", a USP também tem um programa de "Cátedras Francesas" para promover colaborações com docentes franceses, de acordo com o AUCANI - USP.
A missão francesa foi fundamental para a criação da USP, auxiliando na estruturação da universidade e na formação de seus primeiros professores e pesquisadores.
Entre os franceses que integraram a missão, destacam-se:
Fernand Braudel: Historiador, professor de História e Geografia na FFLCH.
Claude Lévi-Strauss: Antropólogo, professor de Sociologia na FFLCH.
Roger Bastide: Sociólogo, professor de Sociologia e Antropologia na FFLCH.
Pierre Monbeig: Geógrafo, professor de Geografia na FFLCH.
Jean Gagé: Professor de Literatura Francesa.
Émile Coornaert: Professor de História.
Fernand Braudel: Historiador, professor de História e Geografia na FFLCH.
Claude Lévi-Strauss: Antropólogo, professor de Sociologia na FFLCH.
Roger Bastide: Sociólogo, professor de Sociologia e Antropologia na FFLCH.
Pierre Monbeig: Geógrafo, professor de Geografia na FFLCH.
Jean Gagé: Professor de Literatura Francesa.
Émile Coornaert: Professor de História.
Além dos nomes da missão francesa, a USP também contou com a colaboração de outros professores franceses ao longo de sua história, como Gilles-Gaston Granger, Claude Lefort e Gérard Lebrun. Atualmente, há também docentes franceses que atuam na USP em diversas áreas do conhecimento, como Alain Marcel Mouzat, que é professor de Língua Francesa e Tradução.
SÃO PAULO POR CLAUDE LEVI-STRAUSS
As fotografias de cenas urbanas de São Paulo feitas pelo etnólogo e antropólogo francês Claude Lévi-Strauss, na época professor de sociologia da recém-criada Universidade de São Paulo (USP), foram adquiridas diretamente do autor pelo Instituto Moreira Salles, que as reincorporou ao patrimônio iconográfico da cidade. Trata-se de um lote de 44 negativos originais, produzidos entre 1935 e 1937, que registram uma fase de transição da cidade, na qual ainda era possível ver animais em meio a automóveis e bondes, mas também novos edifícios, como o Martinelli, sendo construídos em meio a roupas penduradas nos varais. “Uma cidade é como um texto que, para se compreender, é preciso saber ler e analisar”, escreveu. As fotos foram publicadas apenas 60 anos mais tarde, no livro Saudades de São Paulo, da Companhia das Letras.
Claue lev straus sp
O IMPACTO INDUSTRIAL PAULISTA E A FIESP
Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) MHMAIC é entidade politica da indústria paulista entre seus pares na indústria brasileira. A FIESP é filiada à Confederação Nacional da Indústria (CNI). A entidade reúne 52 unidades representativas no estado de São Paulo, que representam 133 sindicatos patronais e 130 mil indústrias
A federação localiza-se na cidade de São Paulo. O edifício das entidades da indústria paulista hospeda o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP), o Serviço Social da Indústria de São Paulo (SESI-SP), o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de São Paulo (SENAI-SP), o Instituto Roberto Simonsen (IRS) e a sede de alguns sindicatos filiados.
Paulo Skaf foi eleito presidente da FIESP, em 2004. Ele foi reeleito presidente da federação em 2007 e reeleito novamente em 2011 e 2017, ficando no cargo até 31 de Dezembro de 2021. Em junho de 2014, o empresário Benjamin Steinbruch, diretor-presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e do Grupo Vicunha, assumiu a presidência da FIESP em substituição a Skaf, que foi candidato ao governo do Estado de São Paulo.
Em Julho de 2021, o empresário Josué Gomes da Silva foi eleito presidente do CIESP e Rafael Cervone Netto 1º vice-presidente, junto com a nova diretoria para o quadriênio 2022-2025. Gomes sofreu um processo de impeachment e foi removido do cargo em janeiro de 2023.
História. Durante a Revolução de 1924 comandada pelo general Isidoro Dias Lopes, o presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), José Carlos de Macedo Soares permaneceu na cidade de São Paulo, que estava sendo bombardeada para proteger os bairros operários, as fábricas e os estabelecimentos comerciais. Com a derrota da resistência, Macedo Soares foi acusado de ter cooperado com a revolução e foi mandado para o exílio. A ACSP ficou enfraquecida sem o seu presidente.
Em 1928, um grupo de empresários da Associação Comercial de São Paulo, liderados por Jorge Street, Francisco Matarazzo e Roberto Simonsen fundaram o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo CIESP, uma associação privada que apoia e representa os interesses das Indústrias. Em 1931, Matarazzo, Simonsen, Street e um grupo de empresários fundaram a FIESP para pleitear pela competitividade das indústrias no Brasil, reivindicar para diminuir os custos de produção e conter a desindustrialização. Durante o governo Vargas, o CIESP e a FIESP permaneceram separados. Após a Segunda Guerra Mundial, as entidades voltaram a atuar juntas.
Após o Golpe Militar de 1964 a Federação foi desmobilizada, perdeu seu presidente Rafael Noschese (em 1966), desmontou seu departamento econômico e ficou incapaz de produzir documentos sobre a economia brasileira por oito anos.
Em 18 de agosto de 1997 foi agraciado como membro-honorário da Ordem Civil do Mérito Agrícola, Industrial e Comercial Classe Industrial de Portugal. Em 2002, a foi concedida a insígnia da Ordem do Mérito Militar pelo presidente Fernando Henrique Cardoso.
Edifício sede da FIESP na avenida Paulista na Capital. Foto: Wilfredo Rafael Rodríguez Hernández
A FIESP possui 52 unidades representativas no estado de São Paulo. A federação reúne 133 sindicatos patronais e 130 mil indústrias, reunindo setores que, segundo o ex-presidente Skaf informou para o ano de 2008, compõem 42% do Produto Interno Bruto (PIB) industrial do Brasil. Skaf foi eleito presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo FIESP, do do Serviço Social da Indústria SESI-SP, do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial SENAI-SP e do Instituto Roberto Simonsen IRS em 2004. Ele foi reeleito presidente das federações em 2007 e reeleito novamente em 2011.
Possui também diversos comitês, departamentos e conselhos que representam diferentes setores industriais. Entre os comitês estão o Comitê de Jovens Empreendedores (CJE) da FIESP, que é um grupo formado por jovens empreendedores que participam de diversas atividades da federação, acompanhando reuniões dos conselhos superiores, departamentos e outros comitês. O CJE interage com diversas entidades para promover o empreendedorismo. O Comitê de Ação Cultural (Comcultura) da FIESP, que é um grupo que promove ações culturais de acesso à arte e à cultura junto à comunidade. O Comitê de Responsabilidade Social da FIESP (Cores), que é um grupo formado por profissionais de diversos setores que orientam sindicatos e indústrias na gestão de responsabilidade social, meio ambiente e direitos humanos.
A Câmara de Conciliação, Mediação e Arbitragem de São Paulo da FIESP, que atua na administração, conciliação, mediação de arbitragens de conflitos empresariais para que diminua o número de processos abertos nos tribunais do Brasil.
Sede. O edifício sede da FIESP é um dos principais marcos arquitetônicos da cidade, além de uma das principais atrações da Avenida Paulista, por conta do seu formato de pirâmide. O edifício tem 92 metros de altura e é um dos maiores da avenida. O edifício foi projetado pelo escritório de arquitetura Rino Levi, vencedor de um concurso em 1969, e inaugurado em 1979. Em 1998 o prédio foi reformulado pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha para a criação de um centro cultural nos pisos do térreo.
CENTRO DAS INDÚSTRIAS
Jornada de mais de 95 anos. O Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), entidade civil sem fins lucrativos, fundado em 1928, reúne empresas industriais e suas controladoras, e associações ligadas ao setor produtivo, bem como empresas que possuem por objeto atividades diretamente relacionadas aos interesses da Indústria.
Com sede na capital, o Ciesp também está presente no interior do Estado de São Paulo, por meio de suas 42 Diretorias Regionais, Municipais e Distritais, formando uma sólida estrutura a serviço de mais de 8 mil empresas associadas.
Suas ações são baseadas na preservação dos interesses gerais da Indústria e de seus associados.Mais de 95 anos trabalhando em defesa da indústria representando os interesses do setor no âmbito Municipal, Estadual e Federal. Atua em todos os segmentos, incentivando a produtividade e fomentando a geração de novos negócios.
Os associados ao Ciesp têm à disposição um conjunto de serviços, bem como assessoria nas áreas jurídico-consultiva e técnica, econômica, comércio exterior, infraestrutura, tecnologia industrial, responsabilidade social, desenvolvimento sustentável, crédito, e apoio em pesquisas, feiras, simpósios, rodadas de negócios, cursos, convênios e demais eventos promovidos pela entidade.
A EMBLEMÁTICA VOTORANTIM
História. José Ermírio de Moraes, um engenheiro pernambucano formado pela Escola de Minas do Colorado, compra as ações e assume o controle da empresa de seu sogro, o imigrante português Antônio Pereira Inácio, que em 1918 havia adquirido uma fábrica de tecelagem localizada no bairro Votorantim em Sorocaba, São Paulo. É neste ponto que se inicia a história da companhia.
A Votorantim S/A (VSA) é uma multinacional brasileira de controle familiar, criada pelo engenheiro pernambucano José Ermírio de Moraes. Com presença global, atua hoje em 19 países com investimentos nos setores de mineração, cimento, energia, finanças, investimentos imobiliários e produção de suco de laranja concentrado, possui mais de 34 mil funcionários e registrou um lucro líquido de R$ 2 bilhões em 2018.
Em função da Grande Depressão, ocorrida alguns anos depois, José Ermírio passou a diversificar as frentes de negócios da empresa, que até então atuava somente no setor têxtil, e ingressou no setor químico através da aquisição da Companhia Nitro Química. Investiu também na produção de cimento e alumínio, fundando a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) e passou a atuar nos setores de energia, siderúrgico, papel e celulose, financeiro e suco de laranja. Com o seu falecimento em 1973, seu filho Antônio Ermírio de Moraes assumiu o controle da companhia, juntamente com seu irmão José Ermírio de Moraes Filho.
Em 2001, a investidora inicia seu processo de internacionalização através da compra da St. Marys Cement, no Canadá, dando início à Votorantim Cimentos North America.
Em 2003, a Votorantim cria um centro de documentação e pesquisa responsável pelo legado e preservação da história da empresa, que desenvolve um trabalho de catalogação e registro da história oral dos empregados. Contando com uma lista de empresas em seu portfólio, a Votorantim se torna a única holding brasileira de capital fechado a possuir classificação nas três mais importantes agências de rating: Moody’s (2007), Fitch Ratings (2006) e Standard & Poor’s (2005).
Em 2009, um estudo realizado pela Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (Sobeet) classifica a gestora como uma das cinco multinacionais brasileiras com maiores ativos no exterior, somando US$ 7.8 bilhões.
Em 2016, 2017 e 2018, a Votorantim é mencionada nos rankings Melhores Empresas para Trabalhar e Melhores Empresas para Começar a Carreira, ambos organizados pela revista Você S/A. Também foi reconhecida em 2018 pela premiação das 150 melhores empresas para trabalhar, pela Great Place to Work (GPTW) com publicação na Época Negócios.
Governança Corporativa. O sistema de Governança Corporativa do Grupo começou nos anos 90 quando a 3ª geração de acionistas da família ficou responsável por criar um modelo de gestão de acordo com a competitividade industrial da época, mais agressivo e globalizado.
Com isso, a gestora passa a utilizar um formato de governança que assegurava o crescimento e o equilíbrio entre acionistas familiares e executivos da companhia. Esse modelo foi consolidado em 2001 e passou a ser exercido pelo Conselho de Administração da Hejoassu, empresa que opera o controle acionário da Votorantim.
A estrutura englobava o Conselho da Família, responsável pela interface entre os familiares e empresas do portfólio com o acompanhamento da sua educação, e o Conselho da Votorantim Participações, encarregado de definir estratégias e diretrizes da companhia como a validação do planejamento de todas as frentes de negócio.
Em função do seu modelo de governança, a Votorantim recebeu o reconhecimento internacional do Instituto suíço IMD Business School e do Lombard Oder Darier Hentsch Bank em 2005, sendo considerada a melhor empresa familiar do mundo e sendo a primeira companhia latino-americana a receber este reconhecimento.
Para seguir aprimorando seu sistema de gestão, foram criados, em 2013, novos Conselhos e Comitês de Supervisão para cada empresa do portfólio, liderados por conselheiros Votorantim Participações, executivos e representantes independentes.
Em janeiro de 2016, houve uma reestruturação societária das holdings em que a Votorantim Participações foi incorporada pela Votorantim Industrial, que passou a se chamar Votorantim S.A .
Segmentos de atuação. As empresas investidas da Votorantim S/A são:
Votorantim Cimentos. Fundada em 1936, através da fábrica Santa Helena, é primeira empresa da companhia. No início, produzia cimentos da marca Votoran e estava localizada em uma área industrial de Sorocaba (São Paulo). Em 2002 a Votorantim Cimentos expandiu a sua presença no mercado brasileiro com a aquisição da empresa Engemix, especializada em serviços de concretage. Dois anos mais tarde, a empresa Holcim, que atuava no mesmo segmento, foi incorporada à Engemix. Sendo três vezes destaque no prêmio “Melhores e Maiores” da revista Exame (2014, 2015 e 2016), a Votorantim Cimentos atua em 14 países e é a 7ª maior companhia do setor cimenteiro em capacidade instalada do mundo. Em 2017, liderou o ranking Transparência em Relatórios Corporativos, divulgado pela organização Transparência Internacional Brasil.
Acerbrag
Em 2017, a Votorantim firma um acordo com a ArcelorMittal pelo qual as operações de siderurgia da Votorantim no Brasil, controladas pela Votorantim Siderurgia, passam a ser subsidiárias da ArcelorMittal. Com isso, a Votorantim se torna acionista da empresa. A gestora continua a investir no setor siderúrgico por meio de sua empresa internacional: a AcerBrag. Em 2022, a Paz del Río foi vendida pelo grupo Trinity.
CBA. As atividades ligadas à produção de alumínio têm início com a construção da Companhia Brasileira de Alumínio, a CBA, inaugurada em 1955, localizada no interior de São Paulo.
Em função da alta demanda de energia das plantas de alumínio da companhia, a Votorantim inicia a construção de usinas hidrelétricas na bacia do Rio Juquiá (Vale do Ribeira/SP). Esse investimento cresce para formar o Complexo Juquiá que conta, ao todo, com sete usinas. Para assegurar o abastecimento contínuo de águas nas usinas dessa região, são adquiridos 31 mil hectares de Mata Atlântica nas áreas próximas de rios e nascentes, mantendo assim sua proteção. Em 2012, a área se transforma na Reserva Legado das Águas, embora a região seja conservada por mais de 50 anos pela Votorantim. Nos anos que seguem, a CBA conquista o Prêmio de Excelência da Indústria Minero-metalúrgica Brasileira, realizado pela revista Minérios y Minerales.
Nexa Resources. A Votorantim Metais (atual Nexa) é inaugurada em 1956 com a produção de zinco feita pela refinaria Três Marias, em Minas Gerais. Suas operações iniciam em 1969, com o uso do minério tratado em Vazante.
Em 2004, a empresa aumenta a sua abrangência com a aquisição da refinaria Cajamarquilla, no Peru, e torna-se internacional. Um ano depois, compra participações da mineradora Milpo e, em 2010, assume o controle total da terceira maior produtora de zinco do Peru. Nos anos seguintes, amplia sua atuação para os Estados Unidos e Luxemburgo
Em 2005, a Votorantim Metais é classificada como uma das 10 maiores empresas de mineração do Brasil, segundo a “Melhores e Maiores” da Revista Exame e, em 2012, conquista o título de uma das “Melhores Empresas para se Trabalhar” no Brasil pela Você S/A.
Em 2017, a empresa muda seu nome e torna-se Nexa Resources ao realizar a precificação da sua oferta pública de ações (IPO) nas Bolsas de Toronto e Nova York. Considerada uma das cinco maiores produtoras de zinco do mundo e a líder na América Latina, a Nexa Resources conta com um portfólio diversificado que inclui ainda: chumbo, prata, cobre, ouro, minérios, metais não-ferrosos e químicos.
Citrosuco. A Votorantim inicia suas operações dentro do setor de suco de laranja concentrado em 1989 com a criação da Citrovita. Em 2010, essa empresa se funde à Citrosuco, do Grupo Fisher, e passa a adotar este nome, tornando-se a maior produtora mundial de suco de laranja concentrado.
Banco BV. O Banco BV foi fundado em 1988, como uma distribuidora de valores mobiliários (DTVM). Em 1991, se torna um banco múltiplo. Devido seu crescimento nos anos seguintes, é considerado uma das cinco instituições com maior grau de acerto em suas projeções de curto, médio e longo prazo. Em 2009, visando a expansão dos negócios e o reforço da competitividade do Banco, a Votorantim firma um acordo de parceria estratégica com o Banco do Brasil, dando direito ao equivalente de 50% do capital social total dele para o BB. O Banco BV conta com 5.052 funcionários e soma um total de ativos equivalente a R$ 108.028 milhões (2016).
Votorantim Energia. Criada em 1996, a Votorantim Energia é uma das maiores autoprodutoras de energia do setor privado. A primeira usina da companhia foi construída com o objetivo de suprir a necessidade energética. O grupo tem sob sua gestão 33 hidrelétricas.
Em 2018, a Votorantim Energia inaugura o Complexo Eólico Ventos do Piauí anunciando a entrada da empresa no investimento em energia eólica.
No dia 19 de outubro de 2018, o consórcio São Paulo Energia, formado entre as empresas Votorantim Energia e o Canada Pension Plan Investment Board (CPPIB), arrematou o controle acionário do governo paulista na CESP, pelo v alor de R$ 1,7 bilhão.Adicionalmente, o consórcio deveria pagar R$ 1,397 bilhão de outorga pela renovação antecipada da concessão da Usina Engenheiro Sérgio Motta (Porto Primavera), por 30 anos, até 2048. O contrato de concessão com o governo federal venceria em 2028.
Em 28 de março de 2022, a CESP foi incorporada pela VTRM Energia, joint venture da Votorantim Energia e do CPPIB, e a nova empresa resultante da fusão passou a se chamar Auren Energia.
Em 15 de maio de 2024, foi anunciada a compra da AES Brasil pela Auren. Com a incorporação dos ativos da AES Brasil, seria criada a terceira maior geradora do Brasil, com 8,8 GW de capacidade instalada. Será feita uma reorganização societária que converterá a AES em subsidiária integral da Auren e ocorrerá a unificação das bases acionárias da Auren e da AES Brasil.
Altre. Constituída no fim de 2020 como uma plataforma de investimentos imobiliários da Votorantim, a Altre avançou em diversas frentes no decorrer de seu primeiro ano completo de atuação — a começar pela estruturação da governança, com a nomeação de Diretor-Presidente e a instituição de seu Conselho de Administração, incluindo membros independentes. A Altre escolheu instalar-se na Vila Leopoldina, bairro da capital paulista onde, desde 2016, a empresa vem conduzindo um inovador projeto de ressignificação urbana sob o conceito de smart cities, que consiste em aliar desenvolvimento econômico a ganhos sociais.
O complexo instalado na região, que, em 2021, passou a ser denominado Spark e ganhou marca própria, agrega o espaço de entretenimento ARCA e o hub de inovação e tecnologia STATE — resultados de retrofits realizados em antigos galpões de propriedade da holding —, além do empreendimento Atlas Office Park, de escritórios corporativos.
Em 2021, grande parte dos eventos realizados na ARCA foram on-line, em razão da pandemia, mas também ocorreram alguns presenciais com destaque para o SP-Arte, Festival Internacional de Arte de São Paulo, que levou ao espaço cerca de 7 mil pessoas por dia, no decorrer de cinco dias. Com o arrefecimento da crise sanitária, a agenda de eventos para 2022 está disputada. Ao lado do STATE, foram concluídas obras de ampliação e retrofit de novos espaços de escritório. Parte deles já foram locados e abrigam a nova sede de uma grande empresa de móveis e decoração. No Atlas Office Park, onde está instalada a sede da Altre, o destaque foi a aquisição dos 50% de participação remanescente do capital do empreendimento, que agora passou a pertencer integralmente à Altre.
Na vertical de desenvolvimento de bairros planejados, a Altre conduziu movimentos relevantes no ano, como o lançamento da primeira fase do Vivalegro, um novo bairro no município de Votorantim, em São Paulo, que teve os 450 lotes da 1ª fase 100% vendidos. A iniciativa foi a largada para o fortalecimento da estratégia da Altre no desenvolvimento de ativos próprios. Ao mesmo tempo, a empresa vem conduzindo o licenciamento de bairro planejado no município de Paulista, em Pernambuco, com previsão para lançamento da primeira fase ainda em 2022.
Na pauta de novos investimentos, além da aquisição da participação recente do Atlas Office Park, a Altre adquiriu 60% da torre corporativa do empreendimento Alto das Nações, que será o edifício mais alto da capital paulista após a sua conclusão, prevista para 2025. Além disso, iniciou a prospecção de oportunidades de investimento imobiliários nos Estados Unidos.
Instituto Votorantim. Com o intuito de fazer a gestão do investimento social privado, nasceu o Instituto Votorantim em 2002. O Instituto é responsável por definir o foco de atuação das empresas e definir suas diretrizes na área de responsabilidade social. O trabalho desenvolvido é voltado para as comunidades dos municípios s em que as empresas investidas da Votorantim estão presentes, atuando em políticas socioambientais, educação e desenvolvimento local. O Instituto também atua em parceria com ONGs e monitora resultados dos trabalhos nas comunidades.
Em 2013 e 2015, o Instituto ganha o Prêmio Latino Americano de Desenvolvimento de Base, cujo objetivo é valorizar iniciativas comunitárias focadas no combate à pobreza na América Latina. Também em 2015, o Programa ReDes, desenvolvido pelo Instituto Votorantim e pelo BNDES, é reconhecido pelo PNUD como uma das iniciativas de inclusão social do Brasil.
Em 2016, o Instituto Votorantim executa 340 projetos entre iniciativas próprias e apoio a projetos locais, totalizando um investimento equivalente a R$ 108,50 milhões de reais. Motivado pela celebração de 100 anos da Votorantim, em 2018, o Instituto aumentou a abrangência do Parceria Votorantim pela Educação (PVE) para 103 municípios.
Legado das Águas. Entre 1920 e 1950, Antonio Ermírio de Morais, membro acionista da Votorantim, adquire 31 mil hectares de Mata Atlântica, a fim de garantir a proteção das nascentes e dos rios utilizados pelas usinas do Complexo Juquiá. Considerado a maior reserva de mata atlântica privada do Brasil, o Legado das Águas fica no Vale do Ribeira, sul do estado de São Paulo e abrange três municípios: Juquiá, Miracatu e Tapiraí.
Até 2012, a Votorantim firma um acordo com o Governo do Estado de São Paulo para a implantação de uma reserva que oferece um legado positivo para a sociedade, desenvolvendo atividades de pesquisa, educação ambiental e turismo sustentável, além de possibilidades de negócio a partir dos recursos ambientais ali presentes. Com isso, a área adquirida entre as décadas de 20 e 50 transformam-se na Reserva Legado das Águas.
A BENEFICÊNCIA PORTUGUESA
A Real e Benemérita Associação Portuguesa de Beneficência , mais conhecida como BP, situada na cidade de São Paulo, no Brasil, é um dos maiores e mais avançados complexos hospitalares privados da América Latina.
Localizados no bairro Bela Vista, os hospitais da Beneficência contam com aproximadamente 7.500 colaboradores e 3.000 médicos, e atendem anualmente a cerca de 1,9 milhão de pacientes em mais de 50 especialidades médicas.
Hospital em fotografia de Guilherme Gaensly
História. A Beneficência Portuguesa foi criada por iniciativa dos pequenos comerciantes portugueses Luís Semeão Ferreira Viana e Joaquim Rodrigues Salazar, aos quais somou-se ainda Miguel Gonçalves dos Reis. A fundação oficial da organização benemérita realizou-se a 2 de outubro de 1859 numa reunião na residência do também português Aires Coelho da Silva Gameiro, mais tarde Barão da Silva Gameiro.
Originalmente, a instituição destinava-se à ajuda mútua entre os sócios, membros da comunidade portuguesa de São Paulo. Os estatutos de 1859 especificavam que "Os Portugueses reunidos como membros d'esta Associação têm por objetivo contribuir com os meios pecuniários, e zelo munificiente para minorar os males que sobrevierem a qualquer dos associados."
Silva Gameiro foi o primeiro presidente da instituição, que inicialmente contava com 118 sócios. Em 1864 os associados eram já 290 pessoas, e começaram os preparativos para a construção de uma sede própria. Finalmente, em 1873, foi lançada a primeira pedra do Hospital São Joaquim, erguido na rua Alegre (hoje Brigadeiro Tobias). A inauguração foi realizada em 1876 e durante sessenta anos esse foi o único edifício da Beneficência.
Na década de 1950, já sob a presidência de José Ermírio de Moraes, foi construído na rua Maestro Cardim o primeiro edifício do novo complexo do Hospital São Joaquim, inaugurado a 16 de junho de 1957. Entre 1971 e 2008 a Beneficência foi presidida por Antônio Ermírio de Moraes, do Grupo Votorantim. Atualmente é dirigida por Rubens Ermírio de Moraes.
Hospitais. A Beneficência Portuguesa possui três hospitais, dois deles estão localizados nos nobres bairros: Bela Vista e Paraíso (bairro de São Paulo). Hospital de São Joaquim: possui um total de cinco edifícios e uma área total de 143 mil m². Atende anualmente a 300 mil pacientes, 60% dos quais através do Sistema Único de Saúde (SUS). Hospital de São José: inaugurado em 2007 e com uma área total de 23 mil m², foi projetado para ser referência em oncologia, cardiologia, ortopedia e neurologia.
A Beneficência Portuguesa de São Paulo possui um total de 1.080 leitos, 233 destinados a UTI, 52 salas de cirurgia, além de setores de diagnóstico e ambulatório. Em 2010, realizaram-se 34 mil cirurgias e mais de 4 milhões de exames. Também é considerada um centro de referência em transplantes. Entre 1973 e 2010, foram realizados 4.050 transplantes de coração, fígado, medula, rim, pulmão, entre outros.
Homenagens. A denominação "Real e Benemérita" foi outorgada por El-Rei Dom Carlos I de Portugal em 22 de novembro de 1900. A 1 de Maio de 1947 foi feita Comendadora da Ordem de Benemerência e a 17 de Setembro de 1954 Comendadora da Ordem Militar de Cristo, tendo sido elevada a Grã-Cruz da Ordem de Benemerência a 12 de Outubro de 1959 de Portugal.
Em maio de 2008, Antônio Ermírio de Moraes, presidente da Beneficência, recebeu das mãos do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, a Medalha de Mérito Oswaldo Cruz, pelo atendimento realizado pela Instituição para o Sistema Único de Saúde (SUS). Em agosto do mesmo ano, a Instituição foi homenageada por sua atuação no terceiro setor, com relevantes serviços prestados à população carente, no 11º Seminário CIEE/Gazeta Mercantil do Terceiro Setor.
Sua denominação anterior era Real e Benemérita Sociedade Portuguesa de Beneficência, que teve de ser modificada em virtude do surgimento do novo Código Civil Brasileiro, em vigor desde janeiro de 2003, que exigia que dentro de um ano as entidades beneficentes adequassem seus estatutos às novas disposições. Naquela ocasião verificou-se a necessidade de mudar de "Sociedade" para "Associação" por ser uma instituição totalmente sem fins lucrativos.
ANTÔNIO ERMÍRIO DE MORAES
Foto: Saúde Business/ Informa Markets
Antônio Ermírio de Moraes (São Paulo, 4 de junho de 1928 — São Paulo, 24 de agosto de 2014) foi um escritor, empresário, engenheiro e industrial brasileiro. Foi presidente e membro do conselho de administração do Grupo Votorantim. Filho do engenheiro pernambucano José Ermírio de Moraes, assumiu controle acionário do Grupo Votorantim, comprando as ações de uma empresa de tecelagem localizada na cidade homônima, no estado de São Paulo, que pertencia ao seu sogro, avô de Antônio Ermírio, o imigrante português António Pereira Inácio, e diversificando o negócio. Sua mãe, Helena Rodrigues Pereira, natural de Boituva, teve quatro filhos com José Ermírio, dos quais Antônio Ermírio foi o segundo.
Antonio Ermírio nasceu sem um rim e isso o ajudou a lutar toda a vida. Após se formar no Colégio Rio Branco, tradicional escola da cidade de São Paulo, formou-se em engenharia metalúrgica em 1949 pela Colorado School of Mines, mesma universidade que seu pai, José Ermírio, estudou. Casou em 1953 com Maria Regina.
Na década de 1950, sua família foi tachada de louca por querer concorrer com os grandes produtores de alumínio, como Alcan, Alcoa e Vale, fundou a Companhia Brasileira de Alumínio. A empresa iniciou suas operações em 1955 produzindo apenas 4 mil toneladas e completou seu cinquentenário com 400 mil toneladas.
Em 1956, teve de contrair empréstimos que equivaliam a 16 meses de faturamento, na mesma época sofreu um acidente ao visitar a unidade e, queimado por soda cáustica, ficou um mês de cama - esta experiência ajudou a sedimentar em sua obsessão por conduzir o Grupo Votorantim da forma mais conservadora possível, evitando contrair dívidas.
Após assumir o grupo, Antônio Ermírio transformou-o em uma multinacional, com a aquisição de uma fábrica de cimento Cimenteira St. Mary´s no Canadá. Expandiu o Grupo Votorantim, com mais de 60 mil funcionários, atua nas áreas de cimento, celulose, papel, alumínio, zinco, níquel, aços longos, filmes de polipropileno biorientado, especialidades químicas e suco de laranja.
Apesar de o grupo Votorantim possuir um Banco, Ermírio foi um crítico do sistema financeiro e da especulação financeira:
“ Se eu não acreditasse no Brasil, seria banqueiro. ”
Quando o Banco foi criado não se conformava com o fato dele, ocupando somente um andar e empregando poucos funcionários, ser mais lucrativo do que sua Companhia Brasileira de Alumínio. Em relação ao banco Ermírio costumava brincar que a instituição só foi criada "para não pagar os juros cobrados pelo mercado e estabelecidos pelo Banco Central".
Ao mesmo tempo que lida com matérias-primas, Ermírio deu o aval para a criação da Votorantim Ventures, a caçula das empresas do grupo criada há quase quatro anos. A Ventures é um fundo de investimento com trezentos milhões de dólares para investir em áreas tão diversas como biotecnologia, bioinformática, distribuição de MRO, serviços de datacenter e de call center, comércio eletrônico e biodiversidade.
Assim como o pai, ingressou na política, lançando-se à candidatura a governador nas eleições estaduais em São Paulo em 1986 pela União Liberal Trabalhista Social (PTB, PL e PSC), ficando em segundo lugar, perdendo para Orestes Quércia, do PMDB, em uma época em que não havia segundo turno). Durante esta experiência ficou chocado com as manobras políticas e fisiológicas, todos que o abordavam pediam cargos para poder ficar sem trabalhar.
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Paródias da campanha política das eleições para governado em 1986:
"Orestes fala, Maluf faz...
Ermírio xinga, Maluf faz
Maluf faz, faz, faz, faz...
A gente andar pra trás faz, faz, faz..."
" Eu toco violão (boneco do Quércia, que tinha aparecido na TV tocando violão clássico)
Eu toco piano (boneco do Maluf, sugerindo que o candidato tinha ficha suja na polícia)
Eu toco o pau na cabeça na cabeça dos meus empregados (sugerindo Ermírio com o mau patrão e represssor das greves)"
HOMEM DE TEATRO
Foi a frustração com a política que levou Antônio Ermírio a escrever peças teatrais, dizia que "a política é o maior de todos os teatros". É autor de três peças de teatro, duas já lançadas no circuito paulistano: Brasil S.A., Acorda Brasil e S.O.S Brasil. Todas as peças acabaram virando livro, a peça "Acorda Brasil" foi vista por 26 mil pessoas. Também escreveu para a Folha de S. Paulo uma coluna dominical durante 17 anos. O empresário sempre dedicou parte de seu tempo à Sociedade Beneficência Portuguesa de São Paulo, uma hora e meia todo dia. Também se dedicou à Associação Cruz Verde de São Paulo, à Fundação Antônio Prudente, entre outras organizações não governamentais.
Em 2001 deixou a presidência do conselho de administração do Grupo Votorantim e entregou o comando do conglomerado aos filhos e sobrinhos. Trabalhador incansável, uma combinação de doenças afetaram sua mente e seus movimentos, imobilizando-o numa cama, levando-o a sofrer de hidrocefalia e mal de Alzheimer.
Resultados e homenagens. A fortuna pessoal do empresário quando faleceu foi estimada em US$ 12,7 bilhões, segundo Forbes em 2014, o que o torna uma das pessoas mais ricas do mundo
Pela intensa atividade social e pela trajetória empresarial ascendente, o empresário é um ícone da classe empresarial industrial. O currículo exibe ainda o Prêmio Eminente Engenheiro do Ano, mérito reconhecido em 1979. Em 2003 recebeu a Medalha do Conhecimento do Governo Federal.
Sua família ganhou o destaque do Prêmio Octavio Frias de Oliveira, tanto pela administração do Hospital Beneficência Portuguesa há mais de 50 anos, quanto pela participação no conselho curador e da rede voluntária do Hospital A.C. Camargo e a atuação e ser uma das maiores doadoras da Associação de Assistência à Criança Deficiente
Em 1972, Moraes foi agraciado com o grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique, de Portugal. Em 1979, foi admitido à Ordem do Mérito no grau de Grande-Oficial, sendo promovido em março de 1996 ao seu último grau, a Grã-Cruz. Em outubro do mesmo ano, no Brasil, foi admitido pelo presidente Fernando Henrique Cardoso à Ordem do Mérito Militar no grau de Comendador especial
Participou com relevantes serviços em projetos humanitários como Associado do Rotary Club de São Paulo.
Corinthians. Sempre citado pelo clube, e também por alvinegros em geral como um dos torcedores mais ilustres, Antônio Ermírio de Moraes era conselheiro vitalício do Sport Club Corinthians Paulista.
Vida e Morte. Antônio Ermírio morreu na noite de 9 de agosto de 2014, em São Paulo, aos 86 anos, em decorrência de insuficiência cardíaca. O mesmo dia do falecimento de Getúlio Vargas (em 1954). Teve 9 filhos, entre eles Regina de Moraes, presidente da ONG Velho Amigo. Seu filho Carlos Ermírio de Moraes faleceu em 18 de agosto de 2011 após lutar durante 4 anos contra um câncer.
CENA DA MADRUGADA PAULISTANA
A CARAVAN BEGE DO HOMEM MAIS RICO DO BRASIL.
Indo trabalhar em 1987, em dia comum da semana, às 5 horas da manhã, vi pela janela do ônibus que peguei na Raposo Tavares (no Bonfiglioli), uma cena curiosa.
Ainda estava escuro. O ônibus da CMTC estava quase vazio. Estacionou num farol dos cruzamentos das avenidas Eusébio Matoso, Francisco Morato e Vital Brasil,
Da janela reparei quando parou ao lado uma Caravan-Chevrolet de cor bege, com vidros abertos. O motorista usava camisa de mangas curtas e descansava o braço esquerdo na porta do carro.
Era Antônio Ermírio de Moraes.
Sozinho, arrumava cabelo desgrenhado, passando rapidamente as mãos no rosto para espantar o sono. Incrível, pensei comigo: o que esse homem, rico desse jeito, está fazendo na rua a essa hora da madrugada...
E seguiu, como nós, na direção da avenida Rebouças até a avenida Paulista, quando o perdi de vista.
Um tempo depois, vendo uma entrevista num programa de TV (Acho foi o Bom dia São Paulo, da Globo), entendi a misteriosa e impressionante cena do cruzamento naquela manhã.
Questionado sobre suas atividades rotineira de trabalho, Ermírio explicou que acordava muito cedo porque, antes de ir para os escritórios da Votorantim, dava plantão diário no Hospital da Beneficência Portuguesa.
Contou que chegava cedo, para poder ter contato mais próximo com os funcionários durante a troca de turno. Fazia questão de conversar com todos que podia. Começava pelos vigilantes do estacionamento.
Era um hábito que certamente ficou marcado na vida de cada um deles e que acrescentou muito no seu repertório pessoal, de empresário e também nos conteúdos de suas peças teatrais”. (Dalmo Duque)
O NECROLÓGIO DA "SAÚDE BUSINESS"
O presidente de honra do grupo Votorantim faleceu em casa, em São Paulo, por insuficiência cardíaca. Em maio de 2013, o empresário tinha sito afastado do comando do Grupo por problemas com Alzheimer.
Conhecido por seu conceito de gestão diferenciado, o empresário era filho de José Ermírio de Moraes, fundador do grupo que presidia. Começou sua carreira na empresa em 1949 e, em 1955 foi o responsável pela instalação da Companhia Brasileira de Alumínio. Em 2013, entrou na lista de bilionários da Forbes, com uma fortuna avaliada em 12,7 bilhões de dólares.
Antônio Ermírio de Moraes também teve atuação de destaque na área da saúde. Ele presidiu, por 40 anos, a diretoria administrativa do Hospital Beneficência Portuguesa, embora pouco falasse sobre o assunto.
O conceito de gestão de Antônio era, como o de seu pai, voltado ao nacionalismo. Porém, o empresário era mais irônico, polêmico e ácido do que seu patriarca, além de defender fortemente o regime democrático.
O empresário teve suas ideias contrárias ao governo ditatorial apoiadas no final da década de 1970, por empreendedores que concordavam com seu conceito de gestão e se reuniam no Fórum dos Líderes da Gazeta Mercantil. Em 1980, ao bater de frente com os ideais econômicos do governo Figueiredo, com o comando de Delfim Netto, ganhou o apelido de ”herói da resistência”. Antônio chegou a fechar por alguns dias a Siderúrgica de Santo Amaro, como protesto.
Outro ponto importante de seu conceito de gestão era seu discurso contra o capital externo. Para Antônio, as empresas estrangeiras eram ”parasitas”. O empresário também condenava os empreendedores que dependiam de multinacionais para crescerem.
A seguir, citaremos sete frases de Antônio Ermírio de Moraes sobre o empreendedorismo, o capital externo e o seu conceito de gestão:
“Estabeleçam-se, lutem com honestidade e não pensem na chamada economia de escala. E, quando alguma multinacional os procurar, resistam”.
(Em um discurso para empresários, em 1977)
“Se aproveitam de todas as facilidades que o governo brasileiro oferece, de mão de obra barata que encontram aqui, sugam o que podem e nada fica no Brasil”.
(Sobre as empresas estrangeiras, em 1977)
“Aceito muitas coisas, mas não posso me sujeitar a acatar lições de moral do Delfim e muito menos ainda de um moleque como o Viacava: o governo manda e desmanda na política econômica, mas nas minhas empresas quem manda sou eu. A siderúrgica foi desativada por um capricho meu, porque fui atingido no que tenho de mais caro: o meu caráter e o meu nome, jogados na lama pelo governo”.
(Sobre o fechamento da Siderúrgica de Santo André, em 1980)
“O empreendedor deve estudar muito, preparar-se enquanto for jovem, e depois trabalhar pensando no Brasil, com amor à terra. Se tivermos gente pensando no Brasil, como tem que pensar, este país será um dos grandes países do mundo.”
(Em entrevista à revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios)
“Trabalhamos com capital próprio e não temos grandes dívidas nem em real nem em dólar. Quem arrisca seu próprio capital acaba sendo forçado a ser mais eficiente”
(Em entrevista à revista IstoÉ)
“Há firmas estrangeiras que têm lavras imensas aqui no Brasil e que jamais mineraram, em tempo algum. Estão sentadas nessas lavras há dez, 15 anos e nada ocorre. Uma multinacional aqui, a 150 quilômetros de Brasília, tem a maior reserva de níquel do Brasil e ninguém fala nada”
(Em declaração aos constituintes da Subcomissão de Princípios Gerais, Intervenção do Estado, Regime da Propriedade do Subsolo e da Atividade Econômica, em 1987)
“O Brasil tornou-se um gigante de pés de barro. Na hora em que os credores fecharam a caixa, nós entramos numa crise sem tamanho”
(Sobre a dívida externa em entrevista para O Globo, em 1983
O COLÉGIO RIO BRANCO
Edifício Rotary. Fotografia do Colégio Rio Branco. Rosana Maria Machado Marques
Conhecida Escola particular da cidade de São Paulo, o Colégio Rio Branco tem como finalidade maior formar as crianças desde a educação infantil até o ensino médio. Com mais de 70 anos de história, é considerado um dos mais tradicionais colégios da cidade de São Paulo. O colégio faz parte do Programa de Escolas Associadas da UNESCO, que o qualifica para partilhar práticas educacionais com instituições de todas as partes do mundo, por meio de projetos inovadores nas áreas de Ciência e Cultura.
Instalado em duas unidades, uma no bairro de Higienópolis, em São Paulo, com mais de 15.000m² de área construída, e outra na Granja Viana, município de Cotia, com área total de 80.000m² e 23.000m² de área construída. O colégio foi fundado por Savério Cristóforo, professor de um curso preparatório ao exame de admissão. Com o tempo, o curso se expandiu e precisou aumentar o espaço físico, mudando para outro local, e passou a chamar-se Instituto Rio Branco. Em 1926 foi trocado o nome para Liceu Nacional Rio Branco, passando por nova ampliação de suas instalações. Falecendo o professor Savério, em 1945, o Liceu foi comprado por dr. Antônio Sampaio Dória, mas acabou encerrando suas atividades logo no primeiro semestre.
José Ermírio de Moraes, que foi senador da República por Pernambuco em 1963, vendo que a escola tinha um valor institucional, adquiriu o Liceu em 1945, e deu-lhe o nome de Colégio Rio Branco. Em 1946, o colégio foi doado à Fundação de Rotarianos de São Paulo. Nessa época localizava-se na Rua Doutor Vila Nova, onde atualmente é o Tribunal de Justiça da Polícia Militar; posteriormente, nos anos 60, transferiu-se para o atual prédio da unidade Higienópolis, o Edifício Rotary (Rotary International).
O Teatro Rio Branco revelou atores como Antonio Fagundes, Dan Stulbach e Odilon Wagner.
Outras pessoas notórias que também estudaram na instituição incluem o locutor e narrador esportivo Galvão Bueno, o piloto de Fórmula 1 Ayrton Senna, o humorista e apresentador Carlos Alberto de Nóbrega, o zoólogo e compositor Paulo Vanzolini e o prefeito e ex-goverandor João Doria.
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CIDADES REGIONAIS INDUSTRIALIZADAS E LOCALIDADES HISTÓRICAS
Cenário de importantes acontecimentos histórico regionais e do Brasil, o estado e São Paulo foi fruto de duas épocas das capitanias hereditárias, afonsina e paulista, experimentou o os declínios do açúcar e da mineração e renasceu com toda força com o ciclo dos café e das ferrovias no século XIX. Este último seria a base da futura industrialização que marcaria por décadas a vida econômica da Capital e também do interior, impulsionando o crescimentos de dezenas de cidades pela expansão da malha ferroviária, pelo porto de Santos e principalmente pelos milhares quilômetros de pequenas e grande rodovias, bem como dos seus aeroportos regionais e internacionais.

Itú. Sua população estimada em 2019 era de 173 939 habitantes, formada principalmente por descendentes de imigrantes portugueses, italianos, japoneses, além de migrantes de outras regiões do Brasil, em especial do Nordeste, além da forte presença de migrantes do estado do Paraná. Itu já foi a cidade mais rica do estado, sendo famosa por nela terem residido muitos "barões do café" e autoridades importantes do país. O município teve importância no processo que conduziu à proclamação da república do Brasil em 1889. Em 2010, a cidade completou 400 anos.
A MAIOR CIDADE DO INTERIOR

"Campinas foi fundada em 14 de julho de 1774. Entre o final do século XVIII e o começo do século XX, a cidade teve o café e a cana-de-açúcar como importantes atividades econômicas. Porém, desde a década de 1930, a indústria e o comércio são as principais fontes de renda, sendo considerada um polo industrial regional. Atualmente, é formada por seis distritos, além da sede, sendo, ainda, subdividida em 14 administrações regionais, cinco regiões e vários bairros" Sedia importantes centros universitários tradicionais como a PUC; e a Unicamp, um dos mais influentes polos de produção científica do interior e referência acadêmica em pesquisa em todo o pais e no também no exterior.
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) é uma instituição de ensino superior pública estadual brasileira, sediada na cidade de Campinas, no estado de São Paulo, considerada uma das melhores universidades do país e da América Latina.É uma das quatro universidades mantidas pelo Governo do Estado de São Paulo, ao lado da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp). Fundada em 1962, a Unicamp foi projetada do zero como um sistema integrado de centros de pesquisa, ao contrário de outras universidades brasileiras, geralmente criadas pela consolidação das escolas e institutos anteriormente existentes. Seu foco em pesquisa reflete que quase metade de seus estudantes são alunos de pós-graduação, a maior proporção entre todas as grandes universidades no Brasil. Ela também se destaca no grande número de cursos de pós-graduação oferecidos (153, comparados aos 70 cursos de graduação), além de oferecer vários cursos para cerca de 8 mil estudantes por meio de sua escola de extensão.

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BAIXINHOS E GIGANTES
FERNANDO DEL CORSO

O Clube dos Baixinhos. Você que tem até 1,63m de altura. Está convidado para integrar o Clube dos Baixinhos de Campinas! Fundado no dia 2 de setembro de 1964, pelo jornalista Maurício de Morais, o Clube dos Baixinhos nasceu da percepção de que, se existia clubes para tantas coisas, em lugares como os EUA, por exemplo, por que não poderia haver um clube em Campinas, esta grande cidade, que agigantasse aqueles que não cresceram muito, mas que eram grandes em valor? O Clube dos Baixinhos fez muito sucesso desde sua criação, e cresceu ao longo do tempo, embora crescer fosse uma palavra proibida para os membros. Ser muito alto era sinônimo de defeito físico, e o importante era superar os complexos da baixa estatura e de que baixinhos eram caçadores de encrenca. A finalidade do clube era reafirmar a presença da superraça dos baixinhos no mundo, dado exemplos clássicos de baixinhos ilustres, como Rui Barbosa, Getúlio Vargas, Santos Dumont, Portinari, Napoleão Bonaparte...
Alguns slogans ficaram famosos no clube, como:
" Mulher, casa-te com um baixinho, que dos males é menor!"
Os membros do clube realizavam suas assembleias mensais em um restaurante, mas havia um probleminha gigante. Alimentar o mascote do clube, o futuro trapalhão gigante Emil Rached, na época, jogador de basquete. A fama do clube ganhou citação na revista americana Time, e em vários jornais do mesmo país. Também surgiram outros clubes de baixinhos em cidades brasileiras como Uberaba, Ribeiro Preto, Ouro Fino, Rio Claro, Juiz de Fora. Também em cidades estrangeiras como Las Vegas, Barcelona e Montevidéu.
Em março de 1971, houve o primeiro Congresso Nacional de Baixinhos em Campinas, sede do Clube dos Baixinhos, que contou com a presença ilustre de Emil Rached, mascote do clube campineiro, e do cantor e compositor Juca Chaves. Alguns dos temas discutidos neste encontro foram: "Arranha-Céus, monstros das civilizações", "As vantagens das plantas de pequeno porte", "Porque as frutas menores tem melhor sabor", "Quanto maior o corpo, pior o tombo", "Coração menor, vida mais longa", "Se Napoleão fosse grande, a História teria sido diferente ", "Perfume bom, frasco pequeno ", "A síntese é a essência do poder", "Homem grande, cabeça na lua", "Um átomo vale mais que uma cachoeira ", dentre outros.
O Clube dos Baixinhos foi uma grande ideia que surgiu em Campinas, defendendo o interesse da classe dos pequenos grandes homens, que cultuavam a valentia e a amizade.
Revista Manchete, edição 0933

Bragança Paulista. Como marco da época dos Bandeirantes, foi erguida uma cruz, onde mais tarde seria implantada uma pequena capela, dando origem a um dos templos mais antigos da região, que ainda permanece: a Igreja Nossa Senhora Aparecida do Lopo. No entanto, outras trilhas foram abertas, descendo pelo rio Jaguari, para descobrir pequenos veios de ouro no rio Camanducaia, atualmente banhando o município de Pedra Bela e em alguns pontos o município de Socorro. Essa trilha bem mais tarde se transformaria no antigo caminho Bragança – Pedra Bela. Assim, já no século XVII, a Região Bragantina exercia papel importante na história do Brasil, por intermédio dos Bandeirantes.

Mogi das Cruzes começou como um povoado, por volta de 1560, servindo como um ponto de repouso aos bandeirantes e exploradores indo e vindo de São Paulo, entre eles Brás Cubas. Gaspar Vaz Guedes foi responsável pela abertura da primeira estrada entre a capital e Mogi, iniciando o povoado, posteriormente elevado à "Vila", com o nome "Vila de Sant'Ana de Mogi Mirim". O fato foi oficializado em 1º de setembro de 1611. Em 13 de março de 1865 foi elevada à cidade, e em 14 de abril de 1874 à comarca.

Barretos. Quem iniciou o povoamento da área conhecida como “Sertão de São Bento de Araraquara” foram dois afamados desbravadores mineiros vindos de Caldas e Aiuruoca, respectivamente, na época da Independência do Brasil. Em 1831, chegaram à região as famílias de Paraguaçu, Campanha, Jacuí e Caldas e Baependi. Esses pioneiros queriam erguer uma capela, para realizar suas necessidades religiosas e não depender mais de Jaboticabal, curato ao qual as fazendas pertenciam e cujo acesso era difícil. Dessa forma, em 25 de agosto de 1854, doou-se terras em louvor ao Divino Espírito Santo para que fosse erguida a capela, registrada em 1856 no local em que hoje está a agência do Bradesco da Praça Francisco Barreto. Ao redor do templo, foram surgindo as primeiras casas de pau a pique e sapê, assim nascendo o povoado do Divino Espírito Santo de Barretos.
Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp) é uma universidade pública com atuação no ensino, na pesquisa e na extensão de serviços à comunidade. É uma das quatro universidades mantidas pelo governo do estado de São Paulo, ao lado da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp). A Unesp distingue-se das outras universidades estaduais por ter unidades em 24 municípios do estado — 21 campi no interior, um câmpus na cidade de São Paulo e um câmpus em São Vicente, o primeiro de uma universidade pública no litoral paulista. Este modelo de universidade multicampi é inspirado na estrutura da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, que é composta por 23 campi, criados entre os anos de 1857 e 2002. Criada em 1976 a partir de institutos isolados de ensino superior que existiam em várias regiões do estado, a Unesp possui atualmente cerca de 40 mil estudantes e 3 mil professores espalhados por 32 faculdades e institutos, que oferecem 168 cursos de graduação e 114 cursos de pós-graduação, em 64 profissões de nível superior. Foto: Campus de Franca.



Presidente Prudente, Oeste paulista. O município de Presidente Prudente foi emancipado de Conceição de Monte Alegre (hoje Paraguaçu Paulista) na década de 1910. Seu nome é uma referência ao ex-presidente brasileiro Prudente de Morais (1841 - 1902), que foi um advogado e político brasileiro, tornando-se o primeiro governador paulista na República (1889-1890).O desenvolvimento de Presidente Prudente também foi ajudado pela ferrovia, sendo que esta foi a principal via de circulação de pessoas e mercadorias durante décadas. A escolha do sítio urbano está correlatada ao traçado da Estrada de Ferro Sorocabana, que também seguiu a linha dos espigões.

São José do Rio Preto, Oeste Paulista. Emancipado de Jaboticabal na década de 1850, o nome do município é uma mistura entre o padroeiro, São José, e o Rio Preto, rio que passa pelo município. Hoje, é formada pelos distritos de Engenheiro Schmitt (Zona Sul). São José do Rio Preto (distrito-sede) e Talhado (Extremo Norte da cidade). O município é subdividido em cerca de 360 bairros, loteamentos e conjuntos habitacionais. É um dos principais polos industriais, culturais e de serviços do interior de São Paulo. Sua história econômica esteve por muito tempo ligada à cafeicultura, também presente em grande parte do estado de São Paulo, principalmente no início do século XX.
OSASCO


Veículos da Osram desfilando na rua Antônio Agu em 1964 em comemoração ao 2º aniversário da emancipação de Osasco. Acervo: Osasco Antiga by Hagop Garagem

São Roque foi fundada na segunda metade do século XVII pelo bandeirante Pedro Vaz de Barros - mais conhecido como Vaz-Guaçu - a cidade surgiu de uma enorme fazenda e uma capela por ele erigida no local. A capela - então localizada onde hoje é a Praça da Matriz - foi levantada em devoção a São Roque por ventura com o intuito de não ser perseguido ou investigado por pratica de judaísmo. Pedro Vaz de Barros e filho de Jerônimo Pedroso e Joana Vaz de Barros Cristãos Novos nascidos em Lisboa Portugal. A fazenda tinha por objeto o cultivo de vinhedos e de trigais, utilizando-se mão-de-obra indígena e mais tarde, de escravos africanos. Pouco depois da criação dessa fazenda, o irmão de Pedro Vaz - Fernão Paes de Barros, também veio a se instalar em São Roque, nos mesmos moldes que seu irmão, fundando uma fazenda e uma capela, contudo em louvor a Santo Antônio.

São Roque, 1920. Estação da Estrada de Ferro Sorocabana.
Guarulhos é um município da Região Metropolitana de São Paulo, no estado de São Paulo, no Brasil. É a segunda cidade mais populosa do estado, a 13.ª mais populosa do Brasil e a 53.ª mais populosa do continente americano, com 1 291 784 habitantes, de acordo com o Censo 2022 do IBGE. Guarulhos foi fundada em 8 de dezembro de 1560, pelo padre jesuíta Manuel de Paiva, com a denominação de Nossa Senhora da Conceição de Guarulhos. Sua origem está ligada à de cinco outros povoamentos que tinham, como principal objetivo, defender o povoado de São Paulo dos Campos de Piratininga contra um possível ataque dos Tamoios. É a cidade não capital mais populosa do Brasil e é considerada a 9.ª cidade mais rica do Brasil. Em 2020, registrou um Produto Interno Bruto (PIB) de 65,8 bilhões de reais, o que representa 0,9% de todo PIB brasileiro, além de deter o 3.º maior PIB de seu estado. Guarulhos sedia o principal aeroporto do país, que serve São Paulo, o Aeroporto Internacional André Franco Montoro.

Borá vista de cima, Fotodrone Mundozinhos.

Borá é um município brasileiro do interior do estado de São Paulo. Sua população estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para 1.º de julho de 2021, era de 839 habitantes. Até 2014, Borá era o município menos populoso do país. A partir daquele ano, passou para a segunda posição, perdendo para a cidade mineira de Serra da Saudade, o menor município brasileiro, com estimativa de 771 habitantes para 1.º de julho de 2021. Nas eleições de 2014, Borá registrou 806 votos válidos, para um total de 835 habitantes. Nas mesmas eleições, Serra da Saudade registrou 697 votos válidos, para um total de 822 habitantes. O início do povoamento de Borá deu-se por volta de 1918, quando os membros da família Vedovatti, atravessando as águas do Borá, iam a Sapezal, cidade em que faziam seu comércio de gêneros alimentícios. Em 1919, chegaram as famílias portuguesas de Manuel Antônio de Sousa, Antônio Caldas e Antônio Troncoso, construindo suas residências no acampamento dos engenheiros, localizado na fazenda de propriedade de Dionísio Zirondi.

PONTAL DO PARANAPANEMA

O Pontal do Paranapanema é uma região com 18844,60 km², que compreende 32 municípios do estado de São Paulo. Se localiza no extremo oeste do estado de São Paulo, na região sudeste do Brasil, em uma posição estratégica considerando tanto sua proximidade com os estados de Mato Grosso do Sul e Paraná quanto o advento do Mercosul.
Sua população total estimada em 2010 é de 583.703 habitantes, sendo 89,74% desse total concentrada em áreas urbanas, segundo o Censo do ano de 2010 do IBGE. Na região do Pontal do Paranapanema, testemunhou-se a partir das últimas décadas do século passado muitos conflitos sociais relativos à concentração de terras, envolvendo disputas entre movimentos populares, como o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra), e os latifundiários. Os participantes do MST lutam pela reforma agrária reivindicando a utilização das terras em desuso e terras de especulação para a realização de reforma. A comunidade acadêmica tem estado consciente e preocupada com esta situação e, portanto, tem desenvolvido estudos e pesquisas sobre o assunto, tanto individualmente quanto através de grupos de pesquisa. A Universidade Estadual Paulista, possui dois campi na região, localizados nos municípios de Presidente Prudente e Rosana.
O Pontal do Paranapanema é uma região com 18844,60 km², que compreende 32 municípios do estado de São Paulo. Se localiza no extremo oeste do estado de São Paulo, na região sudeste do Brasil, em uma posição estratégica considerando tanto sua proximidade com os estados de Mato Grosso do Sul e Paraná quanto o advento do Mercosul.
Sua população total estimada em 2010 é de 583.703 habitantes, sendo 89,74% desse total concentrada em áreas urbanas, segundo o Censo do ano de 2010 do IBGE. Na região do Pontal do Paranapanema, testemunhou-se a partir das últimas décadas do século passado muitos conflitos sociais relativos à concentração de terras, envolvendo disputas entre movimentos populares, como o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra), e os latifundiários. Os participantes do MST lutam pela reforma agrária reivindicando a utilização das terras em desuso e terras de especulação para a realização de reforma. A comunidade acadêmica tem estado consciente e preocupada com esta situação e, portanto, tem desenvolvido estudos e pesquisas sobre o assunto, tanto individualmente quanto através de grupos de pesquisa. A Universidade Estadual Paulista, possui dois campi na região, localizados nos municípios de Presidente Prudente e Rosana.
A grilagem de terras foi o instrumento para a ocupação das terras no Pontal do Paranapanema. A história da grilagem de terras nesta região tem seu início em maio de 1856, quando Antônio José de Gouveia chega à região e extrai o registro paroquial de uma imensa gleba de terras, à qual dá o nome de Fazenda Pirapó-Santo Anastácio. A descrição do grilo é a seguinte: [...] os limites da fazenda vão desde a barranca do Rio Paranapanema, seguindo por 10 léguas o Rio Paraná acima e voltando-se para leste,pelas vertentes do Rio Pirapó, até encontrar-se de novo com o Rio do Paranapanema.
Faz-se necessário atentar que após 1850, a Lei de Terras permitia a legitimação das terras ocupadas até 1856 e proibia as ocupações de terras devolutas, determinando sua aquisição unicamente por meio da compra. As terras que não foram regulamentadas a partir das determinações da Lei de Terras de 1850 passaram a ser consideradas como devolutas.
Antônio José Gouveia, primeiro a se apropriar das terras, vendeu sua posse a Joaquim Alves de Lima, em 1861. Com o falecimento deste último quem assume a Pirapó-Santo Anastácio é seu filho João Evangelista de Lima. Este tentou legitimar a posse da terra, porém a inabilidade e as nulidades na área jurídica junto a erros técnicos, fez com que o governador Prudente de Morais considerasse “imprestável e nula a medição”. Mesmo antes de sair a sentença sobre a fazenda Pirapó-Santo Anastácio, mais tarde Evangelista realizou uma permuta entre as glebas griladas junto a Manuel Pereira Goulart, que passou a controlá-la.
Goulart na necessidade do reconhecimento oficial das terras devolutas ocupadas, para tanto, encaminhou petição ao Ministério da Agricultura solicitando permissão para receber colonos estrangeiros na Pirapó-Santo Anastácio, a resposta foi favorável. A partir daí, Goulart vendeu, trocou e doou terras.
Em razão do grande contingente de populações que chegavam a região, em razão da construção da ferrovia em direção ao Vale do Paranapanema, começou-se a multiplicar-se a compra de algumas terras da Fazenda, que apesar de adquiridas não eram ocupadas o que proporcionava a invasão por intrusos que apresentavam “título de propriedade” falso.
Eram necessárias a medição e a divisão dessa imensa gleba, dando início a um dos mais volumosos processos de litígio de terras do estado de São Paulo. Em 1930, o governo do Estado de São Paulo negou a partilha da Pirapó-Santo Anastácio, alegando ser nulo o processo divisório, já que os títulos originais da posse e domínio dos particulares sobre as terras da aludida fazenda foram falsificados criminosamente, lesando o patrimônio do Estado. Assim, todos os títulos referentes ao imóvel, desde o registro paroquial de 14 de maio de 1856 até a permuta feita em janeiro de 1890 entre João Evangelista de Lima e Manuel Pereira Goulart, foram considerados falsos ou nulos e sem valor jurídico. Nestas circunstâncias, essas terras eram de domínio do Estado, por serem devolutas.
Em 1932, a Secretaria da Agricultura do Estado divulga uma nota oficial comunicando ser perigosa a compra de terras no Pontal do Paranapanema, por serem devolutas. Mesmo assim os negócios continuaram. Os compradores que se deslocavam para o Oeste Paulista onde queriam comprar terras e os grileiros queriam ofertar. E para assegurar o procedimento dessas atividades, eles apelavam incansavelmente contra as decisões judiciais do Estado. As ocupações e vendas irregulares das terras desta região prosseguiram mesmo com a rejeição do governo do Estado em 1935 o senhor Alfredo Marcondes chega a fundar na capital da República a época a cidade do Rio de Janeiro, a Companhia Imobiliária e Agrícola Sul-Americana.
Após a morte de Alfredo Marcondes, novos grileiros ocupavam a região como Sebastião Camargo, o povoado de Rosana, foi fundado com tal denominação tendo em vista o nome da filha de Camargo. No ano de de 1954, a Imobiliária e Colonizadora Camargo Correia lançou um edital de loteamento da recém fundada cidade de Rosana. O Estado embargou o loteamento na justiça, por se tratar de terras públicas. O dono da empresa não esperou a sentença e começou a vender os lotes. Neste mesmo ano, na Assembléia Legislativa, começou a batalha parlamentar a respeito da peleja do Pontal: de um lado existiam os deputados simpáticos aos grileiros que queriam revogar os decretos das reservas florestais; de outro os deputados que defendiam a manutenção daquelas áreas, em nome do interesse público.
A grilagem de terras continuou sendo um elemento estruturante da questão agrária no Pontal do Paranapanema. Este elemento, evidentemente, gerou conflitualidades entre grileiros e camponeses, grupo que cresceu de forma exponencial a partir da segunda metade do século XX. Em Santo Anastácio, a Liga Camponesa estabelecida em abril de 1946 sob influência do PCB – Partido Comunista Brasileiro representava os interesses dos pequenos agricultores e trabalhadores rurais, ou seja, da classe trabalhadora rural, por conseqüência fortalecendo o partido na região (WELCH, 2009).
Além da defesa dos interesses dos camponeses as ligas lutavam pela reforma agrária, sendo assim, vista pela por latifundiários como ameaça a ordem e a propriedade privada. A Liga fora compreendida como uma organização representativa, por parte da classe trabalhadora rural. Em junho de 1946 a Liga fora fechada. Também, diante das repressões do Estado, o PCB foi fechado e posto na ilegalidade obrigando a manter relações clandestinas durante a década de 1950. As ligas camponesas no Pontal foram uma breve experiência de organização dos camponeses na luta contra a grilagem que se consolidara somente quatro décadas depois, ou seja, na década de 1990 com a chegada do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Flora. Na década de 1940 inicia-se na região um amplo processo de desmatamento e ocupação agrícola para implantação de fazendas de criação de gado, cultivo de algodão e amendoim. Muitas fazendas da região foram construídas através do abuso do trabalho de posseiros e imigrantes que trabalhavam com a promessa de posteriormente poder produzir na área, mas acabavam sendo expulsos ou eliminados das terras.
A expansão da fronteira agrícola e da criação de pasto para gado bovino provocou graves impactos ambientais, como: erosão, exaustão do solo, assoreamento dos córregos, etc. Na mesma década o governo estadual criou três reservas florestais para conservação da fauna e flora, sendo elas: Lagoa São Paulo, Morro do Diabo e Grande Reserva do Pontal. Dentre as reservas criadas apenas a reserva florestal Morro do Diabo restou, as outras foram consumidas pelo avanço da pastagem. O desmatamento ocorreu de maneira intensa no período de 1945 a 1965 contribuindo para o processo de degradação do meio ambiente e destruição das reservas florestais existentes no Pontal do Paranapanema.
Assim sendo, além do próprio Parque Estadual do Morro do Diabo, restaram no Pontal alguns fragmentos isolados que, desde 1980, têm sido alvo incessante das lutas conservacionistas de organizações e ambientalistas preocupadas em mantê-los a todo custo, mesmo porque o diploma legal que criou a Grande Reserva do Pontal não foi revogado, estando os mesmos inseridos neste espaço geográfico.
O Instituto de Pesquisas Ecológicas desenvolve na região do Pontal do Paranapanema, projetos de manejo conservacionista, no qual diversas atividades são realizadas para promover a conservação da biodiversidade local. Uma atividade realizada é a implementação de corredores florestais, outra atividade executada para facilitar o fluxo gênico, são os “Trampolins Ecológicos”, que são pequenas manchas de árvores que aumentam a conectividade entre fragmentos florestais. A partir dessa estratégia, busca-se a mudança do paradigma de para corredores ecológicos, ou redes compostas por conjuntos de Unidades de Conservação sob diferentes características de manejo, incluindo os remanescentes florestais sob domínio privado, distribuídos em áreas representativas das diferentes comunidades florísticas e faunísticas dos ecossistemas amazônicos e da Mata Atlântica

Parque Estadual Morro do Diabo (antigamente denominada Serra do Diabo). O Parque Estadual Morro do Diabo é um parque brasileiro que situa-se no Pontal do Paranapanema, município de Teodoro Sampaio, extremo oeste do Estado de São Paulo. Criado pelo Decreto-Lei n. 25.342 de 4 de junho de 1986, com uma área de 33.845,33 ha. Em seu relevo destaca-se o Morro do Diabo, elevação de 600 metros acima do mar. Não se sabe ao certo as origens do nome dessa elevação, há algumas lendas, como a de que a região seria um cemitério indígena (nunca comprovado por expedições antropológicas) e de que homens brancos foram assassinados pelos índios da região na época do Brasil Colônia como vingança pelas atrocidades cometidas por bandeirantes. Esta unidade de conservação constituía, junto com a Grande Reserva do Pontal do Paranapanema e a Reserva Lagoa São Paulo, um dos maiores trechos de Mata Atlântica do interior de São Paulo. Essas reservas, criadas na década de 1940, estão bastante reduzidas, sendo que o Parque Estadual do Morro do Diabo é a única que não sofreu grandes alterações.
O Município de Teodoro Sampaio é um município brasileiro do estado de São Paulo. Localiza-se no Pontal do Paranapanema. Sua população estimada em 2018 era de 23.019 pessoas, segundo o IBGE. O município é formado pela sede e pelo distrito de Planalto do Sul. Historicamente, ocupa terras que faziam parte da Fazenda Cuiabá. A escritura da fazenda é datada de 11 de janeiro de 1853, transcrita em 28 de junho de 1885, em Santa Cruz do Rio Pardo, no livro nº 04, folha 15, assim como as demais terras ocupadas no Pontal do Paranapanema, as da Fazenda Cuiabá também foram griladas. Nessa época todas as terras pertencentes a Alta Sorocabana até o espigão do Rio do Peixe, pertenciam à Comarca de Santa Cruz do Rio Pardo. A sede da Fazenda Cuiabá ficava no local onde hoje se localiza Cuiabá Paulista, distrito do município de Mirante do Paranapanema. Após sucessivas vendas, a fazenda foi dividida em três quinhões, conforme decisão judicial processada pelo Juiz de Direito de Presidente Prudente, transcrita e julgada em 20 de maio de 1925, folha nº 25, livro 3-A, no Registro Imobiliário de Presidente Prudente.
Depois da aquisição de parte da Fazenda Cuiabá, o Coronel Pires parou com as atividades na região, aguardando o término de diversas ações judiciais em pendência, inclusive ação discriminatória, pois na época, surgiram várias pessoas dizendo ser portadoras de títulos de propriedade sobre as terras da Fazenda Cuiabá, entre eles o Sr. Labieno da Costa Machado, fundador de Garça e também de Costa Machado, distrito do município de Mirante do Paranapanema. Após o término do julgamento de todas as ações, o Coronel Pires vende, em 30 de abril de 1951, os 1.200 alqueires da Fazenda Cuiabá, à "Organização Colonizadora Engenheiro Theodoro Sampaio S/C", firma fundada em 18 de outubro de 1950, na cidade de Marília, por José Miguel de Castro Andrade e Odilon Ferreira. O nome da firma colonizadora foi uma homenagem ao ilustre Engenheiro baiano Teodoro Fernandes Sampaio. Crescia a cidade e com ela o desejo de uma rápida emancipação político-administrativa. Em 28 de fevereiro de 1964, a Lei nº 8.092 criava o município de Teodoro Sampaio, desmembrando-se do município de Marabá Paulista. O Governador do Estado na época, era o Sr. Adhemar Pereira de Barros.Em 7 de setembro de 1964 chega o primeiro trem à Teodoro Sampaio vindo de Presidente Prudente, através do ramal de Dourados.
A primeira eleição para prefeito e vereadores do município ocorreu em 15 de novembro de 1964, sendo eleitos o Prefeito José Natalício dos Santos (popular Natal) e o Vice-Prefeito Pedro Ginez Abellan. A posse da 1ª Câmara Municipal ocorreu em 21 de março de 1965, data esta em que se comemora a emancipação político-administrativa do município de Teodoro Sampaio. O município de Teodoro Sampaio foi elevado à categoria de "comarca" pela Lei Estadual nº 3.396, de 16 de junho de 1982, tendo sido instalada em 14 de janeiro de 1983.
Com 2.879,8 km², Teodoro Sampaio era o maior município do Estado de São Paulo em extensão territorial e estava assim constituído: Teodoro Sampaio (Sede), Rosana, Porto Primavera, Euclides da Cunha Paulista, Planalto do Sul (Distritos) e Santa Rita do Pontal (Bairro rural). O distrito de Rosana foi criado em 31 de dezembro de 1963, pela Lei nº 8.050, com território pertencente ao município de Presidente Epitácio. Em 27 de Janeiro de 1966, ocorre a instalação do distrito e, através de um plebiscito, o distrito de Rosana passa a pertencer ao município de Teodoro Sampaio. O distrito de Euclides da Cunha Paulista foi criado em 23 de dezembro de 1981, Lei nº 3.198. Em 5 de novembro de 1989, realizaram-se os plebiscitos sobre a emancipação dos distritos de Rosana e de Euclides da Cunha Paulista. 96% dos eleitores de Rosana, e 94% de Euclides da Cunha Paulista, votaram a favor da emancipação. Os municípios de Rosana e Euclides da Cunha Paulista foram criados através da Lei nº 6.645, de 9 de Janeiro de 1990, sancionada pelo Governador Orestes Quércia. A instalação dos novos municípios ocorre em 1º de Janeiro de 1993, com a posse dos Prefeitos Jurandir Pinheiro, em Rosana, e José Carlos Mendes, em Euclides da Cunha Paulista. E o também distrito Porto Primavera passa a pertencer a Rosana. O município de Rosana ficou com uma área de 740,6 km², e o de Euclides da Cunha Paulista com 578,6 km². Com o desmembramento, o município de Teodoro Sampaio ficou com a seguinte formação: Teodoro Sampaio (Sede), distrito de Planalto do Sul e as glebas Água Sumida e Ribeirão Bonito. Nos últimos anos, o município ficou conhecido por ser o epicentro de conflitos de terras no Pontal do Paranapanema, onde o MST reivindica o uso destas para reforma agrária, alegando que os títulos de posse dos proprietários são falsos e frutos de grilagem. O município de Teodoro Sampaio possui em seu território o Parque Estadual do Morro do Diabo, um dos últimos remanescentes de Mata Atlântica do Estado de São Paulo, local de habitat do Mico Leão Preto, espécie ameaçada de extinção.
São Vicente e Praia Grande, litoral centro-Sul de São Paulo. Entre o período colonial (Capitania) e a República, Praia Grande foi sesmaria, sítios e finalmente bairro continental de São Vicente. Em 1967 a cidade emancipou-se após um longo períodos de lutas políticas impulsionadas por moradores locais e veranistas paulistanos e do interior.
SÃO VICENTE NAS TELAS DE BENEDITO CALIXTO


Morro dos Barbosas e Biquinha de Anchieta no final século XIX e início do XX

Praia do Guamium no Mar Pequeno.



Porto de Martim Afonso. Ao fundo a Ponte Pênsil ligando a ilha de São Vicente ao continente. Cartão postal dos anos 1950.
FAROL DA ILHA DA MOELA. Construído entre 1830 e 1852 para orientar embarcações que trafegam na Bacia de Santos. Está localizado na região costeira de Praia Grande, à 24 quilômetros da estátua de Iemanjá. É administrado pelo Ministério da Marinha. Foto: Irandy Ribas. A Tribuna, 2010. Novo Milênio.
Projeto de Defesa do Porto de Santos elaborado pelo oficial militar Erico de Oliveira no final do século XIX.

Guarujá, litoral centro-Norte. Em 1892, surge a Companhia Prado Chaves, que tem por finalidade a criação de uma vila balneária na praia de Pitangueiras e a exploração do turismo na ilha. Para a vila, são encomendadas 46 casas de madeira nos Estados Unidos e um hotel de luxo, contando inclusive com um cassino. O hotel, batizado de La Plage, foi também construído com a mesma madeira com que foram feitas as casas. Além da vila, a Companhia construiu uma linha férrea ligando o estuário de Santos à praia de Pitangueiras, batizada de Tramway de Guarujá, bem como o primeiro serviço regular de navegação entre Santos e Guarujá. O empreendimento é inaugurado em 2 de setembro de 1893 e torna-se reduto da classe alta paulistana durante o verão, inclusive com a presença do presidente do Estado e de seus secretários. Esta data é também considerada a de fundação do município, quando Guarujá foi promovido a Vila Balneária.

Baía de Santos e ilha de São Vicente, litoral centro-sul. Atribui-se a fundação de Santos a Brás Cubas, sertanista português que, em 1536, recebeu a mais vasta sesmaria do litoral da Capitania de São Vicente. Em 1543, Brás Cubas instalou às margens da baía a Casa de Misericórdia de Todos os Santos para abrigar doentes dos navios que chegavam da metrópole. O povoado, com nome simplificado de Santos foi elevado à categoria de vila em 1545.

Divisa de São Vicente-Santos: Ilha Urubuqueçaba e aos fundos os morros do Itararé e José Menino e suas respetivas praias. Foto: Viver em São Vicente e Região.

Itanhaém. Martim Afonso de Sousa, líder desta expedição, durante os dois anos em que permaneceu na região de São Vicente, teria fundado o núcleo original da cidade de Conceição de Itanhaém em 22 de abril de 1532, à margem oriental da foz do Rio Itanhaém, sob os pés do Morro do Itaguaçu[10] sendo, portanto, o segundo núcleo populacional criado pelos colonizadores portugueses no território brasileiro.

Cananéia. Em 24 de janeiro de 1502, chega no local a expedição exploratória com Gaspar de Lemos e Américo Vespúcio (Amerigo Vespucci) no comando, visando reivindicar e demarcar as novas terras e nomearam o local por Barra do Rio Cananor. Esta expedição trazia uma figura obscura da história brasileira, o degredado português Cosme Fernandes, conhecido como Bacharel de Cananéia, o qual tornou-se uma figura poderosa na região, vindo a possuir muitos escravos e não prestando obediência à coroa portuguesa. Anos depois, em 1531, Portugal enviou mais uma expedição, sob o comando de Martim Afonso de Sousa, que chegou na comunidade de Marataiama (antigo nome de Cananéia registrado no diário de navegação da expedição; Mara = mar e Tayama = terra). Este ano é considerado o da fundação oficial da Vila.

Iguape. Em 1532, pouco depois de chegar ao Brasil, Martim Afonso de Sousa ordenara a desocupação por Moschera e pelo Bacharel do território onde hoje está Iguape, que pertenceria à coroa portuguesa. Não sendo atendido, ordenou uma expedição chefiada por Pero de Góis que deveria executar a desocupação à força. Informados sobre a expedição, Moschera e o Bacharel, apoiados por indígenas flecheiros carijós, capturaram um navio corsário francês e desbarataram a força portuguesa, travando a Guerra de Iguapé, a primeira guerra entre europeus na América do Sul. Entre os anos de 1534 e 1536, as forças de Moschera e do Bacharel destruíram a vila de São Vicente, matando a maior parte da população, libertando os prisioneiros e incendiando o cartório onde estavam os registros oficiais do município, levando inclusive o Livro do Tombo, fonte oficial de informação sobre a região de Iguape e sobre seus fundadores. Após os ataques, Moschera retornou ao rio da Prata. A povoação de Iguape continuou sob o domínio do Bacharel de Cananeia e teve sua primeira igreja, em homenagem a Nossa Senhora das Neves, construída em 1537. A data de fundação de Iguape foi estabelecida em 3 de dezembro de 1538, ano em que Iguape e Cananeia se separaram. Em 1577, o povoado foi elevado à categoria de "Freguesia de Nossa senhora das Neves da Vila de Iguape", ano em que foi aberto o primeiro livro do tombo da Igreja de Nossa Senhora das Neves.

São Sebastião. É a cidade mais antiga do litoral norte. Antes da colonização portuguesa, a região de São Sebastião era ocupada por índios Tupinambás e Tupiniquins, sendo a serra de Boiçucanga uma divisa natural das terras das tribos. A ocupação portuguesa ocorre com o início da História do Brasil, após a divisão do território em Capitanias Hereditárias. Em 1608, aproximadamente, João de Abreu e Diogo de Unhate alegando "estarem na Capitania há muitas décadas, serem casados, terem filhos e terem ajudado às suas custas, nas guerras contra franceses, ingleses e índios inimigos" obtiveram sesmaria em São Sebastião sendo eles os sesmeiros que iniciaram a povoação com agricultura, pesca e alguns engenhos de madeira de cana-de-açúcar sendo, pois, os responsáveis pelo desenvolvimento econômico e a caracterização como núcleo habitacional e político. Isto possibilitou a elevação do povoado à categoria de vila em 16 de março de 1636 e a emancipação político-administrativa (elevação à categoria de cidade) em 20 de abril de 1875.=
ABC (D) PAULISTA
Mauá, importante polo industrial e petroquímico da região do ABCD. Allan Lisboa. Wikipedia.
A Zona Sudeste da Grande São Paulo, mais conhecida como ABC Paulista, Região do Grande ABC, ABC, ABCD ou ainda ABCDMRR é uma região tradicionalmente industrial do estado de São Paulo, parte da Região Metropolitana de São Paulo, porém com identidade própria. A sigla vem das três cidades que, originalmente, formavam a região em um único município, sendo: Santo André (A), São Bernardo do Campo (B) e São Caetano do Sul (C). Às vezes, Diadema (D) é incluída na sigla.
A sigla foi dada em ordem alfabética no ato de suas fundações, devido à influência da religião católica na região, fato este que deu a origem da sigla "ABC" Paulista, a região dos três santos de São Paulo. É relativamente comum encontrar também ABCDMRR que também inclui, além de Diadema, os municípios de Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.
Aspectos gerais. Apesar de não contribuírem à sigla original, também fazem parte da região Mauá, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra (pois eram extensão do município de Santo André, antes da divisão) e Diadema. A Represa Billings banha 6 dos 7 municípios da região, exceto São Caetano do Sul. Os 7 municípios somados perfazem uma área de 825 km², e reúnem uma população de mais de 2,5 milhões de habitantes (estimativa do IBGE para 2007).
Em Santo André estão ainda localizados os distritos de Parque Capuava e Paranapiacaba, bem como o subdistrito de Utinga, também chamado de 2º subdistrito. Em São Bernardo do Campo, o distrito de Riacho Grande e o bairro de Rudge Ramos; Os bairros de Piraporinha e de Eldorado, em Diadema. Em Mauá, os bairros de Jardim Zaíra, Bairro Capuava, Jardim Guapituba não constituem legalmente distritos, mas desempenham funções polarizadoras em suas respectivas áreas. Em Ribeirão Pires está o distrito de Ouro Fino Paulista.
São Caetano do Sul é o município com menor área territorial do Grande ABC, com 15,3 km²; a menor população residente é a de Rio Grande da Serra (42 405 habitantes em 2007). São Bernardo do Campo possui a maior população residente (781 390 habitantes em 2007) e também a maior área (406 km², quase a metade de toda a região).
O acesso da cidade de São Paulo a esta região é feito principalmente pelas rodovias Anchieta e Imigrantes, pelas avenidas Cupecê, Engenheiro Armando de Arruda Pereira, dos Bandeirantes, do Estado, Salim Farah Maluf, Anhaia Melo, Oratório e pelos corredores de trólebus e pelos trens urbanos da CPTM.
A história da região do ABC Paulista começa com sua ocupação pelos indígenas e pelos portugueses que, liderados por Martim Afonso de Sousa e João Ramalho, fundaram em 1553 a vila de Santo André da Borda do Campo, de onde se iniciou a ocupação de todo o planalto paulista e que daria origem, no ano seguinte, à vila de São Paulo de Piratininga, a atual cidade de São Paulo. Passados alguns anos a vila de Santo André foi extinta, e os habitantes transferidos para São Paulo.
Em 1717 surge a fazenda São Bernardo, de monges beneditinos, na mesma região da antiga vila de Santo André da Borda do Campo. Um século depois é fundada a freguesia de São Bernardo e, em 1889, a região é transformada em município. No século XX, movimentos emancipacionistas conseguem a divisão da cidade de São Bernardo, surgindo os atuais sete municípios do Grande ABC.
São Bernardo do Campo conta com a maior população estimada do ABC (833.240 habitantes, de acordo com as estimativas de 2018 do IBGE). Na cidade está localizada mais de 70% da represa Billings, e parques cincundantes à represa, como o do Estoril, localizado nas imediações do Riacho Grande, com acesso pela Rodovia Caminho do Mar.
Com a Lei Complementar nº 1.139, de 16 de junho de 2011, aprovada pela Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, e, consequentemente, com o Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado da Região Metropolitana de São Paulo (PDUI), os municípios da Região Metropolitana de São Paulo também passaram a ser zoneadas de acordo com as sub-regiões da capital. Desta forma os municípios da região, juntamente com os bairros da Zona Sudeste do município de São Paulo passam a formar a Zona Sudeste da Grande São Paulo.
Indústria e Sindicatos. A região conhecida como ABC Paulista, que a partir do século XX já representa o maior bairro industrial da grande São Paulo, ganhou prestígio no cenário nacional desde os anos 1950, período de considerável expansão industrial no Brasil e da instalação das montadoras de automóveis na região. O ABC é marcado historicamente por ser o primeiro centro da indústria automobilística brasileira. A região é sede de diversas montadoras, como Mercedes-Benz, Ford, Volkswagen e General Motors, entre outras. No entanto, o setor de serviços também vem crescendo significativamente. Por exemplo, a base das operações, atualmente encerradas, da America Online, no Brasil, ficava em Santo André.
Ribeirão Pires, a única estância turística da Região Metropolitana de São Paulo e do Grande ABC.
A presença de indústrias desse porte fez com que a região fosse o berço do movimento sindical contemporâneo no Brasil. As greves dos operários foram fortes no final da década de 1970, o que resultaria na fundação do Partido dos Trabalhadores (PT) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT), no início da década seguinte.
Esta força sindical concentrada em uma só região (do ABC) tomou dimensões gigantescas e, mesmo com seu caráter importante para defender os trabalhadores brasileiros, também teve uma contribuição negativa; considerando que muitas plantas de grandes indústrias deixaram de se instalar ou migraram a outras regiões do país. São exemplos: a FIAT em Minas Gerais e a Ford, dentre outras, e toda a rede de fornecedores que abastecem estas megaindústrias.
Todo este caráter político-social também se refletiu nas artes e cultura da região, principalmente no teatro. Grupos e espetáculos foram criados nesta época, refletindo bem sua realidade. Esta crescente manifestação cultural acabou germinando em grupos de teatro que ainda hoje são atuantes.

Santo André. O nome do município remonta à antiga vila de Santo André da Borda do Campo, que existiu na região do Grande ABC no início do período colonial. Esse povoado foi fundado por João Ramalho, genro do chefe tupiniquim Tibiriçá, em algum momento entre a sua chegada à América, no início do século XVI e 1532. No dia, 8 de abril de 1553, o povoado em que vivia foi elevado ao estatuto de vila pelo então governador-geral do Brasil Tomé de Sousa. Em 1558, Ramalho passou a governar a vila como alcaide-mor. Em 1560, devido aos conflitos com os povos indígenas da Confederação dos Tamoios, o governador-geral Mem de Sá ordenou a transferência da vila para os campos de Piratininga, onde, desde 1554, já se localizava o Colégio de São Paulo - erguido no atual Pátio do Colégio.

São Bernardo do Campo. A origem da cidade remonta a 1553, quando é oficializada a Vila de Santo André da Borda do Campo, fundada pelo português João Ramalho, junto a seu sogro Tibiriçá. A Vila foi o primeiro núcleo de povoamento do território brasileiro fora do litoral. O nome do município provém da Fazenda de São Bernardo, fundada pelos monges beneditinos em 1717, origem da ocupação moderna da cidade.
Em 1877, a já decadente Fazenda de São Bernardo é desapropriada pelo Império, e sedia, de acordo com os planos do então governador da Província de São Paulo, João Teodoro Xavier, um dos núcleos coloniais instalados nas cercanias de São Paulo. Além do Núcleo Colonial de São Bernardo, são criados também os de São Caetano, Glória e Santana. Se inicia assim o estabelecimento das primeiras levas de imigrantes em São Bernardo, notadamente de italianos, especialmente os vênetos, mas também com destaque para os alemães e poloneses. Dos quatro núcleos coloniais estabelecidos, São Bernardo era o maior deles e o que, oficialmente, durou mais tempo. Sua sede foi instalada no antigo casarão que era a residência da fazenda de Francisco Bonilha, o Alferes Bonilha, um dos mais proeminentes e participativos cidadãos do lugar no Século XIX. Entre 1887 e 1891, o núcleo ainda seria ampliado junto as suas "linhas", tais como "Borda do Campo", "São Bernardo Novo", "Galvão Bueno", "Capivary", "Rio dos Meninos", "Jurubatuba", entre outras, a maior parte delas, responsáveis diretas e indiretas pela formação da maioria dos atuais bairros da cidade. Em 1894 e 1897, respectivamente, abrem-se as duas últimas linhas coloniais: Campos Salles e Bernardino de Campos. Em 1898, as linhas mais antigas se emancipam. Em 1902, todas as terras que compunham o núcleo são oficialmente devolvidas ao município, extinguindo-se assim a tutela estadual ou federal sobre o núcleo. Entre 1876 e 1897, um total de 1535 imigrantes se estabelecem no núcleo, sendo 1255 italianos, 168 alemães, 75 austríacos e 37 nacionais. Destes últimos, 11 eram provenientes do Pilar (atual Mauá), 2 do Estado do Ceará e 24 de Santo Amaro. Entre 1890 e 1897, ainda recebe 420 poloneses, 10 húngaros, 11 dinamarqueses, 13 franceses, 8 suíços, 5 portugueses, 4 espanhóis, dois armênios provindos da Argentina, além de alguns alemães provenientes de colônias de Santa Catarina. Para efeitos de comparação, até a chegada do núcleo colonial, São Bernardo possuía cerca de 157 moradores. Em 1897, já contava com 2170.
Freguesia e Município. Em 1812, o Marquês de Alegrete eleva São Bernardo à freguesia do então Município de São Paulo, pela Resolução Régia de 23 de setembro de 1812, abrangendo todas as atuais cidades da Região do Grande ABC. Anos mais tarde, por força da Lei Provincial nº 38, de 12 de março de 1889, São Bernardo adquire o status de vila Apesar de oficializado ainda durante o Império, o município só é instalado de fato em 1890, já durante o regime republicano, com o nome de São Bernardo.[2
A abertura da São Paulo Railway, em 1867, ligando São Paulo a Santos, corta todo o território do município de norte a sul. Porém, a estrada de ferro passa longe da sede do município (a atual São Bernardo do Campo). O entorno da estação de São Bernardo (atual Santo André), distante oito quilômetros da sede do município e conhecida por Bairro da Estação, ou "Estação São Bernardo" experimenta um acelerado processo de desenvolvimento a partir da inauguração da ferrovia, assim como os distritos do município servidos por ela: São Caetano, Ribeirão Pires, Pilar (Mauá), Rio Grande (Rio Grande da Serra) e Alto da Serra (Paranapiacaba). A ferrovia desvia o fluxo de cargas entre o interior da província e Santos. São Bernardo, cortada pelo Caminho do Mar, experimenta um longo período de estagnação. Os tropeiros, que antes cortavam o núcleo urbano da cidade diariamente por conta das viagens entre São Paulo e Santos, desaparecem junto a suas tropas de mulas e seus pousos ao longo do caminho. Já os distritos cortados pela ferrovia, florescem e se industrializam rapidamente, principalmente a partir do final do século XIX e início do século XX.
Ao longo dos anos, o desenvolvimento trazido pela SPR impulsiona estes locais, o que leva a administração do município a criar vários distritos em São Bernardo, os quais dariam origem a atuais cidades da região. Em 1896 é criado o Distrito de Paz de Ribeirão Pires e em 1907 é criado o Distrito de Paz de Paranapiacaba, ambos no município de São Bernardo.
Rebaixamento e Autonomia. Por força da Lei nº 1.222-A, de 14 de dezembro de 1910, é criado o Distrito de Paz de Santo André, compreendendo o Bairro da Estação. Em 1916 é criado o Distrito de Paz de São Caetano e em 1934, é criado o Distrito de Paz de Mauá.
Em 1938, em pleno regime ditatorial da era Vargas, o interventor federal Ademar de Barros determina, pelo Decreto nº 9.775, de 30 de novembro de 1938, que o distrito de Santo André passa a ser a sede do município, e não mais a Vila de São Bernardo, o que se justificaria pela maior prosperidade do núcleo/distrito de Santo André, em virtude da proximidade com a ferrovia. O próprio nome do município é alterado para Santo André. A antiga sede municipal, emancipada desde 1889, passa a ser considerada como o Distrito de São Bernardo parte, agora, de Santo André.
A partir deste rebaixamento político-administrativo, moradores de São Bernardo fundam a "Associação Amigos de São Bernardo" com o objetivo de recuperar a autonomia do município, conquistado em 30 de novembro 1944 (Decreto-Lei nº 14.334, de 30 de novembro de 1944) e oficializada em 1° de Janeiro de 1945, com a instalação do município de São Bernardo do Campo, desmembrado de Santo André, tendo como primeiro prefeito Wallace Cochrane Simonsen, presidente da associação que almejava a recuperação da autonomia.
Em 1948 é criado o Distrito de Diadema, no município de São Bernardo do Campo, pela Lei nº 233, de 24 de dezembro de 1948 compreendendo Vila Conceição, os bairros Piraporinha, Eldorado e parte do Taboão. Em 1958 ocorre um plebiscito pelo qual este distrito obtém sua emancipação política, vindo a tornar-se, em 1959, o município de Diadema.
Industrialização e crescimento
Wallace Simonsen, 4º da esq-dir, em 1 de janeiro de 1945, quando da instalação do município.[
A abertura da São Paulo Railway em 1867, cortando o território do antigo município (correspondente as atuais sete cidades do chamado Grande ABC) ao meio, de norte a sul, foi o marco indutor das primeiras experiências industriais em São Bernardo, porém, restritas as áreas lindeiras a ferrovia, fizeram prosperar os Distritos de Santo André e São Caetano, enquanto a atual São Bernardo do Campo, longe de sua própria estação, experimentava uma experiência baseada em indústrias de pequeno porte. No território correspondente ao atual Município de São Bernardo do Campo, o pioneirismo coube a Bortolo Basso, que com a força das águas do Rio Grande, hoje o principal formador da Represa Billings, instalou no município a primeira serraria, em fins do século XIX. A atividade madeireira, a época, era a mais praticada e exercida. Outro dos pioneiros, Ítalo Setti, instalou uma fábrica de charutos, denominada "A Delícia". A abundância da atividade madeireira e a instalação de mais serrarias, possibilitou a criação das primeiras indústrias de móveis, em um ofício dominado principalmente por italianos e alemães.
Nas quatro primeiras décadas do século XX o parque industrial moveleiro de São Bernardo do Campo cresce vertiginosamente. Ainda incipiente se comparado ao desenvolvimento industrial alcançado pelos antigos bairros, e hoje municípios de Santo André e São Caetano, era extremamente significativo para a realidade da cidade, que viu pequenas fábricas quase artesanais tornarem-se grandes indústrias do ramo. A qualidade dos móveis, deu para São Bernardo o títiulo de "capital do móvel", com estes produtos atingindo todo o Estado e também outros estados do país.
A abertura da Via Anchieta, e sua inauguração, em 1947, transfiguraram a cidade definitivamente. Assim como a ferrovia, no passado, havia deslocado a indústria, serviços e comércio, além dos grandes núcleos urbanos formados ao redor dela - deixando São Bernardo estagnada ao lado do velho Caminho do Mar, a Via Anchieta, cortando o território do município desde a divisa com São Paulo, a norte, até a divisa com Cubatão, no extremo sul, aliada a política de industrialização dos anos Vargas e JK e também ao rodoviarismo, transformaram a cidade em pólo estratégico para a implantação de indústrias. Grandes terrenos disponíveis e a estratégica posição entre São Paulo e Santos fizeram com que, a partir dos anos 50 do século XX São Bernardo experimentasse um crescimento sem precedentes. As pioneiras foram Varam Motores e Brasmotor (depois, Brastemp), que traziam veículos desmontados e semi desmontados da Europa e Estados Unidos, e os montavam aqui.
Além delas, se multiplicaram ainda nos anos 1940 as tecelagens. Na mesma época a cidade ganhou até mesmo uma fábrica de discos: a Odeon. Já no governo Juscelino Kubitschek, a política de atração de multinacionais e da criação da indústria automobilística brasileira tornou São Bernardo do Campo sede de praticamente todas as grandes indústrias do ramo: Willys-Overland, Volkswagen (primeira unidade fora da Alemanha),Toyota, Mercedes-Benz, Scania, Karmann-Ghia, Simca, Chrysler, IBAP, Ford, Volkswagen Caminhões além de, literalmente, centenas de indústrias de auto peças, converteram a antiga vila, estagnada, em uma das maiores concentrações industriais do planeta, e com sua população crescendo vertiginosamente entre 1950 e 1970.
Nesse período, São Bernardo saltou de uma população inferior a 40 mil habitantes para mais de 200 mil habitantes. Nos anos 1980, atingiria a marca de mais de 420 mil habitantes.

A Volkswagen Brasil é um das filiais do Grupo Volkswagen. Fundada em 1953, a filial no Brasil depois da China, é onde a montadora alemã tem maior presença fora de sua sede. Sua origem remonta a 1950 a partir da ideia de Heinz Nordhoff, então presidente da Volkswagen na Alemanha, de expandir seus mercados para novos países. Durante a sua existência, a Volkswagen do Brasil tem desenvolvido modelos próprios e variantes adequadas para diversos mercados na América Latina e África, substituindo ou complementando modelos projetados para a Europa. A Volkswagen do Brasil possui três fábricas de automóveis, em São Bernardo do Campo (SP), São José dos Pinhais e Taubaté (SP) e uma de motores em São Carlos (SP).


Imagem. Fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo. Década de 1970. Ao fundo é possível observar o Jardim Andrea Demarchi e a Igreja da Paróquia Santa Maria. Vastas áreas do Bairro Demarchi e adjacências também aparecem, todas ainda pouco ocupadas
As origens da Volkswagen, na Alemanha e em São Bernardo. Fundada em 1937, a indústria de automóveis Volkswagen iniciou sua existência como uma empresa estatal alemã . À época, vigorava naquele país o regime nazista, cujos dirigentes criaram a firma com o objetivo de fabricar em massa o chamado “carro popular”, o “Volkswagen” – no Brasil conhecido como “Fusca” . Em 1934, antes mesmo do surgimento da companhia, o governo alemão havia contratado o engenheiro Ferdinand Porsche para o desenvolvimento do projeto do Volkswagen, cujo desenho original este entregara ao ministério dos transportes germânico em janeiro do mesmo ano. Em 1938, teve inicio a construção da fábrica principal da empresa e de uma cidade – posteriormente denominada Wolfsburg - para abrigar as instalações industriais e seus milhares de funcionários .
Com o início da II Guerra Mundial, a indústria, ainda inacabada, teve a maior parte de sua produção direcionada para a fabricação de veículos militares, incluindo uma versão militar do “fusca” . Após o final da guerra e dos reparos aos danos causados pelos bombardeios sofridos pela fábrica, a produção do Volkswagen vai aos poucos atingindo grandes volumes e inicia-se sua exportação para diversos países .
No final do ano de 1950, a Cia. Distribuidora Geral Brasmotor anunciou a montagem deste automóvel em suas instalações em São Bernardo do Campo e sua revenda no Brasil . Entre fevereiro de 1951 e junho de 1953, data da expiração de seu contrato com a Volkswagen, a Brasmotor montou 1274 Fuscas em São Bernardo do Campo .
Nesse mesmo ano de 1953, a Volkswagen transferiu suas operações para um galpão no bairro do Ipiranga, na capital paulista, ao mesmo tempo em que manifestava intenções de construir uma fábrica no Brasil para produção – e não mais apenas montagem – de automóveis, respondendo às sinalizações do governo brasileiro no sentido da criação de políticas favoráveis à implantação da indústria automobilística no país.
Em maio de 1955, após um período de indefinições – no qual se inseria a crise política associada ao suicídio do presidente Vargas – a Volkswagen anunciou a construção da fábrica na Via Anchieta, a qual apenas começaria, de fato, após a vitória de Juscelino Kubitschek nas eleições presidenciais de outubro do mesmo ano . A partir do ano seguinte, o apoio efetivo do novo presidente seria fundamental para a continuidade do processo da industrialização automotiva no país, sobretudo através da criação do GEIA (Grupo Executivo da Indústria Automobilística), o qual estabeleceu um cronograma de nacionalização progressiva dos automóveis montados no país, que deveriam chegar a ter, em meados de 1960, entre 90% e 95% de seu peso constituído por material fabricado no Brasil. Em 1956, um relatório da matriz da Volkswagen – que na época ainda era uma empresa estatal alemã – repercutia o encaminhamento da política industrial brasileira e justificava a criação da fábrica em São Bernardo do Campo com as seguintes palavras: “Como resultado das fortes restrições de importação por parte do governo brasileiro, a importação de produtos completos e veículos desmontados são extremamente difíceis. No ano em análise, a subsidiária preparou-se para começar a produzir parcialmente vans internamente no decorrer de 1957.Para isso, foi construída uma fábrica em São Bernardo, próximo a São Paulo.
No segundo semestre de 1957, com a fábrica da Via Anchieta já operando, a Volkswagen apresentou os primeiros utilitários Kombi produzidos no Brasil, com um índice de nacionalização de 50% . No final desse ano, a empresa já oferecia trabalho a cerca de 800 funcionários em São Bernardo do Campo .
No dia 18 de novembro de 1959, aconteceu a inauguração oficial da fábrica na Via Anchieta, a qual contou com a presença do presidente Kubitschek, do engenheiro Heinz Nordhoff, diretor mundial da VW – um dos responsáveis pelo sucesso da empresa no pós-guerra – e de Lúcio Meira, presidente do BNDE e do GEIA. A esta altura a Volkswagen já empregava quase 8 mil funcionários, fabricando o Fusca e a Kombi, com altos índices de nacionalização.
Nas duas décadas seguintes a empresa consolidaria a posição de maior indústria automobilística do Brasil, ultrapassando a impressionante barreira dos 27 mil empregados e fazendo do Fusca o carro mais vendido do país.
Com o início da II Guerra Mundial, a indústria, ainda inacabada, teve a maior parte de sua produção direcionada para a fabricação de veículos militares, incluindo uma versão militar do “fusca” . Após o final da guerra e dos reparos aos danos causados pelos bombardeios sofridos pela fábrica, a produção do Volkswagen vai aos poucos atingindo grandes volumes e inicia-se sua exportação para diversos países .
No final do ano de 1950, a Cia. Distribuidora Geral Brasmotor anunciou a montagem deste automóvel em suas instalações em São Bernardo do Campo e sua revenda no Brasil . Entre fevereiro de 1951 e junho de 1953, data da expiração de seu contrato com a Volkswagen, a Brasmotor montou 1274 Fuscas em São Bernardo do Campo .
Nesse mesmo ano de 1953, a Volkswagen transferiu suas operações para um galpão no bairro do Ipiranga, na capital paulista, ao mesmo tempo em que manifestava intenções de construir uma fábrica no Brasil para produção – e não mais apenas montagem – de automóveis, respondendo às sinalizações do governo brasileiro no sentido da criação de políticas favoráveis à implantação da indústria automobilística no país.
Em maio de 1955, após um período de indefinições – no qual se inseria a crise política associada ao suicídio do presidente Vargas – a Volkswagen anunciou a construção da fábrica na Via Anchieta, a qual apenas começaria, de fato, após a vitória de Juscelino Kubitschek nas eleições presidenciais de outubro do mesmo ano . A partir do ano seguinte, o apoio efetivo do novo presidente seria fundamental para a continuidade do processo da industrialização automotiva no país, sobretudo através da criação do GEIA (Grupo Executivo da Indústria Automobilística), o qual estabeleceu um cronograma de nacionalização progressiva dos automóveis montados no país, que deveriam chegar a ter, em meados de 1960, entre 90% e 95% de seu peso constituído por material fabricado no Brasil. Em 1956, um relatório da matriz da Volkswagen – que na época ainda era uma empresa estatal alemã – repercutia o encaminhamento da política industrial brasileira e justificava a criação da fábrica em São Bernardo do Campo com as seguintes palavras: “Como resultado das fortes restrições de importação por parte do governo brasileiro, a importação de produtos completos e veículos desmontados são extremamente difíceis. No ano em análise, a subsidiária preparou-se para começar a produzir parcialmente vans internamente no decorrer de 1957.Para isso, foi construída uma fábrica em São Bernardo, próximo a São Paulo.
No segundo semestre de 1957, com a fábrica da Via Anchieta já operando, a Volkswagen apresentou os primeiros utilitários Kombi produzidos no Brasil, com um índice de nacionalização de 50% . No final desse ano, a empresa já oferecia trabalho a cerca de 800 funcionários em São Bernardo do Campo .
No dia 18 de novembro de 1959, aconteceu a inauguração oficial da fábrica na Via Anchieta, a qual contou com a presença do presidente Kubitschek, do engenheiro Heinz Nordhoff, diretor mundial da VW – um dos responsáveis pelo sucesso da empresa no pós-guerra – e de Lúcio Meira, presidente do BNDE e do GEIA. A esta altura a Volkswagen já empregava quase 8 mil funcionários, fabricando o Fusca e a Kombi, com altos índices de nacionalização.
Nas duas décadas seguintes a empresa consolidaria a posição de maior indústria automobilística do Brasil, ultrapassando a impressionante barreira dos 27 mil empregados e fazendo do Fusca o carro mais vendido do país.
Acervo, pesquisa e texto: Centro de Memória de São Bernardo do Campo

Estúdios da Vera Cruz em São Bernardo do Campo.
O que foi a Companhia Cinematográfica Vera Cruz - e porque ela foi tão importante para o cinema brasileiro
Revista RollingStone. Camilla Millan.
Publicado em 04/11/2020.
Em 4 de novembro de 1949, a Vera Cruz foi fundada, e acabou se transformando em um marco do cinema nacional
A Companhia Cinematográfica Vera Cruz surgiu em 4 de novembro 1949, em meio a uma efervescência cultural no estado de São Paulo. Fundada por Franco Zampari e sediada em São Bernardo do Campo, a produtora é um marco do cinema nacional, e representou uma mudança da indústria brasileira.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial e ditadura do Estado Novo, a vida paulista era tomada por uma cultura em agitação. Aparelhos culturais, como o Museu de Arte Moderna (MAM) e o Museu de Arte de São Paulo (MASP), foram inaugurados na década de 1940 - e o interesse pelo cinema só crescia.
NOVIDADE
Na época, as chanchadas estavam a todo vapor, com produções populares que evidenciavam o humor. O gênero fez sucesso em território nacional, principalmente devido aos filmes produzidos pela produtora Atlântida. Apesar de ser um gênero reprodutor de estereótipos e não ser bem-recebido pela crítica, os longas lotavam salas de cinemas do Brasil, mas não alcançavam outros países.
Assim, Zampari fundou a Vera Cruz com o objetivo de projetar o cinema brasileiro para o exterior. Ele chamou técnicos da Europa, investiu muito dinheiro com cenário, atores e câmeras - tudo para fazer com que o cinema nacional alcançasse padrões internacionais.
Empreitada internacional e declínio
Para conseguir alcançar o “padrão internacional de qualidade”, Zampari deixou de lado o cinema popular - atitude muito criticada até hoje. Os técnicos europeus da Vera Cruz não estavam familiarizados com a cultura brasileira, muito menos com o estilo cinematográfico do país.
Prezando por longas policiais e dramáticos, a Vera Cruz é criticada por uma abordagem superficial do Brasil e por lançar filmes a partir de moldes estrangeiros, como explicou a Enciclopédia Itaú Cultural - e essa estratégia teve consequências.
Sem apelo popular e sofrendo com a concorrência do cinema internacional, o dinheiro arrecadado em bilheteria não supria o orçamento dos filmes. Isso, adicionado à administração caótica da produção, levou ao endividamento e falência da empresa. Apesar de alguns filmes alcançarem sucesso internacional, a distribuição por meio da Columbia Pictures fazia com que o dinheiro não voltasse para a produtora.
Assim, os estúdios da Vera Cruz ficaram em atividade por apenas 5 anos, período no qual foram produzidos mais de quarenta longa-metragens - e um dos mais famosos é O Cangaceiro.

Cena de O Cangaceiro, sucesso internacional da Vera Cruz e destaque no Festival de Cannes, na França.
Legado
Apesar das diversas críticas à Vera Cruz, é notável que, com a empreitada, Zampari conseguiu profissionalizar diversas pessoas da indústria cinematográfica. Criou-se uma nova geração de profissionais capacitados e diferentes técnicas de filmagens que agregaram na produção brasileira.
A produtora alcançou grande sucesso com O Cangaceiro, que representou um dos primeiros filmes brasileiros a extrapolar, de fato, as fronteiras nacionais. Após muita insistência, o cineasta Lima Barreto conseguiu a aprovação para fazer um filme inspirado na cultura brasileira - mais especificamente, no bandoleiro Lampião.
O longa ganhou o prêmio de melhor filme de aventura e de melhor trilha sonora no Festival Internacional de Cannes. Outro lançamento icônico da Vera Cruz foi Sinhá Moça, que recebeu o Leão de Bronze, terceiro maior prêmio do Festival de Veneza.
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VERA CRUZ, A HOLYWOOD DO ABC

Estúdios da Vera Cruz em São Bernardo do Campo.
O que foi a Companhia Cinematográfica Vera Cruz - e porque ela foi tão importante para o cinema brasileiro
Revista RollingStone. Camilla Millan.
Publicado em 04/11/2020.
Em 4 de novembro de 1949, a Vera Cruz foi fundada, e acabou se transformando em um marco do cinema nacional
A Companhia Cinematográfica Vera Cruz surgiu em 4 de novembro 1949, em meio a uma efervescência cultural no estado de São Paulo. Fundada por Franco Zampari e sediada em São Bernardo do Campo, a produtora é um marco do cinema nacional, e representou uma mudança da indústria brasileira.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial e ditadura do Estado Novo, a vida paulista era tomada por uma cultura em agitação. Aparelhos culturais, como o Museu de Arte Moderna (MAM) e o Museu de Arte de São Paulo (MASP), foram inaugurados na década de 1940 - e o interesse pelo cinema só crescia.
NOVIDADE
Na época, as chanchadas estavam a todo vapor, com produções populares que evidenciavam o humor. O gênero fez sucesso em território nacional, principalmente devido aos filmes produzidos pela produtora Atlântida. Apesar de ser um gênero reprodutor de estereótipos e não ser bem-recebido pela crítica, os longas lotavam salas de cinemas do Brasil, mas não alcançavam outros países.
Assim, Zampari fundou a Vera Cruz com o objetivo de projetar o cinema brasileiro para o exterior. Ele chamou técnicos da Europa, investiu muito dinheiro com cenário, atores e câmeras - tudo para fazer com que o cinema nacional alcançasse padrões internacionais.
Empreitada internacional e declínio
Para conseguir alcançar o “padrão internacional de qualidade”, Zampari deixou de lado o cinema popular - atitude muito criticada até hoje. Os técnicos europeus da Vera Cruz não estavam familiarizados com a cultura brasileira, muito menos com o estilo cinematográfico do país.
Prezando por longas policiais e dramáticos, a Vera Cruz é criticada por uma abordagem superficial do Brasil e por lançar filmes a partir de moldes estrangeiros, como explicou a Enciclopédia Itaú Cultural - e essa estratégia teve consequências.
Sem apelo popular e sofrendo com a concorrência do cinema internacional, o dinheiro arrecadado em bilheteria não supria o orçamento dos filmes. Isso, adicionado à administração caótica da produção, levou ao endividamento e falência da empresa. Apesar de alguns filmes alcançarem sucesso internacional, a distribuição por meio da Columbia Pictures fazia com que o dinheiro não voltasse para a produtora.
Assim, os estúdios da Vera Cruz ficaram em atividade por apenas 5 anos, período no qual foram produzidos mais de quarenta longa-metragens - e um dos mais famosos é O Cangaceiro.

Cena de O Cangaceiro, sucesso internacional da Vera Cruz e destaque no Festival de Cannes, na França.
Legado
Apesar das diversas críticas à Vera Cruz, é notável que, com a empreitada, Zampari conseguiu profissionalizar diversas pessoas da indústria cinematográfica. Criou-se uma nova geração de profissionais capacitados e diferentes técnicas de filmagens que agregaram na produção brasileira.
A produtora alcançou grande sucesso com O Cangaceiro, que representou um dos primeiros filmes brasileiros a extrapolar, de fato, as fronteiras nacionais. Após muita insistência, o cineasta Lima Barreto conseguiu a aprovação para fazer um filme inspirado na cultura brasileira - mais especificamente, no bandoleiro Lampião.
O longa ganhou o prêmio de melhor filme de aventura e de melhor trilha sonora no Festival Internacional de Cannes. Outro lançamento icônico da Vera Cruz foi Sinhá Moça, que recebeu o Leão de Bronze, terceiro maior prêmio do Festival de Veneza.
A revelação de grandes talentos também foi um legado importante da Vera Cruz. Um deles foi o ator, cineasta e comediante Amácio Mazzaropi. Pela companhia, o astro despontou, e participou de longas como Sai da frente - e mais para frente, atuou no grande sucesso Jeca Tatu, posterior à produtora.
Além dos prêmios, a Vera Cruz conseguiu consolidar o cinema brasileiro por meio do apoio da elite financeira e intelectual, que tirou a produção nacional da marginalidade. A partir da técnica e do status do cinema brasileiro adquirido por meio da companhia, a indústria brasileira passou a ter capacidade para desenvolver um estilo verdadeiramente nacional, como indicou o site Aventuras na História.
Dessa forma, um dos grandes legados da produtora foi abrir a possibilidade para que novas ideias pudessem ser exploradas no cinema nacional com tecnologia suficiente para serem executadas.

Assinatura audiovisual das produções da Vera Cruz
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Vista aérea de São Caetano do Sul na década de 1970 -ao centro a linha férrea ao fundo a linha férrea ladeada por indústria e ao centro por viadutos, poucos edifícios, casarios e comércios. Fonte Fundação Pró Memória de São Caetano do Sul.
São Caetano do Sul. A história da cidade liga-se ao descobrimento do Brasil. Após o encerramento da vila de Santo André da Borda do Campo, já no ano de 1631, o capitão Duarte Machado doou aos padres beneditinos o sítio que possuía no Tijucuçu. Anos mais tarde, em 1671, o bandeirante Fernão Dias Pais Leme arrematou em leilão outro sítio vizinho e também o doou aos padres. Assim, formaram a Fazenda São Caetano, onde, além de pequenas plantações, mantinham uma olaria para fazer os tijolos, lajotas e telhas de que necessitavam para a construção do Mosteiro de São Bento, no centro de São Paulo. As terras da antiga Fazenda São Caetano foram adquiridas pelo Governo Imperial com a intenção de formar Núcleos Coloniais para incentivar a imigração européia, sendo este o primeiro a ser inaugurado. Em 29 de junho de 1877, algumas famílias de imigrantes italianos da região de Vittorio Veneto, no Nordeste da Itália, embarcavam no porto de Gênova com destino ao Brasil, iniciando-se o processo imigratório no município.
São Caetano do Sul é a letra "C" da sigla ABC Paulista, a qual foi marcada pelo desenvolvimento industrial e automobilístico. Alguns exemplos são as indústrias localizadas na divisa com São Paulo, e a sede da General Motors no Brasil, na avenida Goiás, o principal centro financeiro da cidade. Atualmente, na avenida, encontram-se instaladas matrizes e filiais de várias empresas. Pessoas de várias regiões da metrópole vão a cidade a trabalho, vindas principalmente da região do próprio ABC e dos distritos das zonas sul e leste paulistanas que fazem divisa com a cidade.
A história da cidade liga-se com a intenção do governo imperial de formar Núcleos Coloniais para incentivar a imigração européia, sendo este o primeiro a ser inaugurado. Em 29 de junho de 1877, algumas famílias de imigrantes italianos da região de Vittorio Veneto, no Nordeste da Itália, embarcavam no porto de Gênova com destino ao Brasil, iniciando-se o processo imigratório no município.
No início do século XX, a cidade destacou-se pela produção cerâmica e química, tendo sido endereço da Louças Claudia e da Fábrica de Rayon Matarazzo, integrantes do núcleo Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo, além da Fábrica de Louças Adelinas, fundada pelo português Manoel de Barros Loureiro, e da Cerâmica São Caetano, fundada por Roberto Simonsen. Um dos funcionários desta última, aliás, acabou se tornando o responsável pela popularização arquitetônica dos "pisos de caquinhos",[12] a pavimentação com mosaicos de cerâmica, em muitas casas no Grande ABC, e na Vila Mariana, na Capital Paulista. Além do forte histórico na produção cerâmica e química, a cidade também é sede de outras empresas como, por exemplo: Grupo Casas Bahia, fundada em 1952 por Samuel Klein no município, General Motors do Brasil, fábrica de brinquedos Gulliver, fábrica de Chocolate Pan.

A INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA NO BRASIL:
CARROS, MONTADORAS E FÁBRICAS
A formação e desenvolvimento da chamada "Grande São Paulo" foi marcada inicialmente pela ferrovia e posteriormente pela indústria automobilística, base da mobilidade dos conglomerados urbanos. Essa marca seria impulsionada sucessivamente pela presença de grandes empresas desse setor, vindas da Europa e EUA e posteriormente da Ásia (Japão, Koréia e China).
Pode-se dizer que a era automobilística nasceu no Brasil no dia 25 de novembro de 1891, quando desembarcou no porto de Santos, do navio Portugal, o primeiro carro importado, adquirido pelo jovem inventor do avião, Alberto Santos Dumont, que mais tarde seria conhecido como o "Pai da Aviação" no Brasil. O carro era um reluzente Peugeot com motor Daimler a gasolina, de 3,5 cavalos-vapor e dois cilindros em V, conhecido pelos franceses como voiturette por ser muito parecida com uma charrete. Seu proprietário o comprara por 6 200 francos, em Valentigney, cidade perto de Paris, e o trouxe diretamente para Santos. Mais tarde, o veículo foi levado a São Paulo, permanecendo na residência de Santos Dumont. Esse Peugeot foi o primeiro carro a chegar no Brasil, asseguram os historiadores. O primeiro veículo emplacado no Brasil foi em São Paulo, do empresário Francisco Matarazzo, em 1900. O primeiro acidente de trânsito que se tem notícia no Brasil foi em 1897, quando o poeta Olavo Bilac colidiu com uma árvore. Se ele se feriu, ninguém sabe, mas, com certeza, sobreviveu, uma vez que veio a falecer apenas em 1918.
O Brasil é um dos primeiros países do mundo a fazer um protótipo de um carro. Utilizando um motor de origem inglesa, o inventor paulistano Paulo Bonadei foi o primeiro a montar um carro no Brasil. O veículo ficou pronto em 1905, quando Paulo percebeu um "pequeno" detalhe: o protótipo era maior que a porta da garagem, que teve de ser alargada.
Em agosto de 1925, a Estação Experimental de Combustíveis e Minérios (futuro Instituto Nacional de Tecnologia), realizou as primeiras experiências no Brasil, com um automóvel adaptado para usar álcool etílico hidratado como combustível. O veículo, modelo Ford, percorreu 230 km numa prova no circuito da Gávea, no Rio de Janeiro, a primeira promovida pelo Automóvel Clube do Brasil. Ainda naquele ano, o mesmo veículo fez os percursos Rio-São Paulo, Rio-Barra do Piraí e Rio-Petrópolis.
Entre as décadas de 1930 e 1940 o piloto Chico Landi venceu algumas corridas pilotando carros movidos a álcool de fabricação nacional, enquanto seus concorrentes usavam metanol importado da Europa.
A FNM (Fábrica Nacional de Motores, popularmente conhecida como "Fenemê") foi criada em 1942.A empresa, cujo objetivo inicial era a fabricação de motores aeronáuticos, passou a fabricar também caminhões e automóveis em 1949.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o país enfrentou um grave racionamento de combustíveis, que eram reservados aos veículos oficiais e para aqueles empregados nos serviços públicos. Como alternativa, durante este período, incentivos governamentais levaram veículos particulares e de transporte público, a utilizarem o equipamento gasogênio. Este equipamento, inventado por Georges Imbert (1884-1950),[20] era usado para a produção do combustível popularmente conhecido como gás pobre.[18] Em 1943, 1944 e 1945, Chico Landi, que também era proprietário de uma empresa fabricante de gasogênios, foi campeão de automobilismo pilotando carros equipados com gasogênios abastecidos com carvão vegetal sendo, por isso, apelidado de o "Rei do Gasogênio".
Em 31 de março de 1952, o presidente da Comissão de Desenvolvimento Industrial (CDI) instalou a subcomissão de jipes, tratores, caminhões e automóveis. O primeiro carro montado em território brasileiro foi a Romi-Isetta, em 1955, produzida pelas indústrias Romi na cidade de Santa Bárbara d'Oeste, no interior de São Paulo. O veículo foi produzido entre 1956 e 1961. Ainda em 1956, a Vemag também colocou no mercado uma camioneta derivada da família F91, produzida pela DKW montada no Brasil. Em 1958 passou a disponibilizar sedãs e peruas da família F94 montados sob licença da DKW e com crescentes índices de nacionalização. Também produziu uma versão abrasileirada do jipe Munga e, nos anos 1960, encomendou uma carroceria refinada aos Fissore, da Itália, e a montou sobre a mecânica DKW. Em 1957 foi o início da montagem da Kombi no Brasil, com as peças importadas, no sistema CKD (Completely Knocked Down) ainda pelo Grupo Brasmotor. A Toyota estabeleceu-se no país em 23 de janeiro de 1958. Em maio do ano seguinte, a fábrica começa a produzir o Land Cruiser modelo FJ-251, produzido exclusivamente no Brasil e, o primeiro veículo da companhia montado fora do Japão.



As Quatro Grandes. Em 1959, no município de São Bernardo do Campo, São Paulo, foi instalada a fábrica da Volkswagen, cujo primeiro modelo produzido foi a Kombi, lá e que precedeu ao famoso Volkswagen Sedan (mais conhecido no Brasil como Fusca). Entretanto, em Rio Bonito (RJ), já um pequeno empreendedor chamado Sebastião William Cardoso havia montado um pequeno jipe que chamou de "Tupi", movido a partir de um motor de um gerador elétrico. A Chevrolet e a Ford, que eram apenas montadoras de peças importadas, também começaram a dar os seus primeiros passos com a fabricação de caminhões para, mais tarde, iniciarem a produção de automóveis em 1968. A seguir veio a italiana Fiat de Turim, instalou-se em 1973 em Betim (MG).
Outras montadoras e fabricantes as seguiram, como a Renault, Peugeot, Citroën, que montaram fábricas no Brasil, enquanto outras marcas iam sendo incorporadas, como a Dodge pela Chrysler do Brasil. A Mercedes-Benz, que já fabricava caminhões, estabeleceu em São Bernardo uma fábrica, a Daimler Benz do Brasil, inicialmente fabricante de carrocerias de caminhão e ônibus, inaugurando a sua unidade montadora veicular em 1999, em Juiz de Fora(MG). Em 1969, Kazuo Sakamaki, conhecido por ter sido o primeiro prisioneiro de guerra dos EUA na II Guerra Mundial (capturado após o ataque japonês a Pearl Harbor), foi nomeado presidente da Toyota do Brasil.
Anos 1970, 1980 e 1990. BR-800, fabricado pela Gurgel de 1988 a 1991, foi o primeiro carro 100% brasileiro. Com as crises do petróleo nos anos 1970, o país desenvolveu como alternativa o Programa Nacional do Álcool (Proálcool) para substituir a gasolina pelo álcool combustível (bioetanol). Em 1979, o Fiat 147 tornou-se o primeiro carro com motor a álcool a ser produzido em série.
Diversos foram os fabricantes de automóveis genuinamente brasileiros como Puma Veículos e Motores, Gurgel, Miura, Envemo entre outros. Muitos não sobreviveram à reabertura das importações no início dos anos 1990 e à competição com modelos importados. A Gurgel entrou em processo de falência após ter lançado no mercado brasileiro o Gurgel BR-800 (o primeiro automóvel genuinamente brasileiro) e posteriormente o Gurgel Supermini, mas o governo federal estendeu a isenção do IPI (antes exclusiva para o modelo nacional) a todos os modelos de veículos existentes no Brasil com menos de 1000 cilindradas e negou um empréstimo já acertado havia tempos para a instalação do projeto Delta (que incluía a construção de um complexo industrial para a fabricação do mesmo no estado do Ceará), o que não aconteceu, culminando na consequente queda do preço das ações. O primeiro carro nacional a ser vendido com injeção eletrônica no Brasil foi o Volkswagen Gol GTI, fabricado a partir de 1989. No entanto, o primeiro carro com este recurso a ser fabricado no Brasil foi o Volkswagen Fox (Volkswagen Voyage para exportação) em 1988. O primeiro automóvel inteiramente fabricado no país foi o minicarro BR-800, em 1988.
Século XXI. Décadas de 2000 e 2010. Até recentemente, o fabricante brasileiro de maior destaque era a Troller, com os veículos T4 e Pantanal porém, em 2007 o fabricante foi adquirido pela Ford. Nos últimos anos, a indústria automobilística no Brasil tem crescido bastante, atraindo grandes investimentos das principais empresas. Em 2007, a produção automobilística no Brasil cresceu cerca de 14% em relação a 2006, chegando a três milhões de veículos, o que torna o país o sexto maior produtor mundial de automóveis, porém segue sendo o único membro do BRIC a não possuir uma montadora genuinamente nacional.
Em artigo escrito por Joe Leahy no Financial Times, foi questionada a política industrial brasileira voltada para o setor automobilístico, que foi intensificada a partir de 2002. O jornal relaciona essa política com o travamento do sistema de transportes nas grandes metrópoles brasileiras, onde, em geral, há muitos carros particulares e pouco transporte de massa. Essa política, segundo o jornal, poderia ser associada, em parte, às manifestações em 2013. Nas palavras de João Augusto de Castro Neves, membro de uma agência de consultoria de riscos políticos, "a conta chegou".[
O setor automotivo foi central para a política industrial brasileira há muitas décadas, de Juscelino Kubitschek a Fernando Henrique Cardoso e os governos do PT. No entanto, com o PT no poder, foram as políticas de crédito, de incentivos fiscais e de proteção alfandegária que turbinaram o setor. Desde 2002, o setor mais que dobrou e o Brasil se tornou o quarto maior produtor de automóveis do mundo, enquanto a infraestrutura e o transporte público não conseguiram manter o mesmo ritmo de crescimento.
O investimento nessas redes de transporte foi insuficiente. O tráfego em muitas vias aumentou em mais de 50%. Para Albert Fishlow, a política industrial brasileira sempre foi muito concentrada no setor automobilístico. Com as manifestações de junho de 2013, direcionadas em parte contra o sistema de transportes do país, o custo político dessas medidas aumentou. Entre as diversas demandas, se popularizou o ditado "País desenvolvido não é onde o pobre tem carro. É onde o rico usa o transporte público."
A partir dos anos 2010, começa a acontecer uma descentralização da produção brasileira automotiva, que antes era hiper concentrada na Região do Grande ABC. São Paulo respondia por 74,8% da produção brasileira em 1990. Em 2017, esse índice diminuiu para 46,6%, e em 2019, para 40,1%, impulsionado por fatores como os sindicatos, que oneraram excessivamente a folha de pagamentos e os encargos trabalhistas, desencorajaram investimentos e favoreceram a busca por novas cidades. O próprio desenvolvimento das cidades do ABC ajudou a frear a atratividade, pelo aumento de custos imobiliários, e maior adensamento de áreas residenciais. O Sul Fluminense (RJ), que chegou a ser o segundo maior polo do país em 2017, em 2019 caiu para em 4º lugar, atrás do Paraná (15%) e de Minas Gerais (10,7%), que tomaram parte da produção de SP e RJ.
Em 2015, foi inaugurado em Pernambuco o Polo Automotivo Stellantis. Localizado em Goiana, município da Região Intermediária do Recife, produz carros do segmento premium como o Jeep Renegade, o Jeep Compass, o Jeep Commander, a Fiat Toro e a Ram Rampage.
Em 2018, a FNM ressurgiu, agora ressignificada como Fábrica Nacional de Mobilidade, dedicando-se a produção de caminhões elétricos.
Em 2019, o Brasil lançou o primeiro veículo híbrido a etanol do mundo. Um estudo mostrou que os veículos híbridos de etanol têm emissões de CO2 em seu ciclo de vida de 86 g de CO2 equivalente/km. Um híbrido a gasolina emite 173 g de CO2 equivalente/km, em comparação, as emissões do carro elétrico na Europa (133 g) e no Brasil (95 g) e o carro flex no Brasil (93 g) também perdem para o híbrido a etanol.
Década de 2020. Em 17 de dezembro de 2020, a Mercedes-Benz anunciou o encerramento da sua fábrica de veículos em Iracemápolis, interior de São Paulo. Segundo a montadora, a decisão foi tomada devido a difícil situação econômica do País, porém afirmou que continuaria a comercializar os seus veículos importando-os do Exterior, além disso, pretende manter as suas duas fábricas de caminhões, uma em São Bernardo do Campo (SP) e a outra em Juiz de Fora (MG).
Em 11 de janeiro de 2021 a Ford anunciou o encerramento de suas fábricas no Brasil, continuando apenas com modelos importados. Em nota, a montadora disse que os novos desafios globais do mercado automotivo, a pandemia de Covid 19 e os baixos índices de vendas na região da América do Sul motivaram a decisão. Apesar disso, continuaria a atuar no Pais.
Em 27 de janeiro de 2022, a chinesa GWM apresentou oficialmente a marca no Brasil. Sua fábrica está localizada em Iracemápolis, em instalações compradas da Mercedes-Benz.
Em 4 de julho de 2023, a montadora chinesa BYD Auto anunciou que irá inaugurar uma fábrica automotiva localizada no antigo complexo da Ford em Camaçari, na região metropolitana de Salvador. Segundo a empresa, está previsto um investimento de R$ 3 bilhões para a construção de três unidades dentro do complexo que serão responsáveis por produzir automóveis, caminhões e ônibus e também por processar células de lítio e ferro fosfato.
Em 2024, as montadoras chinesas Omoda, Jaecoo, Neta e Zeekr anunicaram que irão comercializar seus veículos no Brasil.
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ABC, SERRA DO MAR E ARREDORES DA GRANDE SP


A antiga estação de Paranapiacaba foi destruída em um incêndio em 1981. Fonte - Rogério Rezende.



1953 - Ribeirão Pires - Matriz.07/03/1953. Acervo - Museu Histórico Municipal de Ribeirão Pires.


1960 - Santo André :Vila Assunção.. Fonte - Roger Rezende.

Dia da instalação do município (01-01-1945). Em frente ao antigo prédio da prefeitura, atual Câmara de Cultura de São Bernardo do Campo. Arquivo retirada da História de SBC. Aprem Comunicação

Ruinas do Portão de entrada da unidade de azulejos da Indústrias Matarazzo de Artefatos de Cerâmica - IMACESA em São Caetano do Sul.

São Caetano do Sul 1954: Viaduto dos Autonomistas aberto ao público em 15..1954. Ao lado a Rodoviária Presidente Vargas. Ao fundo a IRFM - Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo.

Vagão de Breque da SPR.

Serra do Mar.

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Vista da área urbana de Franco da Rocha em região bem próxima a área central. RonanW Humberto Do Lago Müller
Franco da Rocha é um município do estado de São Paulo, localizado na Região Metropolitana de São Paulo na microrregião de Franco da Rocha. Pertence a sub-região norte da grande São Paulo, em conformidade com a lei estadual nº 1.139, de 16 de junho de 2011 e, consequentemente, com o Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado da Região Metropolitana de São Paulo (PDUI). A população aferida pelo censo de 2022 do IBGE foi 144 849 habitantes, resultado uma densidade demográfica de 1 090,9 hab/km², contra 131 604 habitantes e densidade de 980,95 hab/km² pelo censo de 2010.
História. A cidade de Franco da Rocha tem sua primeira documentação histórica datada em 1627, época em que o rei de Portugal oferecia sesmarias (que eram doações de terras com a obrigação de cultivo dentro de três anos, sob a pena de revogação) aos interessados em cultivar a área. Na época, o benefício foi concedido ao senhor Amador Bueno da Ribeira, para que cuidasse dos Campos do Juqueri.
Franco até o século XIX, era uma região que servia de caminho para os bandeirantes ou todos aqueles que se dirigiam ao Estado de Minas Gerais. Nessa época, tratava-se de um lugarejo, que era conhecido pelos tropeiros, como Parada do Feijão, onde a topa que transportavam gados e mercadorias faziam suas refeições.
Onde hoje se encontra o município, nada mais eram que grandes fazendas. No ano de 1807, surgem as primeiras escrituras, como do sítio Borda da Mata, que em 1866 foi vendido para a Estrada de Ferro São Paulo Railway, juntamente a fazenda Belém e Cachoeira, onde anos depois a cidade começaria a mudar de ares, com a inauguração da estação de trens.
A estação do Juqueri foi fundada em 1º de fevereiro de 1888. E nesse mesmo ano, chegou à localidade o italiano Filoteo Beneduce (também grafado Beneducci) que tinha a intenção de descobrir ouro em grande escala no lugar, conhecido na época como Pedreira, atualmente a Quarta Colônia. Como no local não existia a quantidade esperada pelo imigrante que resolveu se dedicar à extração de pedras enviadas para a cidade de São Paulo pela Estrada de Ferro recém-inaugurada. Essa extração é tida como a primeira atividade industrial de Franco da Rocha.
Museu Osório César, patrimônio tombado do Juqueri. RonanW Humberto Do Lago Müller
O desenvolvimento da cidade prosseguiu com um fato marcante, que mudaria para sempre a vida no município com a instalação do Hospital Psiquiátrico no Juqueri. Sua construção, em uma área de 150 hectares começa em 1885, com o projeto do arquiteto Ramos de Azevedo, denominada Colônia Agrícola do Juqueri, para suprir a demanda de pacientes mentais, já que os locais que atendiam os doentes mentais de todo Estado de São Paulo – Hospital de Alienados, na capital e em Sorocaba e a Chácara Ladeira do Tabatinguera não tinham mais condições de receber pacientes e o número aumentava a cada dia. Inaugurado com capacidade inicial de 800 leitos, o Hospital ocupava um terreno à margem da linha férrea, próximo à estação Juqueri. Com o passar dos anos as terras da Quarta Colônia, as fazendas Cresciúma e Velha foram incorporadas ao patrimônio do Hospital. Na Quarta Colônia, aliás, foi instalada a usina elétrica do hospital - hoje Cachoeira Quarta Colônia - que durante anos forneceu energia também para a estação Juqueri e todo o povoado.
Com o falecimento de Frederico Alvarenga, em 1896, o doutor Francisco Franco da Rocha, a serviço do governo do estado, foi designado para administrar o maior Hospital Psiquiátrico do Brasil e da América Latina.
A religiosidade também esteve sempre presente na cidade. No ano de 1908, foi iniciada a construção da Igreja Matriz, em louvor à Nossa Senhora da Conceição, que se tornou a padroeira do município.
A primeira escola primária de Franco da Rocha ficava em um local muito castigado pelas enchentes e em 1909, a escolinha Rural Masculina passou a funcionar onde hoje é a rua Azevedo Soares e ficou sob a tutela do professor Ernesto Alves de Oliveira. Entre outras escolas tradicionais em Franco da Rocha estão o Grupo Escolar de Franco da Rocha, atual Escola Estadual Professor Domingos Cambiaghi, homenagem ao diretor de mesmo nome. O Grupo Escolar Azevedo Soares foi inaugurado em 1950 e o Ginásio Estadual Benedito Fagundes, O BEFAMA, foi criado no dia 15 de maio de 1952.
Franco da Rocha foi elevado a distrito do município de Mairiporã, em 21 de setembro de 1934, e em 30 de novembro de 1944, Franco da Rocha tornou-se uma cidade autônoma.
O COMPLEXO PSIQUIÁTRICO DO JUQUERY
Hospital Psiquiátrico do Juqueri.RonanW Humberto Do Lago Müller
Por ocasião da inauguração do Hospital Psiquiátrico, idealizado pelo médico psiquiatra Francisco Franco da Rocha o município e a estação homônimos, na época chamados "Juqueri" foram renomeados em sua homenagem, tendo ele ajudado a transformar o sanatório numa colônia agrícola, em que os alienados eram na sua maioria curados pelo contato com a natureza, e a fauna local, não ficando reclusos. É sabido que o fundador do município não foi o médico psiquiatra, mas sim o italiano Filoteo Beneducce, pois este já tinha uma pedreira na atual Quarta Colônia, que gerou vários empregos no local e até teve um Tramway para transporte das pedras, e posteriormente convertido em bonde puxado a burro para aceder ao Complexo Hospitalar do Juqueri (CHJ)
Antecedentes. Hospital de Alienados da Província de São Paulo, que operou entre 1862 e 1903. Posteriormente tornou-se o Quartel do Segundo Batalhão de Guardas. Até o início do século XIX todas as pessoas com problemas mentais na então província de São Paulo eram confinadas nas cadeias junto aos presos ali existentes e acabavam sofrendo maus tratos e agressões (que mais vezes culminavam em mortes). A primeira iniciativa para a instalação de um hospital psiquiátrico ocorreu em 1829, quando a Santa Casa de Misericórdia alugou um imóvel próximo à Praça da República para abrigar os primeiros dois internos (um deles um padre).
Em 11 de maio de 1848 foi instalado ali o primeiro Hospital de Alienados da Província de São Paulo. Por conta de sua superlotação, a edificação acabou severamente deteriorada e o hospital acabou transferido em 19 de maio de 1862 para um imóvel na Várzea do Carmo, às margens do Rio Tamanduateí. Com o passar das décadas, as instalações do hospital ficaram novamente precárias e superlotadas.
A primeira iniciativa para combater o problema se deu em 1890 (quando haviam 296 internos no hospício existente), na mensagem anual à câmara estadual, quando o presidente do estado de São Paulo Jorge Tibiriçá Piratininga indicava as condições do Hospital de Alienados da cidade de São Paulo e apresentava uma possível solução:
“ ...Na proporção do rápido aumento da população do Estado, tem crescido o número dos dementes, de modo que a lotação do Hospício está muito excedida e os doentes estão mal acomodados. Parecendo-me inconveniente o aumento do edifício por ser reconhecida má a sua situação, era pensamento meu estabelecer um outro Hospício fora da capital. O zeloso e dedicado administrador do Hospício, incumbido por mim, foi a Mogi das Cruzes e a Sorocaba, a fim de verificar se encontrava em uma dessas cidades edifícios que se pudessem adaptar para esse fim... ”
— Jorge Tibiriçá Piratininga, em Mensagem do Presidente de São Paulo para a Assembleia para o ano de 1890, páginas 47 e 48.
Apenas em 1893, já sob gestão de Bernardino José de Campos Júnior, o governo de São Paulo iniciou a criação do novo Hospital de Alienados, embora ainda não tivesse escolhido uma área para a sua implantação.
Projeto e implantação do Asilo do Juqueri. Em 24 de fevereiro de 1893, o governo do estado criou uma comissão de especialistas para a escolha adequada do local do novo Hospital de Alienados. Essa comissão era formada pelo engenheiro Teodoro Sampaio, o médico Francisco Franco da Rocha e o botânico Alberto Loefgreen. Em março Franco da Rocha foi incorporado oficialmente à equipe médica do Hospital de Alienados da Várzea do Carmo. As cidades de Mogi das Cruzes e Sorocaba acabaram rejeitadas e a Comissão estudou a implantação do Hospital em uma área a ser desapropriada na Mooca ou em Juqueri. Por falta de abastecimento de água, a área da Mooca acabou rejeitada.
Em setembro a comissão definiu que seria construído um Asilo Colônia para Alienados em uma área de 600 mil metros quadrados em Juqueri, às margens do rio homônimo (contendo uma queda capaz de ser represada para a geração de eletricidade) e próxima da estação do quilômetro 111 da ferrovia São Paulo Railway. No entanto, um proprietário de terras da região criou empecilhos para a concretização do negócio. Com isso, Victor Nothmann ofereceu uma chácara no Morro de Santana (próximo da Cantareira), porém o estado rejeitou o local, preferindo manter o projeto em Juqueri.
Os projetos foram confiados aos arquitetos Emílio Olivier e Ramos de Azevedo. Suas obras deveriam ter sido iniciadas em 1894, tendo sido reservado um crédito de 1.000:000$000 de réis para as obras.
O início da construção da Colônia Agrícola Juqueri acabou ocorrendo, porém, em meados de 1895. As obras foram realizadas de forma lenta, por conta das epidemias de cólera e febre amarela ocorridas no estado de São Paulo entre 1889 e 1896 e que exigiram os recursos do estado.[ Ao mesmo tempo, o número de internos do Hospital de Alienados da Várzea do Carmo passou de 296 em 1890 para 423 em 1894. Com isso, a comissão de Higiene do estado estudou a implantação de um segundo hospital de Alienados em Campinas, no lugar do prédio em construção para abrigar a hospedaria dos imigrantes.
Funcionamento. Primórdios e ampliações. O Asilo de Alienados do Juqueri foi inaugurado pelo doutor Francisco Franco da Rocha em 18 de maio de 1898 quando os primeiros 70 pacientes foram trazidos de Sorocaba por meio de um trem especial. A escolha pelo modelo de asilo e colônia agrícola se deu após Franco da Rocha ter participado do Congresso Internacional de Psiquiatria em Paris, 1889. No congresso, os especialistas ali reunidos afirmaram ser esse o melhor método de gestão hospitalar para centros psiquiátricos, com os trabalhos agrícolas para os internos funcionando como terapia auxiliar.
O complexo hospitalar foi projetado para possui 12 pavilhões, sendo 10 de internação , 1 administrativo e 1 de centro médico. Em 1898 foram inaugurados os primeiros oito pavilhões de internação. Cada pavilhão possuía capacidade para 20 beliches, totalizando 320 vagas para internação. Outros dois pavilhões destinavam-se a administração e ao centro médico. Os internos menos graves contribuíam com mão-de-obra para o cultivo de uma pequena produção agropecuária para o abastecimento de víveres do hospital. Posteriormente os quatro pavilhões restantes foram concluídos, ampliando a capacidade para a internação de até mil pessoas.
No início de seu funcionamento o Asilo Hospital de Juqueri possuía fama de excelência, atendendo não apenas aos cidadãos mais humildes como até mesmo pessoas da alta sociedade como o sobrinho do ex-embaixador alemão na França Georg Herbert Münster, que cometeu suicídio por enforcamento no Juqueri após uma crise mental em 1908. Naquele ano, dos 924 pacientes, 47 eram particulares. Com o crescimento do número de pacientes ultrapassando a capacidade máxima pela primeira vez em 1909, o governo autorizou uma nova ampliação das instalações.
Com a superlotação, o número de óbitos dobrou (em 1903 foram registrados 83 enquanto que em 1912 eram 160. Outro problema era a internação de pacientes por ordem judicial, muitos dos quais haviam cometido crimes (incluindo homicídios). As condições do hospital pioram e sua ampliação atrasou em virtude da Primeira Guerra Mundial. Em 1925 Franco da Rocha faz um apelo para a construção de um manicômio judiciário para separar os enfermos comuns dos apenados. O projeto do Manicômio Judicial de Franco da Rocha foi apresentado em 1927 e aprovado no mesmo ano. Com isso, o Asilo de Alienados do Juqueri passou a denominar-se "Hospital e Colônia de Juqueri" em 1929. As obras do Manicômio Judicial são iniciadas no final da década de 1920, dentro da área do Complexo Juqueri, porém a Crise de 1929 atrasou a sua conclusão e ele foi inaugurado em 1934. A partir de 1935 o Hospital e Colônia de Juqueri passou a receber apenas pessoas com problemas psiquiátricos sem condenações penais.
Crise e superlotação. Com a decretação do Estado Novo, o número de prisões políticas cresceu. A superlotação das prisões era alimentada também por pessoas insanas, detidas em todo o estado por atentar contra a ordem pública. Em 1939 estimava-se que haviam mais de 1000 pessoas nessas condições nas cadeias públicas e presídios do estado. Após assumir o estado, o interventor Ademar de Barros ordenou a transferência de todos os presos do estado considerados insanos pelos delegados de polícia para o Hospital do Juqueri. Foi o início de uma crise de superlotação que durou 50 anos.[
Enquanto o Hospital recebia cada vez mais internos, as obras de expansão eram cada vez mais tímidas. Após a entrega da 8ª Colônia feminina em 1942, o Hospital Juqueri atingiu uma capacidade máxima teórica de 5210 leitos para atendimento, tornando-se naquele momento o segundo maior hospital psiquiátrico do mundo. No entanto, o número de internados continuou a crescer e em pouco tempo as instalações encontravam-se superlotadas. Outro problema ocorreu com a (cada vez maior) interferência política na gestão do hospital, que engessava a contração de mais profissionais arquivava planos de ampliação e reforma das instalações. Em 1951 a Assembléia Legislativa de São Paulo enviou uma comissão parlamentar de fiscalização ao Hospital do Juqueri. Liderada pelo deputado e médico Alípio Correia Neto, a comissão constatou em que maio daquele ano haviam 11067 pessoas internadas no Juqueri. Considerando a capacidade máxima de 5210 leitos, havia uma superlotação de 5857 pessoas. A precariedade da situação foi registrada no relatório da Comissão:
“ ...No seu relatório de 1950, o Dr. Raul Malta (diretor do Hospital do Juqueri) avalia a superlotação, só no Hospital Central, em 2.411 doentes que é uma imensa quantidade a ser colocada onde não há lugar. Basta lembrar, senhores deputados, que o Hospital das Clínicas, esse imenso monumento, foi construído para mil doentes. Precisaríamos então, para os 2.411 doentes, um hospital uma vez e meia maior do que o Hospital das Clínicas...Os dementes, na sua imensa maioria ficam atirados aos pátios, como plantas vegetando, movidos como sombras animadas pelo principio da vida vegetativa, sem quase a manifestação psíquica de um ser pensante... ”
— Deputado Alípio Correia Neto, no plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo.
Detalhe de um dos pavilhões do Complexo Hospitalar. RonanW Humberto do Lago Müller
Num só ano a população de pacientes aumentou em quase quatro mil pessoas, passando de 7.099 em 1957 para 11.009 em 1958.[28] Enfrentou a explosão migratória dos anos 1960 provocada pelo desenvolvimento industrial, que contribuiu para o aumento do desemprego, mendicância e marginalidade.
O jornalista Renato Ribeiro Pompeu (que deu grande contribuição ao movimento antimanicomial), passou a conviver com a loucura desde o dia em que foi parar numa sala de tortura por uma semana, no início dos anos 1970. Levou pancadas com cabo de vassoura e choques. Passou a sofrer mania de perseguição e a ter alucinações, até ser internado pela primeira vez, entre janeiro de 1974 e agosto de 1975, no Hospital Psiquiátrico do Juqueri.
Reforma psiquiátrica. Em 1981 o complexo contava 4 200 pacientes entre o Juqueri e o Manicômio Judiciário, instalados na mesma área. Além desses, vários órgãos públicos, como escolas, Corpo de Bombeiros, 26º Batalhão da Polícia Militar, lixão e até invasores de terra situam-se na Fazenda Juqueri, com 1.100 hectares ou 731 quilômetros quadrados de área. Tratava-se de uma instituição prestando atendimento aos municípios de Franco da Rocha, Francisco Morato, Cajamar, Caieiras e Mairiporã, no conjunto com cerca de 400 mil habitantes. Esses municípios formaram-se a partir do hospital.
O diagnóstico de 1995 detectou 1 800 internos, 9% dos quais em condição de alta; 13% de deficientes físicos/mentais; 21% de idosos sem doença mental primária; 21% em condição de reinserção social; 36% de doentes mentais em condição de reabilitação.
Em 1998, havia 1 411 internos (741 homens e 670 mulheres) e nenhuma criança. A maioria (47%) tinha entre 41 e 60 anos, estava sob os cuidados de 2 213 funcionários (médicos, técnicos e administrativos).
Em 2005 um incêndio atingiu o setor administrativo do prédio do Hospital. As seis horas de fogo destruíram o prédio de dois andares tombado pelo Condephaat, sua biblioteca (a mais completa em livros e periódicos de psiquiatria da metade do século XIX até metade do século XX) e 100 anos da memória do Hospital. Do edifício sobraram apenas as paredes estruturais e uma parte da cobertura do piso inferior em uma de suas laterais. O prédio havia acabado ser restaurado, com reforma do telhado, do piso, vitrais e da estrutura elétrica.
O Hospício do Juqueri está em um processo de desativação há décadas. Em 2005, cerca de 500 internos foram transferidos para clínicas. Em dezembro de 2019 haviam 57 pacientes.
A administração implantou um programa de resgate da cidadania de pacientes, funcionários e moradores. O funcionário passa por cursos de aperfeiçoamento profissional e os pacientes voltam cada vez mais ao convívio com a sociedade e recebem incentivo à manifestação artística, como pintura, escultura e artesanato.
Os pacientes, porém, continuam vagando, mas a diferença é que atualmente as condições gerais do Hospital melhoraram. Hoje melhorou-se a ambiência e os pacientes são tratados com dignidade. Busca-se no Juqueri a vocação para ser uma instituição de saúde mental e assistência integral, que faz reabilitação. Neste movimento, identificaram-se pacientes, providenciaram-se documentos, localizaram-se famílias e reintegraram-se alguns pacientes, providenciaram-se aposentadorias, contas bancárias, poupanças e foi feita uma comissão de internos. Os pacientes andam sozinhos pela cidade quando têm autonomia para cuidar-se. Em geral, são idosos abandonados pela família que o Juqueri mantém abrigados. Alguns deles trabalham durante o dia e retornam à casa ao anoitecer.
Instalações. Inaugurado em 18 de maio de 1898, o Hospital Juqueri passou por diversas ampliações e modificações ao longo do século XX, transformando-se em um vasto complexo hospitalar dividido nas seguintes alas:
Estrada de Ferro de Juqueri: Locomotiva a vapor manobre carros de passageiros na ferrovia em Juqueri
O empreiteiro italiano Filoteo Beneducci passou a receber vários contratos de pavimentação da cidade de São Paulo. O pavimento empregado era de paralelepípedos. Para fornecer grande quantidade para as obras, Beneducci adquiriu uma pedreira próxima do Rio Juqueri. Posteriormente foi encontrado um pequeno veio de ouro ali e o empreiteiro construiu em 1886 uma ferrovia particular de bitola de 0,60 m ligando a pedreira à estação Juqueri, no quilômetro 111 da São Paulo Railway. O empreendimento foi chamado informalmente de Estrada de Ferro Juqueri. O veio de ouro revelou-se antieconômico ao mesmo tempo em que os serviços de Beneducci junto à cidade passaram a ser questionados (por má qualidade) e cancelados. Assim, ele vendeu suas terras e a ferrovia para o empresário Ângelo Sestini.
Com a construção do Asilo Hospital do Juqueri, Sestini passou a fornecer com exclusividade alimentos para o mesmo e obteve grandes lucros. A maior dificuldade do hospital era a falta de fornecimento de eletricidade (até então o asilo era abastecido por pequena usina de caldeiras à vapor ou gás), sendo que o estado tinha interesse na exploração hídrica do Rio Juqueri para esse fim. Sestini, dono de vastas terras, construiu uma pequena usina hidrelétrica e celebrou um contrato exclusivo de fornecimento de eletricidade ao Asilo Hospital em 13 de abril de 1908, válido por dez anos e com clausulas de renovação automáticas válidas até 22 de agosto de 1926. O contrato previu o transporte dos internos através da ferrovia, entre a estação Juqueri da SPR e as instalações do Asilo Hospital.
Com o passar dos anos, o contrato torna-se cada vez mais desvantajoso ao estado. Em 1916 o secretário de interior do estado de São Paulo Oscar Rodrigues Alves anunciou a encampação da empresa de eletricidade, das terras e da ferrovia de Sestini, através do pagamento de indenização de 575 contos de réis. A aquisição não só permitiu uma grande economia para o estado como serviu para a ampliação do Asilo Hospital, através da construção de novas colônias. A ferrovia operou regularmente até meados dos anos 1950, quando foi desativada e desmontada. Suas locomotivas, vagonetes e demais materiais foram vendidos para a Companhia Melhoramentos. O transporte de internos entre o Hospital e as colônias de internamento passou a ser feito por ônibus e furgões. A usina hidrelétrica foi desativada e demolida entre 1968 e 1972, durante as obras de construção da Represa Paulo de Paiva Castro.
Cemitério. Mortes eram recorrentes no Hospital. Estima-se que dezenas de internos morriam por ano. Eram vitimados por doenças (tuberculose, febre amarela, etc) trazidas ao Asilo ou adquiridas ali em meio a superlotação do espaço, por agressões de outros internos, maus tratos dos funcionários ou suicídio, sendo que boa parte acabava enterrada como indigente. Em 1906 o Juiz de Paz de Juqueri registrou uma reclamação formal ao Secretário de Justiça do Estado de São Paulo afirmando que as certidões de óbito dos falecidos no Asilo eram preenchidas de forma incompleta, ocultando a causa de falecimento em muitos casos. O crescente número de mortos obrigou a implantação de um cemitério formal em 1913 e de um necrotério próprio em 1928.
O numero de mortes disparou nas décadas seguintes, com a inclusão de filhos de internos, com internações e torturas realizadas durante a Ditadura Militar. No entanto, o registro dos óbitos ficava restrito aos arquivos do Hospital e raramente era divulgado. Em 1991 dois livros do arquivo histórico do hospital foram enviados à Assembléia Legislativa de forma anônima. Neles constavam o registro de 12500 pacientes que faleceram nas dependências do Hospital entre 1965 e 1989, dos quais 7600 foram sepultados no cemitério do complexo hospitalar. A revelação das informações provocou um escândalo político, pois o Hospital do Juqueri divulgava até então que haviam apenas 5201 sepulturas no cemitério do complexo.
A maior parte dos documentos oficiais sobre óbitos desapareceu em incêndios misteriosos, embora estima-se que entre 1898 e 1991 faleceram cerca de 61 mil pessoas no Hospital, sendo enterradas no cemitério do complexo hospitalar cerca de 33.977 pessoas (dois quais 7000 eram recém nascidos, crianças e adolescentes).
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O VALE DO RIO PARAÍBA E O EIXO RIO-SP

Rodovia Presidente Dutra duplicada em 1967.
O Vale do Paraíba é um acidente geográfico natural que abrange as regiões: Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte, no estado de São Paulo e Região Sul Fluminense, no estado do Rio de Janeiro, que se destaca por concentrar uma parcela considerável do PIB do Brasil.
O nome deve-se ao fato de que a região é parte da bacia hidrográfica do rio Paraíba do Sul, já que esse rio se estende por parte do São Paulo e ao longo de quase todo o comprimento do estado do Rio de Janeiro e parte do estado de Minas Gerais.
Deve-se ressaltar que em sentido estrito, o nome "vale do Paraíba" deve ser utilizado apenas para se referir a uma região com certa característica geográfica. Não se tratando portanto de uma Região, Mesorregião ou Microrregião oficial do IBGE.
Localiza-se nas margens da rodovia Presidente Dutra (BR-116), exatamente entre as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, dentro do complexo metropolitano formado pelas duas capitais e com seu principal eixo urbano seguindo o traçado da Via Dutra. Apesar de altamente urbanizada e industrializada, a região também tem reservas naturais importantes, como a Serra da Mantiqueira, na divisa com Minas Gerais, um dos pontos mais altos do Brasil, e a da Bocaina, reduto de Mata Atlântica que também inclui pequenas cidades e fazendas de interesse histórico e arquitetônico.
Municípios da região. A Mesorregião do Vale do Paraíba Paulista e a Microrregião do Vale do Paraíba Fluminense. A população somada de todos os municípios da região é de quase 3,3 milhões de habitantes, equivalente à população do estado do Rio Grande do Norte.
As cidades mais importantes da região são:
No lado fluminense: Volta Redonda, Resende, Barra Mansa e Barra do Piraí;
No lado paulista: São José dos Campos, Taubaté, Caçapava, Jacareí, Pindamonhangaba, Guaratinguetá, Lorena, Caraguatatuba e Cruzeiro. Além destas, Aparecida e Cachoeira Paulista, possuem grande destaque nacional graças ao turismo religioso.
Outras cidades da região são:
No lado fluminense: Vassouras, Itatiaia, Pinheiral, Piraí, Quatis, Rio Claro, Valença, Rio das Flores, Porto Real e Paraty.
No lado paulista: Arapeí, Areias, Bananal, Campos do Jordão, Canas, Cunha, Igaratá, Ilhabela, Jambeiro, Lagoinha, Lavrinhas, Monteiro Lobato, Natividade da Serra, Paraibuna, Piquete, Potim, Queluz, Redenção da Serra, Roseira, São Bento do Sapucaí, Santa Branca, São José do Barreiro, São Luiz do Paraitinga, São Sebastião, Silveiras, Tremembé e Ubatuba.
Primeiros tempos. Jacques Félix, fundador de Taubaté, primeira vila vale-paraibana
A região era originalmente habitada por indígenas, os quais, no século XVI, confederados com os tamoios de Ubatuba e Cabo Frio, inimigos dos portugueses, atacavam constantemente as vilas de São Paulo e de Santo André da Borda do Campo, levando os moradores destas vilas a uma guerra com as tribos vale-paraibanas e dando início ao chamado bandeirismo de apresamento. Os índios vale-paraibanos foram aprisionados, escravizados e levados para serem usados como mão-de-obra nas lavouras. O Vale do Paraíba foi uma das regiões mais devastadas pelo bandeirismo de apresamento.
O Vale do Paraíba foi povoado a partir do final do século XVI, com a chegada de colonos a procura de pedras preciosas e índios para escravizar, que acabaram ali se fixando. Estes desbravadores foram embrenhando-se pelos vales e grotas, abrindo caminhos, plantando roças e assinalando a presença colonizadora. O Vale do Paraíba Fluminense era escassamente povoado até o século XIX.
Os colonizadores que foram chegando no Vale do Paraíba Paulista, nos séculos XVI e XVII, foram criando suas roças e sítios, ali vivendo isolados, praticando a agricultura de subsistência. Foram se adaptando à realidade, recebendo muita influência dos indígenas, principalmente na alimentação. A mão-de-obra era indígena, escassa.
Surgem, no século XVII, os núcleos populacionais vale-paraibanos mais antigos, como os que deram origem a Taubaté (c. 1640), Guaratinguetá (c. 1646), Jacareí (1652), Paraibuna (1666), Tremembé (1669) e São José dos Campos (1680).
Ciclo do ouro e do açúcar. Ouro Preto (MG), cidade fundada por bandeirantes vale-paraibanos
Para sair do isolamento que viviam, bandeirantes vale-paraibanos abandonam suas casas e famílias para ir em viagens, talvez sem volta, para procurar outras fontes de riqueza. Em 1693, o bandeirante taubateano Antônio Rodrigues Arzão foi o primeiro desbravador a descobrir ouro em Minas Gerais, dando início ao Ciclo do ouro. Muitos desbravadores percorrem os caminhos que vão para Minas Gerais, muitos dos quais passando pelo Vale do Paraíba. Muitas expedições partiam de Taubaté rumo a Minas Gerais.
O Vale do Paraíba começa a ganhar destaque, por ser um dos fornecedores de alimentos e mercadorias para as Minas Gerais. Além disso, bandeirantes vale-paraibanos fundaram diversas cidades, como Ouro Preto, Mariana, Caeté e São João del-Rei. Com o declínio da produção do ouro, os vale-paraibanos iniciaram a cultura da cana-de-açúcar para reerguer a economia da região e superar a crise econômica e demográfica ocorrida com a diminuição do comércio e o deslocamento dos caminhos. A partir de 1750, Guaratinguetá, Lorena e Pindamonhangaba instalaram os engenhos de açúcar e aguardente, introduziram a mão-de-obra escrava africana e iniciaram a urbanização das vilas. Com os canaviais, os escravos e o comércio exportador, modificou-se a estrutura social e econômica da região, com o predomínio absoluto dos senhores de engenho.
Fazenda de Café do Vale do Paraíba, de Benedito Calixto
Ciclo do café. O café chega no Vale do Paraíba Fluminense no final do século XVIII, vindo do Rio de Janeiro. A primeira fazenda cafeeira no Vale do Paraíba Paulista surgiu em 1817 e o cultivo de café nessa região ganha destaque após a Independência do Brasil.
O café trouxe grandes mudanças ao Vale do Paraíba. A elite dos "barões do café" erguem casarões aonde vivem com suas famílias, trazem materiais e utensílios importados. O Vale do Paraíba Paulista se torna a principal região econômica da Província de São Paulo. A paisagem rural sofreu uma violenta transformação, derrubando-se a floresta nativa e os cafezais esparramando-se pelos morros e vales. Migrantes vindos de Minas Gerais se instalam nas lavouras cafeeiras vale-paraibanas. O café era exportado pelos portos de Paraty, Mambucaba, Ubatuba e São Sebastião.
A mão-de-obra usada nos cafezais era a escrava e, com a Lei Eusébio de Queirós (1850), que proibia o tráfico de escravos para o Brasil, os fazendeiros vale-paraibanos começaram a comprar escravos nos engenhos decadentes do Nordeste, criando um tráfico interno.
Em torno do café nascem diversos povoados e vilas, como Vassouras, Valença, Três Rios, Paraíba do Sul, Resende, Piraí, Barra Mansa, Bananal, São José do Barreiro, Areias, Silveiras, Lagoinha, Jambeiro, Queluz, Lavrinhas, Roseira, Redenção da Serra, Natividade da Serra, Guararema e Cruzeiro.
A partir de 1870, o café na região do Vale do Paraíba começa a apresentar sinais de decadência. As causas foram múltiplas e se acentuaram a partir de 1880, como o esgotamento progressivo das terras, ausência de técnicas modernas para o cultivo, a erosão acentuada nas áreas mais antigas, o endividamento crescente dos cafeicultores, a concorrência das novas áreas produtoras no interior de São Paulo, as leis abolicionistas e a mentalidade conservadora dos fazendeiros. Em alguns municípios, a crise foi lenta; em outros, rápida e decisiva.
Com o declínio da produção cafeeira, o Vale do Paraíba passou por uma fase de estagnação econômica e demográfica.
Pecuária leiteira e indústria. A partir de 1920, muitas famílias mineiras migram para o Vale do Paraíba Paulista e Fluminense, adquirindo antigas fazendas de café e nelas introduzindo a pecuária leiteira, que se tornaria a base da economia do Vale do Paraíba. Muitos municípios, como Guaratinguetá, Cunha, Cachoeira Paulista, Silveiras, Paraibuna, Resende, Vassouras e Lorena, passaram a viver da pecuária leiteira.
Construção da Companhia Siderúrgica Nacional - CSN, em 1941. Arquivo Nacional.
A industrialização do Vale do Paraíba iniciou-se na década de 1940, durante o Estado Novo, após um acordo diplomático feito entre Brasil e Estados Unidos, que previa um projeto ambicioso: a construção de uma usina siderúrgica que suprisse a demanda por aço dos "países aliados" durante a Segunda Guerra Mundial e ajudasse no desenvolvimento do Brasil. No ano de 1946, foi inaugurado um dos maiores complexos siderúrgicos do mundo e o maior da América Latina, a Companhia Siderúrgica Nacional - CSN, instalada em Volta Redonda. O início da produção de aço na CSN serviu de base para a industrialização do país e, especialmente, do Vale do Paraíba, com a chegada de empresas ligadas a siderurgia na região, assim como a indústria automotiva e aeroespacial.
O segmento de prestação de serviços se ampliou e a chegada de indústrias básicas passou a absorver toda a mão de obra. Com isso, apareceram outros elementos na paisagem urbana, voltados ao lazer das novas levas de trabalhadores, como bosques, pontes e coretos.
Economia e Agropecuária.A agropecuária ainda é de grande importância para vários municípios dessa região. O Vale do Paraíba é o segundo maior polo produtor de leite do país. Por questões conjunturais, a produção de leite se encontra em decadência, mas ainda sustenta boa parte da população rural dos pequenos municípios. O arroz é um dos mais importantes produtos agrícolas da região atingindo na safra de 2002/2003, a marca de 850 mil sacas de 60 kg. Outras culturas diversificadas vêm sendo experimentadas por alguns produtores nessas várzeas.
A atual estrutura fundiária do Vale do Paraíba é fruto de mudanças significativas na forma de distribuição das terras ocorridas a partir da decadência do café, quando as grandes fazendas passaram a ser retalhadas em partilhas e heranças familiares. Esse processo se multiplicou à medida que as gerações foram se sucedendo, o que resultou numa região pontuada por pequenas propriedades e produção agropecuária marcadamente familiar
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APARECIDA
Aparecida é um município brasileiro no interior do estado de São Paulo, Região Sudeste do país. Durante muitos anos era chamada popularmente de "Aparecida do Norte". Localiza-se no Vale do Paraíba Paulista, a nordeste da capital do estado, distando desta cerca de 170 km. Ocupa uma área de 120,890 km², sendo que 6,2 km² estão em perímetro urbano, e sua população em 2022 era de 32 569 habitantes. A cidade é popularmente denominada Aparecida do Norte em razão da construção da Estrada de Ferro do Norte (depois Estrada de Ferro Central do Brasil) na segunda metade do século XIX. As origens do município remontam à fé consolidada ao redor do encontro da imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida no curso do Rio Paraíba do Sul por pescadores, em 1717. Os milagres atribuídos à representação levaram à construção de uma capela, em 1745, ao redor da qual se estabeleceram vários fiéis e os primeiros residentes. Dado o desenvolvimento da localidade, em 1842 foi criada a freguesia, subordinada a Guaratinguetá, município do qual Aparecida se desmembrou em 17 de dezembro de 1928.
O número crescente de fiéis implicou na construção de um templo maior, a atual Basílica Velha, que foi inaugurada em 1888 e substituída pela nova Basílica de Nossa Senhora Aparecida na segunda metade do século XX. Esta configura-se como o maior centro de peregrinação religiosa da América Latina, recebendo anualmente milhões de visitantes, os quais fazem do município um dos principais núcleos turísticos do Brasil. O complexo turístico aparecidense abrange ainda marcos como o Porto Itaguaçu, que marca o local onde a imagem de Nossa Senhora foi encontrada; o Seminário Missionário Bom Jesus; o Morro do Cruzeiro, com suas esculturas que representam a Via Sacra; e a Igreja São Benedito, inaugurada em 1918.
O surgimento da atual cidade de Aparecida está ligado diretamente com a passagem de Dom Pedro de Almeida, conde de Assumar e governante da Capitania de São Paulo e Minas de Ouro, pela então Vila de Guaratinguetá, durante uma viagem até Vila Rica em outubro de 1717.A população decidira realizar uma festa em homenagem à presença da autoridade e, apesar de não ser temporada de pesca, os pescadores lançaram seus barcos no Rio Paraíba do Sul com a intenção de oferecerem peixes ao conde.[ Os pescadores Domingos Garcia, João Alves e Filipe Pedroso rezaram para a Virgem Maria e pediram a ajuda de Deus e após várias tentativas infrutíferas, desceram o curso do rio até chegarem ao local conhecido como Porto Itaguaçu, já prestes a desistirem da pescaria, até que João Alves jogou sua rede novamente e em vez de peixes, apanhou o corpo de uma imagem de Nossa Senhora, sem a cabeça. Ao lançar a rede novamente, apanhou a cabeça da imagem, que foi envolvida em um lenço.
Em baixo, o velário da Basílica.
AVE MARIA
O turismo é muito curioso e baseado no relato dos pescadores que encontraram a imagem da Santa em 1717.
Observei detalhadamente a arquitetura da Basílica, sua posição geográfica, seu exterior, seus múltiplos interiores;
Subi na torre de 100 metros e visitei os dois museus que ela abriga.
Naveguei no rio Paraíba do Sul.
Pensei, refleti, comparei, discuti, orei, constatei a intensidade da vida extrafísica do lugar.
Me emocionei ao lembrar da minha Avó materna e da Madrinha (as romeiras Maria e Manoela), tendo a impressão viva de que elas me visitaram em alguns momentos.
Vi padres bem velhinhos recebendo confissões e liberando as pessoas de suas culpas e tormentas.
Vi jovens sacerdotes orientando o comportamento político na missa.
Vi tantas coisas que nem um livro seria suficiente para registrar minhas impressões.
Vi um helicóptero chegando e saindo do Santuário, carregando alguém ou coisas importantes.
Voltei mais convicto na minha certeza e mais crente na simplicidade dos que creem.
Tudo por Marta e Maria.
São Vicente, 15 de dezembro de 2015- Dalmo Duque
Romaria de Epitacianos em Aparecida do Norte, nos meados dos anos 1960. Acompanhada de Dona Manoela Borges, madrinha de todos, Dona Maria Pesqueira Duque levou consigo os filhos Sérgio Maurício (Felão, com as mãos nos bolsos, e que hoje estaria fazendo 70 anos) e Antônio (Olégas); e os netos Guilherme ( Gui, de chupeta), Helvio (Mia) e Carlos Maurício (Nenê), filhos de Jacy e Carlos Alberto (Toco). A viagem era feita de trem até São Paulo; e até Aparecida ou Guaratinguetá, o percurso era de ônibus. Ao todo, só de ida, mais de 20 horas até o destino
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SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

São José dos Campos, Vale do Paraíba, foi elevado à categoria de vila em 1767. No decorrer do século XIX a agricultura desenvolveu-se no município, com destaque para o café, principalmente a partir da década de 1880. Porém na segunda metade do século XX a indústria ganhou força, sendo este o momento que a cidade descobre sua vocação para a área da tecnologia.O município é a sede de importantes empresas, como: Panasonic, Johnson & Johnson, Ericsson, Philips, Ball Corporation, General Motors (GM), Petrobras, Monsanto, Embraer (sede), entre outras. Possui também relevantes centros de ensino e pesquisas, tais como: o DCTA, o INPE, o Cemaden, o IEAv, o IAE, o IFI, a UNESP, o ITA, a FATEC, a UNIFESP e o IFSP, sendo um importante tecnopolo de material bélico, metalúrgico e sede do maior complexo aeroespacial da América Latina. O Parque Tecnológico de São José dos Campos, o maior do tipo no país, sedia unidades de pesquisa de grandes empresas, sendo a única cidade do mundo com centros de pesquisas das três maiores fabricantes mundiais de aeronaves, a Embraer, a Boeing e a Airbus.

Indústria. Embraer 190 no seu roll-out em São José dos Campos, cidade vista informalmente como capital da região, por sua influência, tamanho e dinamismo econômico. O PIB e a renda per capita de São José dos Campos se elevou mais do que algumas capitais do País como Rio Branco, Maceió ou Porto Velho.
Na década de 1950, a região industrializou-se rapidamente. Nesta época destacou-se, no território paulista, a criação do Instituto Tecnológico da Aeronáutica, a consequente instalação da indústria aeronáutica com a Embraer, o maior complexo aeroespacial da América Latina, além das montadoras Volkswagen, Ford, GM, Chery, as empresas de eletrônicos LG e Ericsson, além da Alstom e Usiminas, entre outras. No território fluminense, a CSN atraiu outras empresas do setor de mineração e siderurgia. Além dessas, destacam-se outros complexos industriais como os das empresas Coca-Cola FEMSA Brasil, Nissan, Jaguar Land Rover, PSA Peugeot Citroën, MAN Caminhões e Ônibus e Hyundai Heavy Industries, além de outras empresas como Guardian do Brasil, ArcelorMittal Siderúrgica Barra Mansa, Indústrias Nucleares do Brasil (INB), Michelin, White Martins, a Industria Nacional de Aços Laminados (INAL), a Companhia Estanífera Brasileira (CESBRA), S/A Tubonal, Saint-Gobain Canalização, entre outras.
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Convencida do potencial de mercado associado à aviação regional e das primeiras experiências bem-sucedidas com o protótipo, a equipe partia, então, para um novo desafio: viabilizar a fabricação em série do Bandeirante. Após tentativas junto ao setor privado, o time liderado por Ozires Silva articulou com o governo a criação de uma companhia de capital misto, com capitalização inicial do Estado. Em 19 de Agosto de 1969, a Embraer foi oficializada via Decreto de Lei. Suas atividades se iniciaram em 2 de janeiro de 1970, em endereço que, até hoje, homenageia a data (Avenida Brigadeiro Faria Lima, 2170 em São José dos Campos - SP). Para viabilizar a comercialização do Bandeirante, a Embraer introduziu diversas modificações no modelo. Depois delas, o avião trocou de código: recebeu a numeração EMB 110, deixando as iniciais “EMB 100” apenas para os primeiros três protótipos. Ao longo dos anos 1970, o Bandeirante ganhava destaque no mercado e rasgava os céus dos quatro cantos do planeta. Simultaneamente, a Embraer trazia soluções inovadoras para seus primeiros clientes nos segmentos de aviação agrícola, comercial e executiva. Entre as aeronaves apresentadas, destacaram-se o Ipanema, o Xavante e o Xingu, além da linha montada em parceria com a americana Piper. - Portal da Embraer.

O Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) é uma instituição de ensino superior pública da Força Aérea Brasileira, vinculada ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), localizado na cidade de São José dos Campos, São Paulo e com futuro campus em Fortaleza, no Ceará.
O ITA possui cursos de graduação e pós-graduação em áreas ligadas à engenharia, principalmente no setor aeroespacial. É considerado uma das melhores instituições de ensino superior do Brasil. O ITA oferece aos seus alunos alimentação gratuita e moradia de baixo custo, dentro do próprio DCTA.
História. O ITA foi criado pelo Marechal-do-Ar Casimiro Montenegro Filho. De acordo com o previsto no plano de criação do antigo Centro Técnico Aeroespacial (CTA, atual DCTA), o primeiro instituto a ser instalado seria uma escola de formação de engenheiros aeronáuticos. Assim, desde o início de seus trabalhos, paralelamente às atividades de construção e aquisição de equipamentos, a Comissão de Organização do DCTA (COCTA) selecionou professores e técnicos para o Instituto Tecnológico de Aeronáutica, os quais inicialmente trabalharam junto à Escola Técnica do Exército (atual Instituto Militar de Engenharia, IME).
Após o Decreto 27.695/50 transferir daquela escola para o ITA os cursos de preparação e formação de engenheiros de aeronáutica, o então Ministro da Aeronáutica baixou instruções regulando a admissão ao ITA (Portaria nº 38, de 1º de março de 1950) e a organização do mesmo (Portaria nº 88, de 24 de abril de 1950). Nos termos do Decreto nº 5.657, de 30 de dezembro de 2005,[6] o ITA é uma das Organizações Militares (OM) subordinadas ao atual DCTA.
Em 19 de setembro de 2024, o Ministério da Educação autorizou a 1ª etapa da construção do campus do Instituto no Ceará, sendo a primeira unidade fora da Região Sudeste. O novo campus, localizado na Base Aérea de Fortaleza, contará inicialmente com os cursos de Engenharia de Energias Renováveis e Engenharia de Sistemas, terá 18.568,59 m² e será dividido em: bloco de alojamentos com três pavimentos: duas salas de atividades, área de circulação, uma sala de aula, dois quartos com acessibilidade para pessoas com deficiência (capacidade: quatro alunos), 40 quartos com sala de estar e cozinha (capacidade: 80 alunos) e bloco para cursos de engenharia com três pavimentos: 14 laboratórios didáticos, quatro salas de apoio técnico, oito salas de aula, dois auditórios, seis salas de reunião, seis salas de estudo, duas salas de convivência, dois setores com diversas salas para professores, biblioteca, espaço de eventos e exposições. As primeiras turmas começarão em 2025, no Campus São José dos Campos, onde os alunos vão cursar o ciclo básico (dois primeiros anos). A partir do terceiro ano da graduação (2027), as aulas passarão a ser ministradas no novo campus de Fortaleza.
Cursos. Graduação. O ITA oferece os seguintes cursos de graduação: São José dos Campos: Engenharia Aeroespacial, Engenharia Aeronáutica, Engenharia Civil-Aeronáutica, Engenharia de Computação, Engenharia Eletrônica, Engenharia Mecânica-Aeronáutica
Fortaleza:Engenharia de Energias Renováveis, Engenharia de Sistemas
Pós-graduação
O ITA foi pioneiro na pós-graduação em engenharia no Brasil. Os programas de pós-graduação stricto sensu, previstos na lei federal n° 2.165/54, foram formalmente regulamentados em 1961. O ITA formou o primeiro Mestre na área de Engenharia do país em 1963 e o primeiro Doutor em 1970. A primeira dissertação de Mestrado foi defendida em 10 de janeiro de 1963 na área de Física e, em 22 de janeiro do mesmo ano, na área de Engenharia Eletrônica. Os Programas de Pós-Graduação do ITA têm por objetivo a formação de profissionais nos níveis de Mestrado e Doutorado para atuarem em ensino, pesquisa e desenvolvimento com ênfase no desenvolvimento de estudos e técnicas que contribuam para o estabelecimento de novas tecnologias adequadas à realidade brasileira, notadamente no Setor Aeroespacial.
O CTA

O Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA; originalmente Centro Técnico de Aeronáutica, CTA) é uma organização militar e instituição científica e tecnológica do Comando da Aeronáutica[nota 1] à qual compete planejar, gerenciar, realizar e controlar as atividades relacionadas com a ciência, tecnologia e inovação, no âmbito da Força Aérea Brasileira.
História. Seu projeto remonta aos tempos de Santos Dumont, que em um de seus livros já havia percebido que a região de São José dos Campos, no Vale do Paraíba, seria ideal para um centro que pudesse agregar conhecimentos científicos e técnicos para uma escola aeronáutica que abrigasse seus próprios alunos.
No final de 1939, o então Ministério do Exército criou um curso de especialização em engenharia aeronáutica na Escola Técnica do Exército, no Rio de Janeiro. Era o primeiro curso de nível superior do Brasil voltado para a aeronáutica. Três anos mais tarde, em 1942, formava-se a primeira turma de engenheiros aeronáuticos brasileiros. Com a criação formal do Ministério da Aeronáutica (MAER) em 1941, parte do contingente de militares do Exército foi transferida para a recém-criada força aérea. Entre esses oficiais encontrava-se o então tenente-coronel Casimiro Montenegro Filho: um dos primeiros engenheiros formados pela Escola Técnica do Exército, Montenegro visitou, em 1943, um centro de pesquisas aeronáuticas nos EUA. De volta ao Brasil, passou a buscar incansavelmente a criação de um centro análogo em território brasileiro. Assim, em 1945, Montenegro esteve novamente nos EUA, quando então procurou o professor Richard Smith, do famoso MIT, que concordou em auxiliá-lo na implantação de um centro de pesquisas aeronáuticas no Brasil. A área escolhida foi São José dos Campos, entre outras razões porque situava-se estrategicamente ao lado (e praticamente no ponto médio) da Via Dutra, que na época já ligava os dois maiores pólos industriais do país: as cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo.

Assim, em 29 de janeiro de 1946, durante a presidência interina de José Linhares, foi criada a Comissão de Organização do Centro Técnico de Aeronáutica (COCTA), com sede temporária no Campo de Marte (zona norte de São Paulo). A COCTA era subordinada ao então Comando-Geral de Pesquisas e Desenvolvimento, que tinha sede em Brasília (Na verdade este comando só foi criado em 31 de março de 1967, pelo Decreto, de nº 60.521 Art. 65) e pouco tempo depois passou a ser denominado Departamento de Pesquisas e Desenvolvimento (DEPED). Oito meses depois, a COCTA recebia, por intermédio do então Ministério da Aeronáutica (MAER), a verba necessária para viabilizar o início da execução do plano geral de estabelecimento do Centro Técnico de Aeronáutica (CTA). Após pouco mais de 4 anos de atuação, em 1950 a COCTA concluiu a implantação, na cidade paulista de São José dos Campos, das duas primeiras unidades do Centro Técnico de Aeronáutica: o Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) e o Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento (IPD). Embora ainda sob a gestão da COCTA e sem todas as unidades implantadas, em pouco tempo o Centro Técnico de Aeronáutica se tornou o principal centro de pesquisas aeronáuticas do Brasil.
Durante seus 4 primeiros anos de funcionamento, o Centro Técnico de Aeronáutica (1950 a 1954) foi mantido sob gestão da COCTA, situação que perdurou até 10 de setembro de 1954, quando a COCTA foi extinguida. Após a extinção da COCTA, em 10 de novembro do mesmo ano o Centro Técnico de Aeronáutica entrou oficialmente em operação (embora já operasse desde 1950). 17 anos depois (1971), o Centro Técnico de Aeronáutica passou a ser denominado Centro Técnico Aeroespacial (CTA).
O IPD absorveu grande parte dos engenheiros aeronáuticos formados pelo ITA, especialmente os militares. No IPD foram projetados três dos quatro primeiros aparelhos fabricados pela Embraer: o Bandeirante, o avião agrícola Ipanema e o planador Urupema. A própria criação da Embraer foi uma iniciativa de um grupo de engenheiros militares que atuava no IPD. Dessa forma, pode-se estabelecer as origens da Embraer na própria implantação do CTA, de onde saíram os principais projetistas e dirigentes da indústria aeronáutica brasileira da década de 1970.
Em 2006, a estrutura do DEPED foi transferida de Brasília para São José dos Campos e se fundiu à do Centro Técnico Aeroespacial (CTA). Dessa fusão, surgiu o Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial (CTA), dotado de características de Grande-Comando Militar.
Em 2009, por força do Decreto presidencial nº 6.834/09, o Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial (CTA) passou a ser denominado Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA).
Desde sua criação, o DCTA tem coordenado e acompanhado a implantação de vários projetos bem sucedidos que contribuíram para o crescimento da Aeronáutica e do Brasil, com destaque para a implantação da indústria aeronáutica brasileira e o desenvolvimento das pesquisas espaciais.
O DCTA no processo de urbanização

Entrada do DCTA em São José dos Campos. A partir da década de 1950, o fenômeno de urbanização do Vale do Paraíba ficou mais evidenciado em São José dos Campos.
Graças à pesquisa dentro do então Centro Técnico Aeroespacial, surgiu um produto de interesse do mercado, o que causou, em 1969, a fundação da Embraer para fabricar em série o avião Embraer EMB-110 Bandeirante. Por conta disso e de outras pesquisas, várias outras indústrias se estabeleceram no município de São José dos Campos como fornecedoras de componentes para a grande indústria aeronáutica. Esta então se fortaleceu, devido principalmente à grande presença e disponibilidade de recursos humanos qualificados, como os engenheiros formados pelo ITA. Neste contexto, o DCTA, o ITA e a indústria aeronáutica, de maneira geral, contribuíram para a industrialização de São José dos Campos na medida em que induziram o surgimento de novos bairros e o adensamento populacional nos bairros mais antigos. Isto por conta de uma migração de profissionais oriundos de diversas partes do país para trabalhar diretamente na indústria aeronáutica ou em setores sob sua influência, além de outras indústrias do município.


Vocação na produção de tecnologia
Lagoa do ITA, um dos produtos do planejamento urbanístico-arquitetônico que deram origem ao CTA.
O DCTA não tem vocação somente para a indústria aeronáutica: o conhecimento e tecnologia gerados servem também à indústria em geral, podendo ser aplicados a vários campos do conhecimento. Exemplos de aplicações práticas dos resultados das pesquisas realizadas no DCTA: motor a gás, motor a álcool para aviões, urna eletrônica, radares meteorológicos etc.
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SERRA DA MANTIQUEIRA
A serra da Mantiqueira é uma cadeia montanhosa que se estende por três estados do Brasil: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. A serra tem uma formação geológica datada da era arqueana que compreende um maciço rochoso que possui grande área de terras altas, entre mil e quase três mil metros de altitude, ao longo das divisas dos estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. Na serra da Mantiqueira existem diversas unidades de conservação, como a área de proteção ambiental serra da Mantiqueira, o Parque Nacional do Itatiaia, e os parques estaduais da serra do Brigadeiro, da serra do Papagaio e de Campos do Jordão.
Cerca de 10% da serra encontra-se no estado do Rio de Janeiro, 30% no estado de São Paulo, e os demais 60% estão localizados em Minas Gerais. A serra inicia-se na região onde está o município de Barbacena e de lá inclina-se para o sudoeste até se encontrar com as divisas com o Rio de Janeiro e logo após, com São Paulo, onde torna-se uma divisa natural com o estado de Minas Gerais até as mediações finais de Joanópolis e Extrema e, por fim, esta termina no município de Bragança Paulista.
Etimologia. "Mantiqueira" é um termo de origem tupi que significa "gota de chuva", através da junção dos termos amana (chuva) e tykyra (gota). Seu nome dá ideia da grande importância da serra como fonte de água potável, formação de rios que abastecem um grande número de cidades da Região Sudeste do Brasil. Seus riachos formam o rio Jaguari, responsável pelo abastecimento da região norte da Grande São Paulo, o rio Paraíba do Sul, que corta uma região densamente habitada e altamente industrializada no eixo Rio-São Paulo, o rio Grande, que é parte integrante do maior complexo hidroelétrico do país.
Nos planaltos ao norte da serra que adentram o estado de Minas Gerais, estão localizadas as fontes de águas minerais em Baependi, Caxambu, Conceição do Rio Verde, Itamonte, Passa Quatro, Pocinhos do Rio Verde (em Caldas), Poços de Caldas, Pouso Alto, e São Lourenço. Em sua face sul temos as fontes de Águas da Prata, localizadas na serra do Cervo.
Localização e extensão. Pico do Rachado na Serra da Mantiqueira no município de Pouso Alto.
O maciço da serra da Mantiqueira possui aproximadamente 500 km de extensão e se inicia próximo à cidade paulista de Bragança Paulista e segue para o leste delineando as divisas dos três estados brasileiros até a região do Parque Nacional do Itatiaia onde adentra Minas Gerais até a cidade de Barbacena. A partir daí, uma continuação pode ser considerada, pois a mesma desvia para o norte até a serra do Brigadeiro, no leste de Minas Gerais, chegando a aproximar-se do Parque Nacional do Caparaó.
Seu ponto culminante é a Pedra da Mina, com 2 798 metros, na divisa dos estados de Minas Gerais e São Paulo e seu ponto de transposição mais baixa é a Garganta do Embaú, por onde passaram os bandeirantes durante suas incursões ao interior de Minas Gerais.
Na descoberta de ouro em Minas Gerais, A serra da Mantiqueira fecha sua cadeia nos últimos contrafortes do Ouro Branco, no centro do estado de Minas. Principia na serra do Espinhaço, a chamada serra Geral ou serra de Minas e se estende no sentido sul-norte até além da Bahia. Seu sistema assume para o norte os topônimos dos lugares por onde passa, serra do Ouro Preto, do Batatal, do Capanema, do Ouro Fino, do Gongo Soco, do Garimpo, da Mutuca, do Cipó, da Pedra Redonda, ao pé da qual nasce o rio Jequitinhonha. Um de seus contrafortes é a serra do Caraça, em curva quase perfeita, uma das maiores eminências da serra Geral, o cabeço mais alto de sua linha dorsal. Os picos do Sol e do Carapuça, frequentemente enevoados, altaneiros, erguem-se a 2 072 m (o primeiro) e a 1 955 m (o segundo).
Avistam-se a noroeste a serra da Piedade, além a serra da Lagoa Santa; a leste as serras que abrem permeio para os rios Piracicaba e de Santa Bárbara se ligarem ao rio Doce; a oeste o rio das Velhas e seu vale, a serra do Curral d'El-Rei e o vale do rio Paraopeba; a sudeste os dois matacões característicos do Itacolomi e o declive sombrio onde corre o ribeirão do Carmo. Na serra da Mantiqueira foi encontrado ouro, durante o período colonial na região onde hoje se encontra a cidade de Conceição dos Ouros.
CAMPOS DO JORDÃO E SERRA NEGRA

Na imagem da década de 1930, temos uma vista da vila Abernéssia, centro comercial e administrativo de Campos do Jordão e que conta com uma de nossas estações ferroviárias. Chamada de Vila Nova até 1915, Abernéssia vem da junção do nome de duas cidades escocesas, Aberdeen e Inverness.EFGJ.
CAMPOS DO JORDÃO. A partir do século XVI, a região começou a ser percorrida por desbravadores de origem portuguesa, como Martim Corrêa de Sá, Gaspar Vaz da Cunha e Inácio Caetano Vieira de Carvalho. A família deste último vendeu suas terras na região para Manuel Rodrigues do Jordão, cujo sobrenome veio a conferir à região seu nome atual. As terras de Jordão foram loteadas e vendidas na segunda metade do século XIX. Em 20 de setembro de 1790, Inácio Caetano Vieira de Carvalho chegou, no alto da Serra da Mantiqueira, na Fazenda Bonsucesso. Desde então, passou a ser hostilizado pelo vizinho João Costa Manso por problemas com os limites da fazenda. Essa briga iniciou uma luta aberta entre paulistas e mineiros que só terminou em 1823, quando morreram Vieira de Carvalho e Costa Manso. Os Vieira de Carvalho venderam a Fazenda Bonsucesso ao brigadeiro Jordão, que mudou o nome da fazenda para Natal, mas ficou conhecida como os Campos do Jordão.
Fundação. Em 1874, Mateus da Costa Pinto, considerado o fundador da cidade, tendo adquirido boa parte das terras que pertenciam ao brigadeiro Jordão, transfere-se de Pindamonhangaba para os Campos do Jordão onde, em 29 de abril de 1874 deu início a inúmeras construções, fundando, assim, o primeiro povoado, que denominou São Matheus do Imbiri, por estar localizado nas proximidades do Pico do Imbiri e Ribeirão do Imbiri. Em 2 de Fevereiro de 1879 teve início à construção da capela Nossa Senhora da Conceição dos Campos do Jordão, onde já havia a capelinha de São Mateus. Em 1891, Dr. Domingos José Nogueira Jaguaribe Filho comprou todas as terras de Mateus Pinto, e instalou-se na vila de São Mateus, que em sua homenagem foi chamada de Vila Jaguaribe. A povoação se desenvolveu, tornando-se distrito do município de São Bento do Sapucaí em 29 de outubro de 1915, com o nome de Campos do Jordão. Nessa mesma época, iniciou-se a construção da Vila Abernéssia onde estavam localizados os sanatórios dos doentes dos pulmões. Em 1920, foi iniciada a construção da Vila Emílio Ribas. O fato de tornar-se um local para tratamento de saúde originou a criação de uma prefeitura sanitária em 1 de outubro de 1926, mantida até 21 de janeiro de 1931.
Emancipação. Em 19 de junho de 1934 conseguiu sua autonomia político-administrativa com a criação do município. O nome do município homenageou o Brigadeiro Jordão, pois, na época, era costume ligar-se o nome do proprietário à propriedade.[9] A partir da década de 1950, o avanço da medicina fez com que a tuberculose deixasse de ser uma doença tão perigosa. Com isso, a cidade passou a desenvolver o turismo. Atualmente, é um dos principais destinos de inverno do Brasil.
A Estrada de Ferro Campos do Jordão. Em 1914, a EFCJ foi inaugurada para facilitar o transporte de pacientes com tuberculose para Campos do Jordão, onde havia vários locais para o tratamento dessa enfermidade. Com o avanço da medicina, novos métodos foram descobertos e o clima da Serra da Mantiqueira deixou de ser utilizado neste tipo de tratamento. Mas, ainda hoje, a tuberculose atinge milhões de pessoas em todo o mundo. Ela tem cura e o diagnóstico precoce é a principal ferramenta no combate à doença. Na imagem, painel em exposição no nosso Centro de Memória Ferroviária que mostra como a sociedade lidava com a tuberculose no início do século XX e como Campos do Jordão se tornou um local de cura da doença.

Serra Negra foi fundada em 23 de setembro de 1828 por Lourenço Franco de Oliveira. A fundação remete-se à data em que a pequena capela construída nas terras de Lourenço Franco de Oliveira (local do atual bairro das Três Barras) recebeu a concessão de Capela Curada (termo que institui um paróquia) pelo bispo Dom Manoel Joaquim Gonçalves de Andrade, de Mogi Mirim. Em 12 de março de 1841, a capela, pertencente à região de Mogi Mirim, foi elevada à categoria de Freguesia (povoação sob aspecto eclesiástico). Em 24 de março de 1859, Serra Negra foi elevada à categoria de Vila, sendo os respectivos habitantes obrigados a construir Cadeia e Casa da Câmara a sua custa.[7] A primeira sessão da Câmara Municipal foi realizada em 7 de setembro de 1859. Pela lei n° 113, de 21 de abril de 1885, a Vila de Serra Negra foi elevada à categoria de cidade. Inicialmente, os lavradores que moravam em Serra Negra cultivavam cereais. No ano de 1873, teve o início do plantio de café em larga escala.
A partir de 1880, começaram a chegar as primeiras famílias de imigrantes italianos para trabalharem nas lavouras de café, mudando totalmente as características portuguesas da colonização e revelando ser a tradição italiana fator predominante na contribuição da cultura local. Em março de 1892, foi inaugurado o ramal férreo da Companhia Mogiana. A locomotiva fazia o trajeto de Serra Negra até Campinas. Além do transporte de passageiros, o principal produto transportado era o café. O ramal foi desativado em 1956, quando as estradas de rodagem já se desenvolviam em larga escala no país. Na década de 1920, a economia brasileira já começava a sofrer os efeitos ocasionados pelo excesso da produção de café.
Águas minerais. Serra Negra, embora afetada pela crise, do café já recebia os primeiros benefícios da descoberta da qualidade terapêutica de suas águas minerais a partir da Fonte Santo Antonio, de Luiz Rielli. A descoberta das propriedades radioativas das águas em 1928 levou à criação, em 1930, de um pavilhão hidroterápico construído ao lado da grandiosa fonte. Sua composição mineral, combinada a pequenas doses de radioatividade, revelou serem as águas minerais de Serra Negra indicadas para os mais diversos tratamentos de saúde.
SERRA DA BOCAINA

O Parque Nacional da Serra da Bocaina localiza-se na divisa entre os estados do Rio de Janeiro e de São Paulo, na região Sudeste do Brasil. É um segmento da Serra do Mar. Foi criado por Decreto Federal em 1971, compreende uma área aproximada de 134 mil hectares e uma expressiva biodiversidade. A criação do parque teve como objetivo a implantação de um escudo de vegetação nativa, nas escarpas da Serra do Mar como proteção de um eventual acidente nuclear nas usinas de Angra I e II. A sede do parque fica na cidade de São José do Barreiro, no Estado de São Paulo. É administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O parque oferece uma ampla gama de atrações turísticas naturais, tais como a Cachoeira Santo Isidro, a Cachoeira das Posses e mais no interior do parque, a Cachoeira dos Veados. A entrada do parque marca também o início do trecho final da Trilha do Ouro, com uma extensão de aproximadamente 73 quilômetros, e que termina na praia de Mambucaba, em Angra dos Reis. O seu ponto mais elevado é o Pico do Tira o Chapéu, que alcança 2 088 metros acima do nível do mar, um dos pontos mais altos do Estado de São Paulo.

"Caminho do Boi e do transporte de Café que saía de São Paulo em direção ao Rio de Janeiro, no Morro do Pedro na Divisa de Bananal e Rio Claro. O Marco de Divisa de número 17, que está localizado nessa região, foi instalado em 1956 e ainda serve como referência das divisas dos estados"
Serra da Bocaina Bananal. Foto. @guiaemanuelecalago
Sorocaba. O primeiro ciclo a marcar a vida econômica de Sorocaba foi o bandeirismo, quando os Sorocabanos aprofundaram-se além das linhas de Tordesilhas, montando entrepostos comerciais e de mineração. Os bandeirantes sorocabanos Paschoal Moreira Cabral e Miguel Sutil são fundadores da cidade de Cuiabá, no estado de Mato Grosso. Sérgio Buarque de Holanda mostrou que Sorocaba nos séculos XVII e XVIII vivia intensamente e tinha importante produção agrícola. A partir do século XVIII, o bandeirantismo de predação foi gradativamente substituído pelo comércio de mulas. O coronel Cristóvão Pereira de Abreu, um dos fundadores do estado do Rio Grande do Sul, conduziu pelas ruas do povoado a primeira tropa de muares no ano de 1733, inaugurando o ciclo do tropeirismo. Sorocaba tornou-se um marco obrigatório para os tropeiros devido a sua posição estratégica, eixo econômico entre as regiões Norte, Nordeste e Sul. Com o fluxo de tropeiros, o povoado ganhou uma feira onde os brasileiros de todos os estados reuniam-se para comercializar animais, a feira de Sorocaba. Este fluxo intenso de pessoas e riquezas promoveu o desenvolvimento do comércio e das indústrias caseiras baseadas na confecção de facas, facões, redes de pesca, doces e objetos de couro para a montaria.
Fábrica de ferro em Sorocaba de São João de Ipanema em 1884
Em 1852, apareceram as primeiras tentativas fabris. No entanto, o comércio do algodão cru revertia melhores lucros aos Sorocabanos. A cultura do algodão desenvolveu-se grandemente, a ponto de levar Luís Mateus Maylasky, o maior comprador de algodão da zona, a construir, em 1870, a Estrada de Ferro Sorocabana (EFS) inaugurada em 1875. A ferrovia foi um dos fatores do desenvolvimento industrial, que teve início com a Real Fábrica de Ferro São João do Ipanema, primeira metalúrgica em escala industrial da América Latina, de onde saiu um dos grandes Sorocabanos, Francisco Adolfo de Varnhagen, o Visconde de Porto Seguro. A partir da queda das exportações do algodão, os Sorocabanos passaram a industrializar a fibra na própria cidade. Assim, Manuel José da Fonseca inaugurou, em 1882, a fábrica de tecido Nossa Senhora da Ponte; logo em 1890, apareceram as fábricas Santa Rosália e Votorantim, que deram início ao parque industrial de Sorocaba juntamente com as indústrias têxteis de origem inglesa que se instalaram na cidade, tornando-a conhecida como a "Manchester paulista".
Rua Direita, c. 1875-1880. Pedro Benedito Paiva Junior - Álbum Fotográfico - Vistas de Sorocaba - 2008

Bauru, região central do estado. Foi fundada em 1896, sendo que a Marcha para o Oeste, impulsionada pelo governo de Getúlio Vargas como incentivo ao progresso e a ocupação da região central do Brasil, foi um importante fator de incremento populacional para a região. No começo do século XX o município começou a ganhar infraestrutura e a população aumentou com a chegada da ferrovia e, mais tarde, das rodovias. A cafeicultura ganhou força no município no início do século, porém Bauru tornou-se industrializada, acompanhando a crescente industrialização do país a partir da década de 30, sendo esta atividade a principal responsável pela urbanização do município. É, juntamente com o setor terciário, a principal fonte de renda municipal, fazendo com que o município tenha o 68º maior PIB brasileiro. No campo ganhou força após a década de 1950 a cana-de-açúcar.

Ribeirão Preto, norte paulista. Foi fundada em 1856, neste período a região recebia muitos mineiros que saíam de suas terras já esgotadas para a mineração e procuravam pastagens para a criação de gado. No começo do século XX, a cidade passou a atrair imigrantes, que foram trabalhar na agricultura ou nas indústrias abertas na década de 1910. O café, que foi por algum tempo uma das principais fontes de renda, se desvaloriza a partir de 1929, perdendo espaço para outras culturas e principalmente para o setor industrial. Na segunda metade do século XX foram incrementados investimentos nas áreas de saúde, biotecnologia, bioenergia e tecnologia da informação, sendo declarada em 2010 como "polo tecnológico".

Marília, oeste paulista. A Companhia Paulista de Estradas de Ferro vinha desde 1924 avançando seus trilhos de Piratininga até chegar a Lácio (terras do deputado Sampaio Vidal),[23] sendo que a próxima estação passaria próximo dos patrimônios já existentes, o que causaria disputas entre os fundadores, principalmente entre Antônio Pereira da Silva, já que era o fundador do primeiro patrimônio e Sampaio Vidal. Bento de Abreu ignorou o Alto Cafezal e tudo fez para impulsionar o desenvolvimento de seu próprio patrimônio, estabelecido justamente ao lado do povoado já existente. Investiu em infraestrutura e em recursos humanos, recrutando profissionais liberais em diversas áreas, que para lá se dirigiram. Para demarcar as terras do novo patrimônio contratou o engenheiro Dr. Durval de Menezes e compôs aliança política com o grupo de Rodolfo Miranda. O poder político venceu e a estação foi construída nas terras do deputado, que deveria escolher um nome para a estação com a letra "M", já que, de acordo com o esquema dessa companhia, as estradas que iam sendo inauguradas no ramal, haveriam de ser nomeadas por ordem alfabética. Foram propostos vários nomes, como "Marathona", "Mogúncia" e "Macau", mas Bento de Abreu não ficou satisfeito com nenhuma das sugestões. Em uma de sua viagens de navio à Europa, leu o livro de Tomás Antônio Gonzaga, "Marília de Dirceu", de onde teve a ideia de sugerir o nome de "Marília".

Piracicaba, centro-paulista. Foi fundada em 1767, às margens do rio Piracicaba, manancial que foi vital para a região. No decorrer do século XIX, a agricultura se desenvolveu no município, com destaque para o cultivo da cana-de-açúcar e do café. Contudo, ainda na primeira metade do século XX, a cidade entrou em decadência. Com o fim do ciclo do café e a queda constante de preços do açúcar, a economia piracicabana se estagnou, o que viria a ser revertido somente a partir do início de sua industrialização.

Jundiaí é um município brasileiro do estado de São Paulo, sede da região metropolitana de Jundiaí. Seu nome é uma referência ao rio Jundiaí, que significa "rio dos jundiás", famoso peixe da época da colonização do interior paulista (peixe hoje em extinção). A cidade possui conurbação consolidada com Várzea Paulista e Campo Limpo Paulista, além de estar em processo de conurbação com Itupeva. As cidades mencionadas fazem parte da Região Metropolitana de Jundiaí (antiga Aglomeração Urbana de Jundiaí ou região de Jundiaí), juntamente com os municípios de Cabreúva, Louveira e Jarinu, totalizando cerca de 835 mil habitantes segundo censo do IBGE. Esta região metropolitana está integrada — junto com a Grande São Paulo, a Região Metropolitana de Campinas, a Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte, a Região Metropolitana de Sorocaba e a Baixada Santista (litoral de São Paulo) — ao Complexo Metropolitano Expandido, uma megalópole que ultrapassa os 30 milhões de habitantes (cerca de 75% da população paulista) e que é a primeira aglomeração urbana do tipo no hemisfério sul. Na época de sua emancipação, Jundiaí marcava o limite norte do povoamento da Capitania de São Vicente. Esse povoamento acusava dois rumos principais: um de Jundiaí para leste, atingindo a zona montanhosa banhada pelo Rio Atibaia; e outro de Jundiaí para o norte, alcançando o vale do Rio Mojiguaçu. No primeiro caso, surgiram os povoados de Atibaia (1665), a partir da edificação de uma capela por Jerônimo de Camargo e a fixação de índios vindos do sertão pelo padre Mateus Nunes de Siqueira, e de Nazaré (c. 1676). Depois da descoberta das minas de ouro em Goiás, no século XVIII, chegou, a traçado definitivo, o "Caminho dos Goiases", partindo de Jundiaí, atravessando as povoações de Mogi Mirim e Mogi Guaçu, rumando para o noroeste por áreas que, mais tarde, formariam o sul de Minas Gerais.

Ramal da Ferrovia Santos-Jundiaí na Capital paulista
Na metade do século XIX, a cultura cafeeira chegou em Jundiaí e, em pouco tempo, se tornou a sua base econômica. Em 1867, foi inaugurada a São Paulo Railway, ligando Jundiaí a Santos, passando por São Paulo. Outras ferrovias foram inauguradas nas três décadas seguintes, como a Companhia Paulista de Estradas de Ferro, a Companhia Ytuana de Estradas de Ferro e a Estrada de Ferro Bragantina. Surgiram também as primeiras indústrias têxteis. Em 28 de março de 1865, Jundiaí foi elevada à condição de cidade. Na segunda metade do século XIX, houve uma crise do escravismo e a alta do preço do escravo. Neste contexto, os grandes produtores rurais passaram a buscar novos trabalhadores, recebendo grande número de imigrantes italianos, e também, em menor número, outros imigrantes europeus. A imigração estimulou o crescimento comercial e industrial e, ainda, do segmento de serviços e infraestrutura urbana. Para abrigar as famílias de imigrantes, foram criados na cidade, por iniciativa do então presidente da Província de São Paulo, Antônio de Queirós Teles, conde de Parnaíba, quatro núcleos coloniais, entre eles o “Barão de Jundiaí”, criado em 1887, que deu origem ao bairro da Colônia. As famílias italianas, que chegaram ao Brasil com poucos bens, foram criando em Jundiaí seus próprios meios de subsistência, comprando pequenos lotes, cultivando milho, feijão, arroz, batata, legumes e frutas (especialmente uva) e montando armazéns.
Industrialização. Na primeira metade do século XX, Jundiaí descobriu a sua vocação industrial. O processo de industrialização de Jundiaí acompanhou as vias de circulação. Com isso, as indústrias se concentravam nas regiões próximas à ferrovia e às margens do Rio Guapeva, atendendo principalmente os segmentos têxtil e cerâmico. Nos anos 1930 e 1940, ocorreu novo impulso industrial e após a inauguração da Rodovia Anhanguera (1948), mais empresas procuraram a cidade, aproveitando também a abertura da economia ao capital estrangeiro em 1950. Foi nesta época que vieram para o município as indústrias metalúrgicas. Ao longo de sua história recente, Jundiaí perdeu territórios para a criação dos municípios de Vinhedo (1948), Campo Limpo (1964), Itupeva (1964) e Várzea Paulista (1965).
Embarcações fluviais no rio Paraná, divisa entre São Paulo e Mato Grosso (Atual Mato Grosso do Sul)

Porto Tibiriçá (abaixo) e Presidente Epitácio (acima) . Confluência entre os rios Paraná e Rio Pardo antes da formação do lago da Usina de Porto Primavera. Ao centro a ilha Tibiriçá (hoje inundada) e sobre ela a ponte que liga São Paulo e Mato Grosso do Sul. Liga também as rodovias Manoel da Costa Lima (MS) e Raposo Tavares (SP). Acima e antes da curva do rio Paraná, a Vila e o antigo Distrito Federal do Porto Tibiriçá, fundado em 1907 e incorporado ao governo federal durante a II Guerra Mundial. Mais acima o porto e cidade de Presidente Epitácio, fundada na década de 1924 com a chegado dos trilhos da E.F. Sorocabana.
Caminho do Mar em 1920.


Ribeirão Preto, norte paulista. Foi fundada em 1856, neste período a região recebia muitos mineiros que saíam de suas terras já esgotadas para a mineração e procuravam pastagens para a criação de gado. No começo do século XX, a cidade passou a atrair imigrantes, que foram trabalhar na agricultura ou nas indústrias abertas na década de 1910. O café, que foi por algum tempo uma das principais fontes de renda, se desvaloriza a partir de 1929, perdendo espaço para outras culturas e principalmente para o setor industrial. Na segunda metade do século XX foram incrementados investimentos nas áreas de saúde, biotecnologia, bioenergia e tecnologia da informação, sendo declarada em 2010 como "polo tecnológico".

Marília, oeste paulista. A Companhia Paulista de Estradas de Ferro vinha desde 1924 avançando seus trilhos de Piratininga até chegar a Lácio (terras do deputado Sampaio Vidal),[23] sendo que a próxima estação passaria próximo dos patrimônios já existentes, o que causaria disputas entre os fundadores, principalmente entre Antônio Pereira da Silva, já que era o fundador do primeiro patrimônio e Sampaio Vidal. Bento de Abreu ignorou o Alto Cafezal e tudo fez para impulsionar o desenvolvimento de seu próprio patrimônio, estabelecido justamente ao lado do povoado já existente. Investiu em infraestrutura e em recursos humanos, recrutando profissionais liberais em diversas áreas, que para lá se dirigiram. Para demarcar as terras do novo patrimônio contratou o engenheiro Dr. Durval de Menezes e compôs aliança política com o grupo de Rodolfo Miranda. O poder político venceu e a estação foi construída nas terras do deputado, que deveria escolher um nome para a estação com a letra "M", já que, de acordo com o esquema dessa companhia, as estradas que iam sendo inauguradas no ramal, haveriam de ser nomeadas por ordem alfabética. Foram propostos vários nomes, como "Marathona", "Mogúncia" e "Macau", mas Bento de Abreu não ficou satisfeito com nenhuma das sugestões. Em uma de sua viagens de navio à Europa, leu o livro de Tomás Antônio Gonzaga, "Marília de Dirceu", de onde teve a ideia de sugerir o nome de "Marília".

Piracicaba, centro-paulista. Foi fundada em 1767, às margens do rio Piracicaba, manancial que foi vital para a região. No decorrer do século XIX, a agricultura se desenvolveu no município, com destaque para o cultivo da cana-de-açúcar e do café. Contudo, ainda na primeira metade do século XX, a cidade entrou em decadência. Com o fim do ciclo do café e a queda constante de preços do açúcar, a economia piracicabana se estagnou, o que viria a ser revertido somente a partir do início de sua industrialização.

Jundiaí é um município brasileiro do estado de São Paulo, sede da região metropolitana de Jundiaí. Seu nome é uma referência ao rio Jundiaí, que significa "rio dos jundiás", famoso peixe da época da colonização do interior paulista (peixe hoje em extinção). A cidade possui conurbação consolidada com Várzea Paulista e Campo Limpo Paulista, além de estar em processo de conurbação com Itupeva. As cidades mencionadas fazem parte da Região Metropolitana de Jundiaí (antiga Aglomeração Urbana de Jundiaí ou região de Jundiaí), juntamente com os municípios de Cabreúva, Louveira e Jarinu, totalizando cerca de 835 mil habitantes segundo censo do IBGE. Esta região metropolitana está integrada — junto com a Grande São Paulo, a Região Metropolitana de Campinas, a Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte, a Região Metropolitana de Sorocaba e a Baixada Santista (litoral de São Paulo) — ao Complexo Metropolitano Expandido, uma megalópole que ultrapassa os 30 milhões de habitantes (cerca de 75% da população paulista) e que é a primeira aglomeração urbana do tipo no hemisfério sul. Na época de sua emancipação, Jundiaí marcava o limite norte do povoamento da Capitania de São Vicente. Esse povoamento acusava dois rumos principais: um de Jundiaí para leste, atingindo a zona montanhosa banhada pelo Rio Atibaia; e outro de Jundiaí para o norte, alcançando o vale do Rio Mojiguaçu. No primeiro caso, surgiram os povoados de Atibaia (1665), a partir da edificação de uma capela por Jerônimo de Camargo e a fixação de índios vindos do sertão pelo padre Mateus Nunes de Siqueira, e de Nazaré (c. 1676). Depois da descoberta das minas de ouro em Goiás, no século XVIII, chegou, a traçado definitivo, o "Caminho dos Goiases", partindo de Jundiaí, atravessando as povoações de Mogi Mirim e Mogi Guaçu, rumando para o noroeste por áreas que, mais tarde, formariam o sul de Minas Gerais.

Ramal da Ferrovia Santos-Jundiaí na Capital paulista
Na metade do século XIX, a cultura cafeeira chegou em Jundiaí e, em pouco tempo, se tornou a sua base econômica. Em 1867, foi inaugurada a São Paulo Railway, ligando Jundiaí a Santos, passando por São Paulo. Outras ferrovias foram inauguradas nas três décadas seguintes, como a Companhia Paulista de Estradas de Ferro, a Companhia Ytuana de Estradas de Ferro e a Estrada de Ferro Bragantina. Surgiram também as primeiras indústrias têxteis. Em 28 de março de 1865, Jundiaí foi elevada à condição de cidade. Na segunda metade do século XIX, houve uma crise do escravismo e a alta do preço do escravo. Neste contexto, os grandes produtores rurais passaram a buscar novos trabalhadores, recebendo grande número de imigrantes italianos, e também, em menor número, outros imigrantes europeus. A imigração estimulou o crescimento comercial e industrial e, ainda, do segmento de serviços e infraestrutura urbana. Para abrigar as famílias de imigrantes, foram criados na cidade, por iniciativa do então presidente da Província de São Paulo, Antônio de Queirós Teles, conde de Parnaíba, quatro núcleos coloniais, entre eles o “Barão de Jundiaí”, criado em 1887, que deu origem ao bairro da Colônia. As famílias italianas, que chegaram ao Brasil com poucos bens, foram criando em Jundiaí seus próprios meios de subsistência, comprando pequenos lotes, cultivando milho, feijão, arroz, batata, legumes e frutas (especialmente uva) e montando armazéns.
Industrialização. Na primeira metade do século XX, Jundiaí descobriu a sua vocação industrial. O processo de industrialização de Jundiaí acompanhou as vias de circulação. Com isso, as indústrias se concentravam nas regiões próximas à ferrovia e às margens do Rio Guapeva, atendendo principalmente os segmentos têxtil e cerâmico. Nos anos 1930 e 1940, ocorreu novo impulso industrial e após a inauguração da Rodovia Anhanguera (1948), mais empresas procuraram a cidade, aproveitando também a abertura da economia ao capital estrangeiro em 1950. Foi nesta época que vieram para o município as indústrias metalúrgicas. Ao longo de sua história recente, Jundiaí perdeu territórios para a criação dos municípios de Vinhedo (1948), Campo Limpo (1964), Itupeva (1964) e Várzea Paulista (1965).
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Porto Tibiriçá (abaixo) e Presidente Epitácio (acima) . Confluência entre os rios Paraná e Rio Pardo antes da formação do lago da Usina de Porto Primavera. Ao centro a ilha Tibiriçá (hoje inundada) e sobre ela a ponte que liga São Paulo e Mato Grosso do Sul. Liga também as rodovias Manoel da Costa Lima (MS) e Raposo Tavares (SP). Acima e antes da curva do rio Paraná, a Vila e o antigo Distrito Federal do Porto Tibiriçá, fundado em 1907 e incorporado ao governo federal durante a II Guerra Mundial. Mais acima o porto e cidade de Presidente Epitácio, fundada na década de 1924 com a chegado dos trilhos da E.F. Sorocabana.
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A ERA DAS RODOVIAS E O PORTO DAS INDÚSTRIAS


A Rodovia Caminho do Mar (SP-148), também conhecida como Estrada Velha de Santos, é uma rodovia brasileira que liga o litoral do estado de São Paulo (Santos-Cubatão) ao planalto paulista (São Paulo, via Região do Grande ABC). Desde 1985 fechada para automóveis de passeio particulares,[1] só pode ser percorrida por visitantes a pé, veículos de manutenção e micro-ônibus da Fundação Patrimônio Histórico da Energia de São Paulo, administradora do Polo Ecoturístico Caminhos do Mar, abrangendo a própria rodovia, a Calçada do Lorena e outros monumentos, como Pouso de Paranapiacaba, Belvedere Circular, Rancho da Maioridade, Padrão do Lorena, dentre outros. A chamada Trilha dos Tupiniquins, também denominada Caminho de Paranapiacaba ou Caminho de Piaçaguera, foi a mais antiga e principal ligação entre o litoral (Baixada Santista) e a vila de São Paulo de Piratininga durante o período colonial. Iniciava-se na vila de São Vicente, atravessava uma área alagada (hoje Cubatão) e prosseguia Serra do Mar acima, até as nascentes do Rio Tamanduateí (no atual município de Mauá) e, daí, ao Córrego Anhangabaú, na aldeia do índio Tibiriçá, em Piratininga (atual Pátio do Colégio, no centro histórico de São Paulo). A escarpa da Serra do Mar entre a Baixada Santista e o planalto paulista foi transposta por distintos caminhos indígenas e posteriormente, na sequência, pela Calçada do Lorena, Estrada da Maioridade/Vergueiro/Caminho do Mar, Anchieta e Imigrantes. Com a crescente expansão dos parques industriais de São Paulo, o ABC e Cubatão, em 1947 foi inaugurada a primeira pista da Via Anchieta; em 1953, a segunda; em 1976, foi inaugurada a pista Norte da Rodovia dos Imigrantes; e, em 2002, a pista Sul. O fluxo de veículos pela Via Anchieta era mais eficiente do que pelo Caminho do Mar. Logo, a estrada passou a ser subutilizada, assim ficando por várias décadas. No período 1992-2004, a estrada foi fechada e reformada, tornando-se, atualmente, o Polo Ecoturístico Caminhos do Mar, que é formado pela estrada Caminho do Mar e por um trecho da Calçada do Lorena. [Textos e imagens da Wikipedia]
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Trechos da Estrada Velha nos anos 1950.

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Via Anchieta em cartão postal dos anos 1960

Construção das marginais da Via Anchieta próximo ao município de São Paulo nos anos 1970.
A Rodovia Anchieta ou anteriormente Via Anchieta(SP-150) faz a ligação entre a capital paulista, São Paulo e a Baixada Santista onde fica o Porto de Santos, passando pelo ABC Paulista. É uma das vias de maior movimentação de pessoas e de mercadorias de todo o Brasil, bem como a Rodovia dos Imigrantes, que constitui o mesmo sistema da Via Anchieta, o Sistema Anchieta-Imigrantes. Faz parte do sistema BR-050, que liga Brasília a Santos, passando pelo estado de Minas Gerais. A rodovia é o maior corredor de exportação da América Latina. Essa rodovia foi autorizada em lei em 4 de janeiro de 1929 pelo presidente de São Paulo Júlio Prestes, foi iniciada em 1939 pelo interventor Adhemar Pereira de Barros e por ele concluída, quando governador do estado, em 1947. Na Rodovia Anchieta está situada a matriz brasileira da Volkswagen, vista ao lado direito da imagem
Durante o período do Estado Novo, sob o governo do então presidente da República Getúlio Vargas, o projeto de construção de custos altíssimos levou o governo a considerar a obra desnecessária. Foi inaugurada em duas etapas: a pista norte em 1947 e a pista sul em 1953. A rodovia é considerada uma obra-prima da engenharia brasileira da época, dada a arrojada transposição da Serra do Mar por meio de túneis e viadutos. Em 1969, uma decisão do governo do estado de São Paulo concedia à Dersa, empresa estatal, o direito de explorar o uso da rodovia. Em 1972 são instalados os primeiros pedágios, ainda no trecho de São Bernardo do Campo. Em 29 de maio de 1998 a rodovia foi privatizada pelo então governador Mário Covas juntamente com a Rodovia dos Imigrantes através de uma licitação em que a empresa Ecovias, formada por um consórcio de empresas privadas, recebeu a concessão por um período de 20 anos para a operação e manutenção de todo o Sistema Anchieta-Imigrantes. [Textos e imagens da Wikipedia]
Trecho da Vida Anchieta na Serra do Mar nos anos 1950.

Rodovia dos Imigrantes. Em 23 de janeiro de 1974 foi lançada a pedra fundamental da rodovia que seria inaugurada com sua primeira pista no trecho de serra, a ascendente. Durante a construção desta pista, os engenheiros perceberam vários problemas que inviabilizavam o projeto inicial de três pistas paralelas: a proximidade com as encostas havia criado problemas de deslizamentos de terra, com altos custos de obras de contenção e de pequenos túneis, e de que a geografia das outras duas pistas seria ainda mais complicada. Em 1974, surge a ideia de construir as pistas descendente e reversível como superpostas, basicamente com a pista reversível sendo construída em cima da pista descendente. As duas pistas contariam com túneis mais longos (seriam 5.438 metros de túneis, com o maior deles tendo 3.200 metros de extensão). A ideia logo seria abandonada porque se constataria que pistas colaterais permitiriam uma diminuição dos custos, aumento da segurança operacional ao permitir a ligação das duas pistas. Com sérias limitações orçamentárias, o DERSA deixa os projetos tanto da pista reversível quanto da pista descendente de lado. A pista ascendente passa a ser operada de forma reversível, com o sentido sendo revertido de acordo com as demandas de tráfego. A construção da pista ascendente, inaugurada em 28 de junho de 1976, teria usado cem engenheiros e treze mil operários.[Textos e imagens da Wikipedia]

A Rodovia Presidente Dutra (anteriormente, Via Dutra) (BR-116, também chamada de SP-60 no estado de São Paulo), conhecida coloquialmente como Via Dutra, é uma rodovia que faz a ligação entre as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, no Brasil. Possui uma extensão total de 402 quilômetros, iniciando-se no Trevo das Margaridas, no acesso à Avenida Brasil, no Rio de Janeiro e terminando na Ponte Presidente Dutra, no acesso à Marginal Tietê, em São Paulo.[Textos e imagens da Wikipedia]

Rodovia Presidente Dutra em Guarulhos na década de 1970. Arquivo Histórico Guarulhos.

A Rodovia Fernão Dias é a denominação que a BR-381 recebe no trecho entre duas regiões metropolitanas brasileiras: a Grande São Paulo e a Grande Belo Horizonte. Em 1959, foi inaugurada pelo presidente Juscelino Kubitschek a ligação Belo Horizonte-Pouso Alegre quando ainda estava inacabada a obra. Contudo, apenas em 1961 a rodovia havia sido totalmente concluída, com a finalização das obras no trecho paulista.[Textos e imagens da Wikipedia]

Rodovia Régis Bittencourt é o nome que recebe o trecho da BR-116 entre São Paulo e a divisa entre o Paraná e Santa Catarina, no limite entre Rio Negro e Mafra. Esta designação é oficial do extinto DNER (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem), e do atual DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). O engenheiro civil Edmundo Régis Bittencourt teve participação ativa na gestão do DNER nos anos 50 e se empenhou na construção da rodovia São Paulo-Paraná, que atualmente leva seu nome. Ela foi inaugurada, com a denominação de BR-2, por Juscelino Kubitschek de Oliveira, no começo de 1961. No estado de São Paulo é denominada SP-230. [Textos e imagens da Wikipedia]
A Rodovia Anhanguera liga São Paulo com a região nordeste do estado, passando por importantes cidades industriais e a uma das mais produtivas áreas agrícolas. É uma das mais importantes rodovias do Brasil e uma das mais movimentadas, com o trecho de maior tráfego entre São Paulo e Campinas, o primeiro a ser construído. É duplicada, contendo trechos com faixas adicionais e pistas marginais. Têm um tráfego pesado, especialmente de caminhões. É considerada, juntamente com a Rodovia dos Bandeirantes e Rodovia Washington Luís, o maior corredor financeiro do país, pois interliga algumas das regiões metropolitanas do estado como São Paulo, Jundiaí, Campinas e Ribeirão Preto, assim como o Aglomerado Urbano de Franca e a Região Administrativa Central.[Textos e imagens da Wikipedia]

A rodovia Anhanguera em 1955 na altura do município de Jundiaí

A Rodovia dos Bandeirantes faz a ligação entre importantes municípios paulistas como São Paulo, Caieiras, Cajamar, Franco da Rocha Jundiaí, Itupeva, Valinhos, Campinas, Hortolândia, Sumaré, Santa Bárbara d'Oeste, Limeira e Cordeirópolis. [Textos e imagens da Wikipedia]

A Rodovia Washington Luís é uma rodovia radial do estado de São Paulo, sendo o maior e principal trecho da SP-310. Faz a ligação de São Paulo aos municípios de Rio Claro, São Carlos, Araraquara, Matão, Catanduva e São José do Rio Preto, dentre outros.[Textos e imagens da Wikipedia]

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Trechos da Estrada Velha nos anos 1950.

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Construção das marginais da Via Anchieta próximo ao município de São Paulo nos anos 1970.
A Rodovia Anchieta ou anteriormente Via Anchieta(SP-150) faz a ligação entre a capital paulista, São Paulo e a Baixada Santista onde fica o Porto de Santos, passando pelo ABC Paulista. É uma das vias de maior movimentação de pessoas e de mercadorias de todo o Brasil, bem como a Rodovia dos Imigrantes, que constitui o mesmo sistema da Via Anchieta, o Sistema Anchieta-Imigrantes. Faz parte do sistema BR-050, que liga Brasília a Santos, passando pelo estado de Minas Gerais. A rodovia é o maior corredor de exportação da América Latina. Essa rodovia foi autorizada em lei em 4 de janeiro de 1929 pelo presidente de São Paulo Júlio Prestes, foi iniciada em 1939 pelo interventor Adhemar Pereira de Barros e por ele concluída, quando governador do estado, em 1947. Na Rodovia Anchieta está situada a matriz brasileira da Volkswagen, vista ao lado direito da imagem
Durante o período do Estado Novo, sob o governo do então presidente da República Getúlio Vargas, o projeto de construção de custos altíssimos levou o governo a considerar a obra desnecessária. Foi inaugurada em duas etapas: a pista norte em 1947 e a pista sul em 1953. A rodovia é considerada uma obra-prima da engenharia brasileira da época, dada a arrojada transposição da Serra do Mar por meio de túneis e viadutos. Em 1969, uma decisão do governo do estado de São Paulo concedia à Dersa, empresa estatal, o direito de explorar o uso da rodovia. Em 1972 são instalados os primeiros pedágios, ainda no trecho de São Bernardo do Campo. Em 29 de maio de 1998 a rodovia foi privatizada pelo então governador Mário Covas juntamente com a Rodovia dos Imigrantes através de uma licitação em que a empresa Ecovias, formada por um consórcio de empresas privadas, recebeu a concessão por um período de 20 anos para a operação e manutenção de todo o Sistema Anchieta-Imigrantes. [Textos e imagens da Wikipedia]


Rodovia dos Imigrantes. Em 23 de janeiro de 1974 foi lançada a pedra fundamental da rodovia que seria inaugurada com sua primeira pista no trecho de serra, a ascendente. Durante a construção desta pista, os engenheiros perceberam vários problemas que inviabilizavam o projeto inicial de três pistas paralelas: a proximidade com as encostas havia criado problemas de deslizamentos de terra, com altos custos de obras de contenção e de pequenos túneis, e de que a geografia das outras duas pistas seria ainda mais complicada. Em 1974, surge a ideia de construir as pistas descendente e reversível como superpostas, basicamente com a pista reversível sendo construída em cima da pista descendente. As duas pistas contariam com túneis mais longos (seriam 5.438 metros de túneis, com o maior deles tendo 3.200 metros de extensão). A ideia logo seria abandonada porque se constataria que pistas colaterais permitiriam uma diminuição dos custos, aumento da segurança operacional ao permitir a ligação das duas pistas. Com sérias limitações orçamentárias, o DERSA deixa os projetos tanto da pista reversível quanto da pista descendente de lado. A pista ascendente passa a ser operada de forma reversível, com o sentido sendo revertido de acordo com as demandas de tráfego. A construção da pista ascendente, inaugurada em 28 de junho de 1976, teria usado cem engenheiros e treze mil operários.[Textos e imagens da Wikipedia]

A Rodovia Presidente Dutra (anteriormente, Via Dutra) (BR-116, também chamada de SP-60 no estado de São Paulo), conhecida coloquialmente como Via Dutra, é uma rodovia que faz a ligação entre as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, no Brasil. Possui uma extensão total de 402 quilômetros, iniciando-se no Trevo das Margaridas, no acesso à Avenida Brasil, no Rio de Janeiro e terminando na Ponte Presidente Dutra, no acesso à Marginal Tietê, em São Paulo.[Textos e imagens da Wikipedia]

Rodovia Presidente Dutra em Guarulhos na década de 1970. Arquivo Histórico Guarulhos.
A Rodovia Fernão Dias é a denominação que a BR-381 recebe no trecho entre duas regiões metropolitanas brasileiras: a Grande São Paulo e a Grande Belo Horizonte. Em 1959, foi inaugurada pelo presidente Juscelino Kubitschek a ligação Belo Horizonte-Pouso Alegre quando ainda estava inacabada a obra. Contudo, apenas em 1961 a rodovia havia sido totalmente concluída, com a finalização das obras no trecho paulista.[Textos e imagens da Wikipedia]
Rodovia Régis Bittencourt é o nome que recebe o trecho da BR-116 entre São Paulo e a divisa entre o Paraná e Santa Catarina, no limite entre Rio Negro e Mafra. Esta designação é oficial do extinto DNER (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem), e do atual DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). O engenheiro civil Edmundo Régis Bittencourt teve participação ativa na gestão do DNER nos anos 50 e se empenhou na construção da rodovia São Paulo-Paraná, que atualmente leva seu nome. Ela foi inaugurada, com a denominação de BR-2, por Juscelino Kubitschek de Oliveira, no começo de 1961. No estado de São Paulo é denominada SP-230. [Textos e imagens da Wikipedia]
A Rodovia Anhanguera liga São Paulo com a região nordeste do estado, passando por importantes cidades industriais e a uma das mais produtivas áreas agrícolas. É uma das mais importantes rodovias do Brasil e uma das mais movimentadas, com o trecho de maior tráfego entre São Paulo e Campinas, o primeiro a ser construído. É duplicada, contendo trechos com faixas adicionais e pistas marginais. Têm um tráfego pesado, especialmente de caminhões. É considerada, juntamente com a Rodovia dos Bandeirantes e Rodovia Washington Luís, o maior corredor financeiro do país, pois interliga algumas das regiões metropolitanas do estado como São Paulo, Jundiaí, Campinas e Ribeirão Preto, assim como o Aglomerado Urbano de Franca e a Região Administrativa Central.[Textos e imagens da Wikipedia]

A rodovia Anhanguera em 1955 na altura do município de Jundiaí

A Rodovia dos Bandeirantes faz a ligação entre importantes municípios paulistas como São Paulo, Caieiras, Cajamar, Franco da Rocha Jundiaí, Itupeva, Valinhos, Campinas, Hortolândia, Sumaré, Santa Bárbara d'Oeste, Limeira e Cordeirópolis. [Textos e imagens da Wikipedia]

A Rodovia Washington Luís é uma rodovia radial do estado de São Paulo, sendo o maior e principal trecho da SP-310. Faz a ligação de São Paulo aos municípios de Rio Claro, São Carlos, Araraquara, Matão, Catanduva e São José do Rio Preto, dentre outros.[Textos e imagens da Wikipedia]
A Rodovia Presidente Castelo Branco (SP-280), também denominada BR-374 e originalmente chamada de Rodovia do Oeste) é a principal ligação entre a Região Metropolitana de São Paulo e o Centro-Oeste Paulista, iniciando-se no Complexo Viário Heróis de 1932, conhecido popularmente como "Cebolão", no acesso às vias marginais Tietê e Pinheiros, em São Paulo, com término no entroncamento com a SP-225, entre Espirito Santo do Turvo e Santa Cruz do Rio Pardo.
Trecho da rodovia Castelo Branco ainda em construção no final dos anos 1960.
Os primeiros estudos para a construção da rodovia datam de 1953, e, de acordo com o DER-SP, o projeto é de 1961. Destinada a ser a primeira autoestrada brasileira, sua construção teve início em 1963, pelo governador Adhemar Pereira de Barros, e o primeiro trecho, entre São Paulo e Torre de Pedra, foi entregue ao trânsito em 10 de novembro de 1968 pelo então governador Roberto de Abreu Sodré. Adhemar foi criticado na época porque estaria fazendo uma obra cara e desnecessária.
Segundo o jornal Diário Popular, em 1965, a estrada ofereceria "características técnicas somente encontradas nas mais recentes rodovias dos Estados Unidos e Europa Ocidental", como pistas com 10,5 metros de largura, com três faixas cada, canteiro central largo, faixas de acostamento amplas, curvas suaves, rampas com baixa inclinação e acessos sem cruzamento às cidades diretamente servidas pela rodovia. Porém, como o anel viário da Capital, que incluía as avenidas marginais Tietê e Pinheiros (em cuja confluência a rodovia teria início), não estava pronto ou mesmo com previsão de entrega, o jornal Diário da Noite criticou: "Nem mesmo para articulação com a imperial Rodovia do Oeste, o Palácio dos Bandeirantes encontrou ainda solução adequada e rasgou, através de morros e baixadas, a larguíssima estrada tendo início num ponto mais abstrato do que real, de coordenação com um segundo anel rodoviário a ser construído, não se sabe ainda quando.
Teve como primeiro nome Auto Estrada do Oeste e foi popularmente conhecida como Rodovia do Oeste. O nome oficial foi estabelecido pelo decreto número 48 275, de 1967, e constituiu-se em uma homenagem do governador Abreu Sodré ao ex-presidente Humberto de Alencar Castelo Branco. Por vezes o nome da rodovia é escrito com duas letras L, todavia o acordo ortográfico vigente é claro quanto à ortografia de nomes de pessoas falecidas e da toponimização desses antropônimos, que devem sempre respeitar as normas vigentes. A filha do militar, Antonieta, descerrou a placa alusiva à inauguração, discursando: "Este monumento evoca os governadores que tornaram possível esta obra."[4] Segundo ela, esses governadores seriam Carvalho Pinto ("que idealizou"), Ademar de Barros ("que iniciou") e Abreu Sodré ("que concluiu"). Mais informações: Wikipedia.

Trecho da então quase deserta Rodovia Castelo Branco em dezembro de 1968. Liga SP ao interior com pista separadas até a metade do estado. Depois interliga-se com a Raposo Tavares, mais antiga e estreita.

Trecho inicial da Rodovia Raposo Tavares no Butantã. Anteriormente Via Raposo Tavares e também denominada SP–270, é uma rodovia do estado de São Paulo. Inicia-se no final da Rua Reação, no distrito do Butantã, zona oeste da cidade de São Paulo e termina na divisa de estado com o Mato Grosso do Sul, no município de Presidente Epitácio.


Os primeiros estudos para a construção da rodovia datam de 1953, e, de acordo com o DER-SP, o projeto é de 1961. Destinada a ser a primeira autoestrada brasileira, sua construção teve início em 1963, pelo governador Adhemar Pereira de Barros, e o primeiro trecho, entre São Paulo e Torre de Pedra, foi entregue ao trânsito em 10 de novembro de 1968 pelo então governador Roberto de Abreu Sodré. Adhemar foi criticado na época porque estaria fazendo uma obra cara e desnecessária.
Segundo o jornal Diário Popular, em 1965, a estrada ofereceria "características técnicas somente encontradas nas mais recentes rodovias dos Estados Unidos e Europa Ocidental", como pistas com 10,5 metros de largura, com três faixas cada, canteiro central largo, faixas de acostamento amplas, curvas suaves, rampas com baixa inclinação e acessos sem cruzamento às cidades diretamente servidas pela rodovia. Porém, como o anel viário da Capital, que incluía as avenidas marginais Tietê e Pinheiros (em cuja confluência a rodovia teria início), não estava pronto ou mesmo com previsão de entrega, o jornal Diário da Noite criticou: "Nem mesmo para articulação com a imperial Rodovia do Oeste, o Palácio dos Bandeirantes encontrou ainda solução adequada e rasgou, através de morros e baixadas, a larguíssima estrada tendo início num ponto mais abstrato do que real, de coordenação com um segundo anel rodoviário a ser construído, não se sabe ainda quando.
Teve como primeiro nome Auto Estrada do Oeste e foi popularmente conhecida como Rodovia do Oeste. O nome oficial foi estabelecido pelo decreto número 48 275, de 1967, e constituiu-se em uma homenagem do governador Abreu Sodré ao ex-presidente Humberto de Alencar Castelo Branco. Por vezes o nome da rodovia é escrito com duas letras L, todavia o acordo ortográfico vigente é claro quanto à ortografia de nomes de pessoas falecidas e da toponimização desses antropônimos, que devem sempre respeitar as normas vigentes. A filha do militar, Antonieta, descerrou a placa alusiva à inauguração, discursando: "Este monumento evoca os governadores que tornaram possível esta obra."[4] Segundo ela, esses governadores seriam Carvalho Pinto ("que idealizou"), Ademar de Barros ("que iniciou") e Abreu Sodré ("que concluiu"). Mais informações: Wikipedia.

Trecho da então quase deserta Rodovia Castelo Branco em dezembro de 1968. Liga SP ao interior com pista separadas até a metade do estado. Depois interliga-se com a Raposo Tavares, mais antiga e estreita.

Trecho inicial da Rodovia Raposo Tavares no Butantã. Anteriormente Via Raposo Tavares e também denominada SP–270, é uma rodovia do estado de São Paulo. Inicia-se no final da Rua Reação, no distrito do Butantã, zona oeste da cidade de São Paulo e termina na divisa de estado com o Mato Grosso do Sul, no município de Presidente Epitácio.

EXTREMO OESTE PAULISTA - ALTA SOROCABANA. Trecho da rodovia Raposo Tavares, entre os Km 400 e 600, cruzando a cidade de Assis na direção de Presidente Prudente, Bernardes, Santo Anastácio, Piquerubi, Presidente Venceslau, Caiuá e finalmente Presidente Epitácio, na divisa com Mato Grosso do Sul.

Rodovia dos Tamoios (SP-99) é uma rodovia do estado de São Paulo, Brasil. Faz a ligação entre São José dos Campos, no planalto, e Caraguatatuba, na planície. É a principal ligação entre o Vale do Paraíba o Litoral Norte do estado de São Paulo. Em 2015, o maior trecho da rodovia passou a ser administrado pela Concessionária Tamoios, do Grupo Queiroz Galvão S/A. O Coronel Edgard Pereira Armond da então Força Pública de São Paulo e o engenheiro João Fonseca de Camargo e Silva, do DER foram os grandes responsáveis pela abertura e construção da antiga estrada. Em dezembro de 1931, em férias, o Coronel Armond embarcou em Santos no vapor Iraty com destino a São Sebastião. A bordo conheceu o ex-deputado estadual Manuel Hipólito do Rego, natural daquela cidade e, juntos conversaram sobre o estado decadente da região e da necessidade de comunicações terrestres com o planalto, pois o litoral norte estava abandonado.[Textos e imagens da Wikipedia]


Rodovia dos Tamoios (SP-99) é uma rodovia do estado de São Paulo, Brasil. Faz a ligação entre São José dos Campos, no planalto, e Caraguatatuba, na planície. É a principal ligação entre o Vale do Paraíba o Litoral Norte do estado de São Paulo. Em 2015, o maior trecho da rodovia passou a ser administrado pela Concessionária Tamoios, do Grupo Queiroz Galvão S/A. O Coronel Edgard Pereira Armond da então Força Pública de São Paulo e o engenheiro João Fonseca de Camargo e Silva, do DER foram os grandes responsáveis pela abertura e construção da antiga estrada. Em dezembro de 1931, em férias, o Coronel Armond embarcou em Santos no vapor Iraty com destino a São Sebastião. A bordo conheceu o ex-deputado estadual Manuel Hipólito do Rego, natural daquela cidade e, juntos conversaram sobre o estado decadente da região e da necessidade de comunicações terrestres com o planalto, pois o litoral norte estava abandonado.[Textos e imagens da Wikipedia]

Rodoanel Governador Mário Covas (SP-21), também conhecido simplesmente como Rodoanel, é um anel rodoviário de 176 quilômetros de extensão que circunda a região central da Grande São Paulo. Construído ao longo de duas décadas (com a conclusão da última etapa prevista para 2025), o Rodoanel conecta todas as 10 rodovias estaduais ou federais que passam pela Grande São Paulo, criando rotas alternativas que evitam, por exemplo, que caminhões vindos do interior do estado com destino ao porto de Santos circulem pelas vias urbanas já congestionadas da região metropolitana. A rodovia é dividida em 4 trechos, construídos em etapas separadas e operados por duas concessionárias diferentes. O primeiro trecho a ser aberto, o oeste, começou a ser construído em 1998 e foi inaugurado em 2002. O trecho sul foi aberto em 2010, e o leste em 2014. O trecho norte, ainda em construção, deve ser concluído em 2025. Há pedágios na divisa entre cada trecho e na saída para cada uma das rodovias interligadas. Além da capital paulista, o Rodoanel cruza outras 16 cidades da região metropolitana: Santana de Parnaíba, Barueri, Carapicuíba, Osasco, Cotia, Embu das Artes, Itapecerica da Serra, São Bernardo do Campo, Santo André, Mauá, Ribeirão Pires, Suzano, Poá, Itaquaquecetuba, Arujá e Guarulhos. É uma rodovia estadual, com a designação SP-21. Seu nome é uma homenagem a Mário Covas, governador do estado de São Paulo falecido durante o exercício do cargo em 2001.[Textos e imagens da Wikipedia]
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