De um simples modelo de vila colonial portuguesa, também herdado da antiga villa romana, iniciada em São Vicente em 1532, São Paulo foi , na verdade, como sua antecessora, a base da sua formação na fusão de costumes europeus e indígenas.
Foi organizada pelos jesuítas, os primeiros a perceberem o potencial de fusão de culturas e rápido desenvolvimento. Os primeiros colonizadores funcionaram como demonstradores geográficos e o segundo grupo como exploradores mercantis. Já os jesuítas, tentando ser neutros e advogando uma terceira concepção de Estado, o teocrático, funcionaram com organizadores ideológicos da nova polis.
São Paulo permaneceria assim nos próximo três séculos até que fosse atingida por novas inquietações econômica, sobretudo o fim da escravidão e o advento massivo dos negócios industriais e do trabalho assalariado.
A presença crescente dos novos imigrantes é que daria seu mais novo e influente perfil: o cosmopolitismo metropolitano com a presença massiva de milhões habitantes em busca de novas oportunidades. Nela as vilas foram sendo ampliadas pelos bairros e regiões conurbadas em sucessivos movimentos de negócios e ocupações.
Atualmente é a síntese das centenas de municípios e territórios regionais do estado paulista e brasileiros, bem como dos povos estrangeiros que vieram compor sua composição politica, cada vez mais crescente e política.
É , na realidade, economicamente falando, a verdadeira capital do Brasil, sua principal referência e que norteia os novos passos da ocupação e organização urbana em todos o país.
Continua sendo o nosso principal centro financeiro e cultural, interligado com todas a regiões brasileira e os principais centros da nova dimensão globalizante.
Cenas vicentinas do filme "São Paulo Sociedade Anônima" (Luis Sérgio Person´) , de 1965.
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CAPITAL DA VERTIGEM E DA SOLIDÃO
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ALGUÉM NA MULTIDÃO
CVV- CENTRO DE VALORIZAÇÃO DA VIDA
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Em 1982 o jornal o Estado de São Paulo, falando sobre o problema da solidão paulistana, contou uma parte dessa história.
SOLIDÃO
José Maria Mayrink
TREINANDO JOVENS NA PREVENÇÃO DO SUICÍDIO
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Centro, Bexiga, Carmelitas, Brigadeiro, Genebra, Maria Paula, Francisca Miquelina, Abolição, Japurá. Esses foram os endereços onde funcionaram os primeiros encontros de voluntários e postos de prevenção do suicídio no Brasil. Foi também nesse antigo território rural paulistano, rapidamente mudado pela industrialização e transformado em ruas, que serviu como cenário dos acontecimentos que explicam as causas do surgimento da prevenção em São Paulo: o sofrimento mental, a proliferação do suicídio, o surgimento dos primeiros sanatórios e hospícios e finalmente o serviço de prevenção.
O blogue Histórias Paulistas (de Alexandre Giesbrech) explica como esse nomes de ruas tem ligações familiares entre si, efeito da intenção de imortalizar a memória aristocrática da cidade.
“A Rua Genebra, na pontinha do Bixiga, não leva esse nome em homenagem à segunda cidade mais populosa da Suíça. Seu nome é, na verdade, uma homenagem a Dona Genebra de Barros Leite (1783—1836), esposa do Brigadeiro Luís Antônio de Souza. A honraria foi planejada pela nora de Dona Genebra, Dona Francisca de Paula Souza e Melo, a Baronesa de Limeira. Seu marido, Vicente de Souza Queirós, o Barão de Limeira, era um dos três filhos do Brigadeiro, e o único que não foi homenageado com nome de rua naquele bairro: suas irmãs, Maria Paula e Francisca Miquelina, também são homenageadas em ruas que fazem esquina com a Rua Genebra. A esquina das ruas Genebra e Maria Paula nem sempre foi como é hoje. Até 1954, era como se existissem duas “Ruas Genebra”: uma entre as ruas Aguiar de Barros e a Maria Paula (a parte “de cima”) e outra entre as ruas Maria Paula e Santo Amaro (a parte “de baixo”). A parte de cima terminava na altura da Maria Paula, mas num íngreme barranco de alguns metros de altura. Por causa disso, a parte de baixo era um local mais movimentado e procurado para estabelecimentos comerciais, também pela proximidade ao eterno futuro Paço Municipal”.
A memória dessa parte central de São Paulo também foi registrada por Marcos Rey, pseudônimo do escritor paulistano Edmundo Donato. Em “O Caso do Filho do Encadernador”, Marcos Ray recorda sua infância nessas redondezas, cujo ponto alto da vizinhança era uma mansão nobre que desapareceu no tempo:
“Era na rua Genebra e possuía uma espaçosa área para a qual, como numa construção espanhola, abriam-se portas e janelas. (...) Vizinha, pelos fundos, com frente pela rua paralela, tínhamos nada menos que uma baronesa. Ainda circulavam em São Paulo alguns títulos de nobreza nos anos 30. Provavelmente se tratava de uma aristocracia decadente dos bons tempos do café”
O pai do escritor tinha sido funcionário da editora falida de Monteiro Lobato , de quem comprou algumas máquinas para montar sua própria oficina de encadernação. Ali, no casarão do Bexiga, recebia escritores importantes e também os menos famosos, clientes e amigos inesquecíveis como Menotti Del Picchia, Cassiano Ricardo, Cleomenes Campos, Orígenes Lessa, Paulo Setúbal e Júlio César da Silva. Este último era irmão da poetisa Francisca Júlia da Silva.
“Sem ter alcançado as alturas da irmã, escrevera dois livros de certa repercussão na época, A arte de amar, poesias, e O Diabo existe, contos”.
O bairro tinha o lado simples e já cheio de cortiços.
Marcos Rey recorda-se da chegada dos caríssimos rádios de alto-falantes, “em formato de igrejinha”, tão caros que a lojas empestavam por algum tempo, para que os interessados tomassem gosto depois da longa experiência.
“Mesmo pessoas sem a menor possibilidade financeira faziam solicitações em caráter experimental . Quando pobre dava festa, o aparelho era infalivelmente de experiência. Lembro-me, em minha rua, do rádio que foi retirado no dia da festa. O vizinho que o solicitara, deprimido, tomou veneno. Quase morreu. Cada época tem seu tipo de tragédia”.
No início dos anos 1960 a cidade de São Paulo já tinha ares de metrópole, ocupada por milhares de habitantes que se movimentavam pelas ruas escurecidas pela neblina cinzenta e molhadas pela garoa fina e gelada. Quem se lembra ou conheceu a famosa “pauliceia desvairada” por fotografias antigas dessa época - com transeuntes circulando pelas calçadas, homens de ternos escuros e de chapéu, enquanto as mulheres desfilavam de salto alto, conjuntos e capas de chuva - não vai estranhar essas histórias dos primeiros voluntários da prevenção. Secretamente eles observavam de longe os atendidos que haviam dado a eles algumas informações sobre sua rotina diária. Essa primeira geração de plantonistas agia como se fosse uma agência de detetives, para investigação e intervenção nos planos de autodestruição dos clientes. Isso significava identificar, diagnosticar suas intenções e estudar detalhadamente seus hábitos e rotinas para que tais informações facilitassem a ação salvadora sobre seus planos mórbidos. Se o suicida em potencial tinha gosto pelo futebol, lá estava no estádio um plantonista vigiando seus passos para que não cometesse suicídio antes, durante ou depois da partida. Era uma missão de vigília. Muitas vezes essas abordagens resultavam em problemas graves nas quais os plantonistas externos eram surpreendidos por reações agressivas e vingativas de alguns atendidos, que se sentiam traídos na confiança que haviam depositado no voluntários. Alguns armavam ciladas como acusações de crimes de roubo e de ameaças. A intenção de ajudar de forma diretiva e imediata se transformava em transtornos marcados pela decepção e até dores de cabeça com as autoridades. Nem é preciso dizer que essa fase de abordagens persuasivas, com lances de tensão e aventura, foi sendo gradualmente substituída por outras menos focadas nos problemas dos atendidos e mais voltadas para suas características emocionais. Foi gradual porque fluiu como um amadurecimento de quem aprende com os erros. Isso levou exatamente o tempo de uma década, até que, a partir dos anos 1970, o grupo pioneiro de prevenção resolveu dar uma guinada na forma de atender e ajudar pessoas em sofrimento. Era um novo tempo no qual a neblina e a garoa desapareceriam, a cidade se tornaria mais colorida pela moda pop e pelos outdoors gigantescos; também completamente caótica, ganhando avenidas largas, duplicando a frota de automóveis, a poluição, o barulho de motores e buzinas, linhas de metrô e de habitantes cujo número chagaria à casa dos milhões. A cidade mudou, as pessoas mudaram, o sofrimento mudou sua expressão e prevenção também precisava mudar. E continuou mudando nas década seguintes. (Dalmo Duque- Ouvindo Sentimentos. Roteiros da Prevenção do Suicídio)
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PINACOTECA DE ESTADO
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A ERA DOS CONSTRUTORES, ENGENHEIROS E ARQUITETOS
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CONSTRUÇÃO E REINVENÇÃO DO EDIFÍCIO VIRGÍNIA
ARTACHO JURADO
CIDADE MONÇÕES
Loteamento Cidade Monções, que fica no bairro do Brooklin Novo, na zona sul da cidade de São Paulo, com construções de todas as casas pelo arquiteto Artacho Jurado - 1945.
DAVI LIBESKIND
O CONJUNTO NACIONAL DA PAULISTA
BANESPÃO
OS 50 ANDARES DO EDIFÍCIO PLATINA 220
O Platina 220, edifício de uso misto no Tatuapé, Zona Leste de São Paulo, e o mais alto da cidade, está pronto após 8 anos intensos entre projeto e construção. A arquitetura é da Königsberger Vannucchi Arquitetos Associados, e o empreendimento faz parte do Eixo Platina, uma ampla proposta de urbanização da Porte Engenharia e Urbanismo na região. Em uma única torre com 172 metros de altura e 46 andares, em frente ao Shopping Tatuapé, o Platina 220 reúne variedade de usos: lojas (no térreo), hotel e unidades residenciais (no terço mais baixo da edificação), conjuntos comerciais (na parte intermediária) e lajes corporativas (na parte superior). A união de todos estes usos almeja atrair mais empresas para a região e, com isso, outros benefícios, como reduzir os deslocamentos dos moradores para outras regiões da capital. “Pela complexidade e diversidade do programa, nós comparamos sua resolução à montagem de um Tangram”, afirma Jorge Königsberger, um dos autores do projeto e sócio fundador do escritório. A entrada para o edifício acontece a partir da Rua Bom Sucesso, onde o prisma principal ‘pisa’ no térreo. Já na área envoltória da quadra, os espaços para lojas escalonam o projeto para criar duas situações de áreas externas: no espaço público, generosas e arborizadas calçadas perimetrais; na área privativa, acima das lojas, lazer para usuários do edifício. Para que fosse atingido este potencial construtivo e de entrega para a cidade, todos os instrumentos e benefícios previstos pelo Novo Plano Diretor de São Paulo de 2014 foram utilizados, garantindo também um edifício positivo ao entorno: uso misto, fachadas ativas, fruição com a rua, dentre outros. Ainda na fase de projeto, o Platina 220 conquistou o selo internacional de sustentabilidade AQUA-HQE, da Fundação Vanzolini. Texto e imagens: Arch Daily
OS 5 MAIORES ARRANHA-CÉUS DE SAMPA
JACQUES PILON
Construção em 1938 de prédio residencial no Largo do Paissandú pelo Arquiteto Jacques Pilon .
Jacques Émile Paul Pilon (1905-1962) foi um arquiteto francês que viveu e trabalhou durante décadas em São Paulo (SP). Em 1934, associou-se ao engenheiro civil Francisco Matarazzo Neto, fundando a empresa de projetos e construção Pilon & Matarazzo Ltda. Em 1939, abriu um escritório com os arquitetos alemães Herbert Duschenes e Franz Heep, o italiano Gian Carlo Gasperini e o brasileiro Jerônimo Bonilha Esteves. Projetos como a antiga sede do jornal O Estado de S. Paulo e os Edifícios Paulicéia e São Carlos do Pinhal, ícones da arquitetura paulistana, foram assinados pelos profissionais desse escritório. Arte Fora do Museu.
Fachada da Biblioteca Mário de Andrade voltada para a Avenida da Consolação. Notamos sua imponência perante os edifícios do entorno e sua composição geometrizante (fonte: foto cedida pelo escritório Piratininga Arquitetos Associados, identificada como pertencente ao acervo da BMA. Dados retirados do Projeto Tesouros da Cidade, programa de digitalização do acervo da Biblioteca Mário de Andrade, com o Título de Biblioteca Municipal de São Paulo, número de registro 159F, datado de outubro de 1952, autoria de A. Câmara)
(...) o novo desenho urbano proposto por Prestes Maia e a arquitetura moderna que surgiram nesse período, estabeleceram não somente novas feições urbanas para o centro da cidade, mas também novas funções para os térreos dos edifícios, possibilitando uma intensa relação entre a arquitetura e o espaço urbano, explorando a interação entre o espaço público e o privado, e trazendo uma novata e considerável urbanidade para o centro de São Paulo.
Neste contexto, arquitetos e profissionais da construção civil de origem estrangeira, recém-instalados no país, se beneficiaram desse momento de significativas transformações urbanas e culturais, fazendo-se presentes na construção de uma nova cidade, em novos moldes. Oriundos de diversos países, vieram a São Paulo por diferentes motivos. Ora fugindo de um cenário de perseguições étnicas e raciais e da precariedade da vida entre guerras, ora buscando melhores oportunidades de trabalho. Entre os mais expressivos, destacamos o autor do projeto da Biblioteca Mário de Andrade, objeto central deste artigo: o arquiteto francês Jacques Emile Paul Pilon (1905-1962); profissional que, uma vez aprovado e desejado pela elite paulistana, pôde exercer a sua arquitetura e o seu empreendedorismo em toda a cidade de São Paulo.
Jacques Pilon, desde a sua chegada ao Brasil em 1933, adotou diferentes técnicas e tendências arquitetônicas, demonstrando o seu desenvolvimento como arquiteto e as suas referências projetuais. Entre algumas das notáveis obras em que participou na capital paulista, podemos citar: edifício residencial São Luís, edifício Stella, edifício Edlu, hotel Jaraguá, edifício sede da Aliança Francesa, condomínio Paulicéia e São Carlos do Pinhal e Liceu Pasteur (Casa Santos Dumont). Um dos edifícios mais importantes projetados por Jacques Pilon, contudo, que simboliza o processo de verticalização do centro histórico, as transformações urbanas impulsionadas pelo surto imobiliário e a adoção de propostas arquitetônicas pautadas pela interação entre espaços públicos e privados é a Biblioteca Mário de Andrade. Laís Silva Amorim e Manoela Rossinetti Rufinoni. Revista Restauro
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LINA BO BARDI E ANTONIO FIGUEIREDO FERRAZ
SÃO VICENTE: UM MUSEU À BEIRA DO OCEANO
Lina publicou um artigo sobre as propostas arquitetônica e educacional que pensou para a construção deste museu na praia de Itararé, em São Vicente.
A edição conta com o texto "Balanços e perspectivas museográficas: o Museu de São Vicente", escrito por P.M. Bardi, que comenta o projeto de Lina:
“Se o Museu de São Vicente lograr êxito nos seus desígnios, isto é, se tornar um organismo através do qual o homem da cidade possa tornar-se aos poucos, contemporâneo de todo o mundo moderno, cada vez mais conscientemente, teremos criado um meio de tornar a cultura um fato verdadeiramente vital e popular”.
O projeto do Museu não se concretizou.
ALFAVILLE
TAMBORÉ
JORGE WILHEIN
HOSPITAL DO SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL
EDUARDO LONGO, A CARA DE SÃO PAULO
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A CALÇADA DE MIRTHES BERNARDES
OS CLUBES PAULISTAS MAIS ANTIGOS
Desportistas do Clube de Regatas Tumiarú em foto de de 1925 em São Vicente. Fundado 20 anos antes, sua sede náutica original foi cedida ao governo do estado para a construção da Ponte Pênsil em 1910. Existe até hoje com sede social no centro da cidade e uma sede náutica próxima ao antigo Porto da Naus.
Nessa lista de clubes mais antigos do Brasil encontramos dezenas de agremiações da Capital, interior e litoral. O número que antecede a data de fundação e sua identificação representa a sua posição no ranking nacional de antiguidade:
4 16/07/1857 CLUBE SEMANAL DE CULTURA ARTÍSTICA / SP
14 12/06/1869 CLUBE XV DE SANTOS / SP
15 17/05/1870 CLUBE CONCÓRDIA / SP
20 14/03/1875 JOCKEY CLUBE DE SÃO PAULO / SP
23 19/09/1877 JOCKEY CLUB CAMPINEIRO / SP
28 01/03/1882 CLUBE ARARAQUARENSE / SP
37 08/09/1885 CLUBE OITO DE SETEMBRO / SP
45 15/08/1889 SANTOS ATLÉTICO CLUBE / SP
47 3/05/1888 CLUBE ATLÉTICO SÃO PAULO / SP
54 03/04/1893 CLUBE REGATAS SANTISTA / SP
62 06/01/1895 CENTRO ESPANHOL E REPATRIAÇÃO DE SANTOS / SP
64 18/04/1895 SOCIEDADE RECREATIVA ESPORTIVA PINHALENSE / SP
72 29/06/1896 CLUBE UNIÃO RECREATIVO / SP
74 05/08/1896 GRÊMIO RECREATIVO DOS EMPREGADOS DA CIA PAULISTA DE ESTRADA DE FERRO-RIO CLARO / SP
75 27/08/1896 CLUBE ATLÉTICO CAMPINAS / SP
78 01/08/1897 CLUBE RECREATIVO ATIBAIANO / SP
80 22/08/1897 SOCIETÁ ITALIANA DE SANTOS / SP
84 24/05/1898 CLUBE INTERNACIONAL DE REGATAS / SP
90 07/09/1899 ESPORTE CLUBE PINHEIROS / SP
91 01/11/1899 CLUBE ESPERIA / SP
98 11/08/1900 ASSOCIAÇÃO ATLÉTICA PONTE PRETA / SP
99 15/11/1900 GRÊMIO RECREATIVO
DOS EMPREGADOS DA CIA PAULISTA DE ESTRADA DE FERRO / SP
100 30/11/1900 CLUB ATHLÉTICO PAULISTANO / SP
101 01/01/1901 SÃO PAULO GOLF CLUBE / SP
103 21/04/1901 SOCIEDADE FILARMÔNICA PIETRO MASCAGNI / SP
104 13/05/1901 SOCIEDADE BENEFICENTE CLUBE 13 DE MAIO / SP
109 16/01/1902 SOCIEDADE BENEFICENTE SÍRIA LIBANESA / SP
110 02/02/1902 ASSOCIAÇÃO DOS EMPREGADOS NO COMÉRCIO DE TAUBATÉ / SP
113 18/02/1902 GRÊMIO PAULISTA DE JAÚ / SP
12/06/1902 CLUBE DE XADREZ DE SÃO PAULO / SP
123 14/07/1903 CLUBE RECREATIVO SALDANHA DA GAMA / SP
133 19/07/1905 CLUBE RECREATIVO BENEFICENTE DE CONCHAS / SP
134 22/12/1905 CLUBE DE REGATAS TUMIARU / SP
138 10/07/1906 CLUBE ATLÉTICO YPIRANGA / SP
144 01/09/1907 CLUBE ATLÉTICO PIRASSUNUNGUENSE / SP
147 07/09/1908 ESPORTE CLUBE PALMEIRENSE / SP
152 21/01/1909 ASSOCIAÇÃO ROCINHENCE DE FUTEBOL / SP
155 09/05/1909 RIO CLARO FUTEBOL CLUBE / SP
156 15/05/1909 ASSOCIAÇÃO DOS EMPREGADOS NO COMÉRCIO DE FRANCA / SP
157 17/05/1909 PAULISTA FUTEBOL CLUBE / SP
159 12/09/1909 CLUBE RECREATIVO DE CRAVINHOS / SP
164 26/04/1910 GRÊMIO LITERÁRIO E RECREATIVO DE BARRETOS / SP
165 13/05/1910 ASSOCIAÇÃO ATLÉTICA ORLÂNDIA / SP
166 28/08/1910 ASSOCIAÇÃO ESPORTIVA VELO CLUBE RIOCLARENSE / SP
167 01/09/1910 ESPORTE CLUBE NOROESTE / SP
168 01/09/1910 SPORT CLUB CORINTHIANS PAULISTA / SP
169 25/09/1910 ESPORTE CLUBE UNIÃO / SP
173 02/04/1911 GUARANI FUTEBOL CLUBE / SP
174 13/04/1911 CÍRCULO ITALIANO SAN PAOLO / SP
176 30/04/1911 JABOTICABAL ATLÉTICO / SP
179 08/07/1911 RIBEIRÃO PIRES FUTEBOL CLUBE / SP
180 31/07/1911 SOCIEDADE HÍPICA PAULISTA / SP
183 10/10/1911 COMERCIAL FUTEBOL CLUBE / SP
185 14/04/1912 SANTOS FUTEBOL CLUBE / SP
191 13/08/1912 PORTO FERREIRA FUTEBOL CLUBE / SP
204 14/04/1913 CLUBE SÃO JOÃO / SP
205 04/05/1913 TÊNIS CLUBE DE CAMPINAS / SP
211 15/08/1913 ASSOCIAÇÃO ESPORTIVA SÃO JOSÉ / SP
212 18/08/1913 1º DE MAIO FUTEBOL CLUBE / SP
213 21/08/1913 BRASIL FUTEBOL CLUBE / SP
214 04/09/1913 RIO BRANCO ESPORTE CLUBE DE AMERICANA / SP
216 05/10/1913 ASSOCIAÇÃO ATLÉTICA INTERNACIONAL DE LIMEIRA / SP
220 15/11/1913 ESPORTE CLUBE XV DE NOVEMBRO / SP
225 19/03/1914 RIO PARDO FUTEBOL CLUBE / SP
233 26/07/1914 ASSOCIAÇÃO ATLÉTICA SÃO PAULO / SP
236 26/08/1914 SOCIEDADE ESPORTIVA PALMEIRAS / SP
237 03/09/1914 CRUZEIRO FUTEBOL CLUBE / SP
240 01/11/1914 ESPORTE CLUBE TAUBATÉ / SP
241 14/11/1914 UNIÃO AGRICOLA BARBARENSE FUTEBOL CLUBE / SP
242 15/11/1914 JABAQUARA ATLETICO CLUBE / SP
266 21/04/1918 ASSOCIAÇÃO ATLÉTICA BOTUCATUENSE / SP
267 28/04/1918 CLUBE CAMPINEIRO DE REGATAS E NATAÇÃO / SP
269 12/10/1918 BOTAFOGO FUTEBOL CLUBE / SP
270 12/10/1918 CAPIVARIANO FUTEBOL CLUBE / SP
275 01/05/1919 BAURU ATLETICO CLUBE / SP
280 18/09/1919 BATATAIS FUTEBOL CLUBE / SP
283 13/05/1920 RIO PRETO AUTOMOVEL CLUBE / SP
285 14/08/1920 ASSOCIACAO PORTUGUESA DE DESPORTOS / SP
291 22/04/1922 BONFIM RECREATIVO E SOCIAL / SP
292 11/03/1923 BANDEIRANTE ESPORTE CLUBE / SP
293 25/03/1923 SAMPAIO CORRÊA FUTEBOL CLUBE / MA
294 21/04/1923 ASSOCIAÇÃO ATLÉTICA BARRA BONITA / SP
300 12/01/1924 PALMEIRAS FUTEBOL CLUBE / SP
302 20/04/1924 CLUBE ATLÉTICO JUVENTUS / SP
308 26/08/1924 CLUBE ATLÉTICO PARQUE DA MOOCA / SP
309 07/09/1924 CASTANHAL ESPORTE CLUBE / PA
310 15/11/1924 ESPORTE CLUBE XV DE NOVEMBRO / SP
Fonte: Federação Nacional dos Clubes. Atualizado em julho de 2024
O FUTEBOL PAULISTA E SEUS ESTÁDIOS
OS ESTÁDIOS CANINDÉ, PARQUE ANTÁRTICA, MOOCA
JUVENTUS DA RUA JAVARI
PARQUE SÃO JORGE E ARENA CORÍNTHIANS
MORUMBI
A SELEÇÃO PAULISTA
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A UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO-USP
ORIGENS. A USP surgiu da união da recém-criada Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCL) com as já existentes Escola Politécnica de São Paulo, Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", Faculdade de Medicina, Faculdade de Direito (foto acima) e Faculdade de Farmácia e Odontologia. A FFCL surgiu como o elemento de integração da universidade, reunindo cursos nas diversas áreas do conhecimento. Ainda em 1934, havia sido criada a Escola de Educação Física do Estado de São Paulo, primeira faculdade civil de educação física no Brasil e que viria a ser incorporada pela USP anos depois. Na sequência foi criada a Escola de Engenharia de São Carlos - EESC (1948) e a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto- FMRP (1951) e outras várias unidades foram sendo criadas pela universidade nos anos seguintes, e nos anos 1960 a universidade foi gradualmente transferindo as sedes de suas unidades para a Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira, em São Paulo. Além do político Armando de Salles Oliveira, um outro homem de grande importância na fundação da USP foi o jornalista Júlio de Mesquita Filho. A instituição recebeu inúmeros professores estrangeiros nesse período.
A CIDADE UNIVERSITÁRIA
Praça do Relógio na Cidade Universitária- USP entre as zonas Oeste e Sul. A Torre do Relógio foi inaugurada em 1973 – há exatos 50 anos, portanto. O projeto do arquiteto paulistano Rino Levi, nos anos 1950, foi criado para o estudante contemplar e refletir sobre o seu cotidiano na Universidade de São Paulo. Mas são os 12 desenhos em baixo e alto-relevo desenvolvidos pela escultora vicentina Elizabeth Nobiling que destacam a Torre do Relógio como um dos monumentos marcantes de São Paulo. A professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP foi convidada especialmente por Levi para repensar o tema. Criou seis imagens em cada um dos lados da torre para representar o Mundo da Fantasia e o Mundo da Realidade. A face da Fantasia foi composta de cima para baixo, representando a Poesia; Ciências Sociais; Ciências Econômicas; Música, Dança e Teatro; Artes Plásticas e Arquitetura; e a Filosofia. Já a face da Realidade, também observada de cima para baixo, destaca a Astronomia; Química; Ciências Biológicas; Física; Ciências Geológicas; e Matemática.
CRUSP. O Conjunto Residencial da Universidade de São Paulo é o alojamento estudantil da Cidade Universitária Armando Salles de Oliveira. Atualmente as vagas no alojamento são geridas pela Coordenadoria de Assistência Social da USP que conta com cerca de 1200 vagas para alunos de Graduação e Pós-Graduação.
Em 1903, fora fundada aquela que seria considerada a Entidade (administração) estudantil mais tradicional e antiga do Brasil. Chamada de "Centro Acadêmico XI de Agosto", corresponde a um local de representação dos alunos da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Na década de 1930 foi iniciada a construção do novo prédio do antigo Convento de São Francisco, chamado de “Prédio Histórico”, que foi finalizada em 1941. Ricardo Severo foi o autor do projeto de estilo
A história da faculdade está relacionada ao desenvolvimento de importantes momentos históricos do Brasil. Ela formou alunos notórios que fizeram parte de grandes movimentos políticos, como o movimento abolicionista, de Joaquim Nabuco, José Antônio Pimenta Bueno e Perdigão Malheiro, o movimento republicano, de Prudente de Moraes, Campos Salles e Bernardino José de Campos Júnior, e as campanhas das Diretas Já, de Franco Montoro e Ulysses Guimarães. Emergiram treze presidentes da república desta faculdade, por exemplo, o primeiro presidente civil eleito por meio do voto direto no Brasil, Prudente de Morais, que assumiu o cargo em 1894,[60] e o ex-presidente Michel Temer, empossado após Dilma Rousseff ser destituída do cargo pelo processo de impeachment no dia 31 de agosto de 2016.[61] Fernando Haddad - que ficou em segundo lugar na disputa para a Presidência da República em 2018 - também é egresso do curso de graduação da instituição. Além disso, diversos governadores, prefeitos e outras figuras importantes na história do Brasil formaram-se na Faculdade de Direito da Cidade de São Paulo. Os últimos egressos a serem prefeitos de São Paulo foram Fernando Haddad (Turma 154) e Bruno Covas (Turma 171) e os últimos egressos a serem governadores foram Cláudio Lembo (Turma 127) e Franco Montoro (Turma 107).
O surgimento desta faculdade também trouxe para São Paulo enorme efervescência cultural. Inúmeros escritores de renome e movimentos culturais ali surgiram, tais como: Alphonsus Guimaraens, um dos principais representantes do Simbolismo no Brasil; Álvares de Azevedo, Escritor e poeta ultrarromântico; Castro Alves, poeta e um dos representantes do movimento abolicionista; Hilda Hilst, uma das maiores escritoras da Língua portuguesa contemporânea; José de Alencar, Autor do Livro Iracema e um dos maiores nomes do Romantismo no Brasil; Monteiro Lobato, escritor de obras-infantis como O Sítio do Picapau Amarelo; Oswald de Andrade, representante do movimento modernista e autor do Manifesto Antropófago. O edifício da faculdade também é repleto de obras com significado cultural, "(...) encontram-se agregados elementos dignos de nota, tais como os vitrais da escadaria, produzidos pela Casa Conrado Sorgenicht, e o mobiliário do Salão Nobre e da Sala da Congregação, confeccionado no Liceu de artes e Ofícios de São Paulo (...)".
A Faculdade de Direito de São Paulo foi a primeira entidade a ser incorporada à Universidade de São Paulo na fundação desta, em 1934, e é considerada uma das melhores no ensino jurídico. Em 116 anos de existência, o XI de Agosto sempre foi, e ainda é, um centro de difusão de ideais republicanos e de Igualdade, concretizados na resistência à Ditadura de Getúlio Vargas. Foi palco de diversas conquistas, como o Sufrágio feminino e do Voto secreto, e envolveu-se em várias campanhas, como "O petróleo é nosso!", "Diretas Já!", "Fora Collor" e, mais recentemente, na organização do ato e na leitura da "Carta às brasileiras e aos brasileiros".
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O INSTITUTO BUTANTÃ
AVENIDA 23 DE MAIO
Avenida 23 de Maio. Originalmente conhecida como Avenida Itororó e, depois, Avenida Anhangabaú, é uma das mais movimentadas avenidas do município de São Paulo, sendo o principal corredor de ligação dos bairros da subprefeitura da Vila Mariana à região central da cidade. Faz parte do Corredor Norte-Sul. Recebeu este nome em referência ao dia em que foram mortos os estudantes Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo (conhecidos pelo acrônimo MMDC), 23 de maio de 1932, evento que se encaixa no contexto da Revolução Constitucionalista de 1932. Construída sobre o antigo córrego Itororó, que foi canalizado, a avenida consiste numa via expressa em sua totalidade, isto é, não é endereço de nenhum estabelecimento residencial ou comercial, tendo barreiras de contenção em seus lugares, ocupando uma faixa com largura total de oitenta metros, para permitir a arborização dos locais. Três dos viadutos que passam sobre a avenida — Dona Paulina, Condessa de São Joaquim e Pedroso — têm uma estrutura interna, cuja função original, no caso dos dois últimos, seria abrigar futuras estações de metrô, referentes aos antigos projetos da Linha Norte–Sul do Metrô, que correria a céu aberto pelo largo canteiro central da avenida — inicialmente, entretanto, esse canteiro central deveria ser usado como faixa expressa. Essas estruturas, inclusive, contam com escadas que desembocam no que seriam as plataformas laterais das estações. No Dona Paulina, funciona o serviço funerário municipal; já no Condessa de São Joaquim, que já funcionou como albergue, moravam, em 2006, famílias de sem-teto. No Pedroso, ainda funciona um abrigo, mantido desde 1996 pela Comunidade Metodista do Povo de Rua. Já os viadutos construídos na região do Ibirapuera foram definidos pelo jornal O Estado de S. Paulo', em 1969, como tendo "linhas arquitetônicas inéditas e um completo tratamento paisagístico do local". [Textos e imagens da Wikipedia]
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O CENTRO CULTURAL SÃO PAULO
ABASTECIMENTO E GASTRONOMIA PAULISTANA
Mercado Municipal. O edifício, em estilo eclético, foi projetado em 1925 pelo engenheiro Felisberto Ranzini, funcionário do escritório do renomado arquiteto Francisco de Paula Ramos de Azevedo, sendo o desenho das fachadas de Felisberto Ranzini. Sua construção se deu entre os anos de 1928 e 1933. Trata-se de um representante da arquitetura da "Metrópole do Café" quando a cidade buscava a valorização de suas áreas centrais, associada a uma ideia de modernidade e adequada com o aquecimento econômico proveniente da produção cafeeira. Por outro lado, a construção do Mercado Municipal também se enquadra à adoção de preceitos higienistas que ocorreram entre o início do século XIX até meados do XX. Inspirados em modelos de cidades europeias, e ainda receosos com surtos epidêmicos ocorridos em diversas cidades brasileiras no período, os arquitetos brasileiros apostaram em novos modelos para a edificação de mercados públicos e outros equipamentos de infraestrutura urbana. A inauguração aconteceu em 1933. Além de sua importância histórica, o "Mercadão" também possui uma enorme importância na gastronomia tradicional da cidade de São Paulo, possuindo grandes variedades de lanches, aperitivos, frutas entre outros. A refeição mais popular do "Mercadão" é o tradicional lanche de mortadela, como também o bolinho e o pastel de bacalhau, além de uma variedade de amendoins, frutas (cristalizadas ou não), queijos e presuntos.[Textos e imagens da Wikipedia]
Movimento informal no entorno do Mercado Municipal nos anos 1940. Acervo do Instituto Moreira Salles.
MERCADO DA LAPA
CEASA E CEAGESP
PRATOS POPULARES
Jô Soares saboreando um dos sanduíches mais tradicionais do centro de SP.
A variedade da comida popular paulistana é encontrada numa grande diversidade de lugares e situações como os eventos as feiras, os jogos nos estádios e campos improvisados , nas feiras, calçadas, nos restaurantes, botecos, lanchonetes, pontos de ônibus, estações do metrô, praças, prédios comerciais e públicos, shoppings, enfim, onde houver alguma chance da procura pela fome e oferta do que comer.
Inúmeras publicações e reportagens já listaram os pratos típicos e preferidos em diversas épocas, revelando sempre uma enorme riqueza de culturas, preferências e gostos.
Claro que sempre alguns desse pratos podem ser muitos mais lembrados e outros até esquecidos mas, no geral, esses são os mais citados e consumidos:
a coxinha, a esfiha, o quibe e o pastel;
o pão na chapa com pingado (café com leite);
o churrasquinho de rua, o cachorro-quente, o milho verde;
os sanduiches de pernil e de mortadela, o misto quente e o baurú;
a pizza, o virado à paulista, a feijoada, o picadinho;
o sonho, o brigadeiro, o beijinho, a trufa, a vitamina de frutas e o churro.
Sempre tem por perto uma sorveteria, um carrinho de pipoca e de algodão doce;
uma bomboniere de guloseimas;
os restaurantes de nacionalidades,
as churrascarias gaúchas com seus fartos rodízios,
as casas e restaurante do Norte
as lanchonetes comuns e de redes de hamburgueria;
as pastelarias;
e finalmente os queridíssimos cafés e seus pães de queijo.
Pronto, falamos tudo. Quase tudo... porque existe na cidade e nos arredores uma imensa diversidade de colônias e redutos de povos estrangeiros e também das comunidades nacionais e estrangeiras, sempre contribuindo para uma constante renovação de hábitos e costumes.
Esquecemos alguma que não poderia ter ficado de fora?
Então, bom apetite!
ALGUNS DOS MUITOS PONTOS HISTÓRICOS
PADARIAS E PANIFICADORAS
PADARIAS ANTIGAS DO BEXIGA
No Bexiga, padarias ultrapassam os 100 anos e chegam à 4ª geração
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PUBLICIDADE, PROPAGANDA E A POP ART
Andy Warhol ( 1928 - 1987) foi um artista visual, diretor de cinema e produtor americano. Uma figura importante no movimento pop art. É considerado um dos artistas mais importantes da segunda metade do século XX. Suas obras exploram a relação entre expressão artística, publicidade e cultura de celebridades e abrangem uma variedade de mídias, incluindo pintura, escultura, fotografia e produção cinematográfica. " No futuro todos serão famosos por quinze minutos"
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ESPM- ESCOLA SUPERIOR DE DE PROPAGANDA MARKETING
"Na maior parte do tempo trabalhou na norte-americana J. Walter Thompson, primeira agência internacional de publicidade a se instalar no Brasil, para onde migrou em 1929, depois que a General Motors extinguiu seu departamento de propaganda. Em três épocas distintas, atuou cerca de 22 anos na multinacional, a mais longa delas entre 1943 e 1960. Além da JWT, Orígenes ainda integrou a equipe da N. W. Ayer & Son, outra agência vinda dos Estados Unidos, pela qual teve duas passagens; chefiou o departamento de criação da Eclética, pioneira do país no segmento, fundada em 1914; colaborou brevemente com a também norte-americana McCann Erickson; e encerrou a carreira na JMM Publicidade, empresa genuinamente brasileira, na qual atuou entre 1960 e 1976. Naquele ano, já com 73 de idade, decidiu se aposentar para se dedicar apenas à literatura, de forma especial, ao gênero infantojuvenil. Além de atuar em diversas agências, Orígenes foi o primeiro presidente da APP-Associação dos Profissionais de Propaganda, fundada em 1937. Durante o período em que esteve à frente da entidade, por também ter experiência no jornalismo, acabou assumindo o posto de editor-chefe da revista Propaganda, publicação voltada aos profissionais do setor. Seu reconhecimento dentro da instituição é tão grande que, além de ocupar lugar de destaque na galeria de ex-presidentes, também empresta seu nome à biblioteca do local, inaugurada em sua homenagem em 1999".
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A ÉPOCA DAS SALAS DE CINEMA
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JORNAIS E REVISTAS PAULISTAS E PAULISTANAS
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Redação do Estadão em 13 de abril de 1977, assistindo ao então "presidente" Geisel anunciar o seu famoso "pacote de abril".
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Caminhonete da "Folha da Manhã" usada para distribuir o jornal, no bairro da Vila Prudente, em São Paulo, em 1948.
PATINHO FEIO
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LICEU DE ARTES E OFÍCIOS
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OS CIVITA E A EDITORA ABRIL
Livraria e Tipografia Correio Paulistano – Em 1854, Azevedo Marques lança em São Paulo o primeiro jornal periódico e terceiro do Brasil, o Correio Paulistano. A população paulista ainda era tímida, mas a cidade começara a dar reflexos na grandiosidade que se tornaria. O Correio Paulistano não possuía convicções políticas, era um jornal independente adotando posições audaciosas em um período monárquico. Foi o incentivador e patrocinador oficial da Semana de Arte Moderna de 1922 e o jornal era escrito por diversos intelectuais como Menot Del Picchia. Seis anos mais tarde, na rua do Rosário, 49 a cidade de São Paulo é contemplada com a primeira livraria do Correio Paulistano (provavelmente junto à tipografia).
Fabiano Cerchiari/Folha Imagem
free-lance para a Folha
A maior livraria de livros e CDs da América Latina abre hoje suas portas para o público. O Ática Shopping Cultural, localizado em Pinheiros (zona oeste de São Paulo), possui números superlativos e superiores a qualquer megastore brasileira. Foram investidos US$ 25 milhões para construir o shopping de 8.000 m2. São 300 mil volumes, num total de 105 mil títulos de livros nacionais e estrangeiros, distribuídos por dois dos cinco andares do shopping.
"Só isso já faz dela a maior loja de CDs do Brasil", afirma Antonio Nicolau Yuossef, diretor-executivo da Ática, sem computar os 1.300 títulos de videolaser, divididos em clássicos, jazz e filmes.
Além disso, foi feito um mapeamento das 47 livrarias em São Paulo e 105 editoras brasileiras (que são responsáveis por 75% do catálogo brasileiro). "Nessas livrarias constatamos que não havia 10% da produção brasileira de livros. Aqui estão representadas mais de 1.800 editoras brasileiras. Todos os títulos vivos brasileiros estão no Ática Shopping."
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RÁDIO E TV
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100 ANOS DO RÁDIO EM SÃO PAULO
SOCIEDADE RÁDIO EDUCADORA PAULISTA E A PRA-6 RÁDIO GAZETA
ANTONIO ADAMI
ASTROS DE TODOS OS TEMPOS E ESTILOS
MULHERES NO RÁDIO
LOCUTORA HISTÓRICA
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TV TUPI
O Julgamento foi uma telenovela brasileira que foi produzida pela Rede Tupi e exibida às 20h, entre 4 de outubro de 1976 a 30 de abril de 1977, tendo 178 capítulos.
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TV PAULISTA E TV GLOBO
Após a morte de Costa, em 1959, seu filho Victor Costa Júnior assumiu o controle da TV Paulista, que novamente passou por uma crise, fazendo com que ele vendesse a emissora e outras concessões de rádio e televisão para o jornalista e empresário Roberto Marinho em maio de 1965. A aquisição tornou a estação em filial da TV Globo, do Rio de Janeiro, ao mesmo tempo em que ocorria um processo gradual de mudança para o nome da emissora carioca. Em 1968, com sua sede, anteriormente transferida para o bairro Vila Buarque, atingida por um incêndio, transferiu-se para a Praça Marechal Deodoro, onde passou a produzir, como cogeradora da rede, programas jornalísticos, esportivos e de entretenimento. Em 1999, deslocou-se para o endereço atual.
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TV BANDEIRANTES
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TV GAZETA
Primeiro endereço. Sede de “A Gazeta”
Período de utilização: 1906-1917
Logradouro original: Rua Quinze de Novembro, 33
Atual: Rua Quinze de Novembro, 250
Proprietários de “A Gazeta” no período:
Adolfo Campos Araújo de Araújo (1906-1914)
Branca Araújo (viúva) e Clibas, Hersio e Dione (filhos) – gestor: José Pedro de Araújo (seu irmão, provisoriamente) (1915), João Dente (1915-1916), Antônio Augusto Covello (1916-1917)
Com sua morte, em 07 de dezembro de 1915, sua viúva, Dona Branca pede ajuda para o cunhado e irmão do fundador de “A Gazeta”, o médico José Pedro de Araújo. Ele administra provisoriamente a publicação e o imóvel, até que consegue vender os bens de Adolfo Araújo para o advogado Dr. João Dente, em 1915, que depois de tentativas percebe após dois anos, que não tem vocação para o jornalismo. Assim, Dente se desfaz do jornal, vendendo-o também a outro advogado, Antônio Augusto Covello. Por sua vez, o Dr. Covello permanece no imóvel entre 1916 e 1917, transferindo-se para a Rua Líbero Badaró, no Edifício Maurice Levy. Dr. Covello permanece no comando de “A Gazeta” até 1918, quando vende a empresa jornalística para Cásper Líbero. Nesta época o jornal o papel próprio para impressão do jornal “A Gazeta” era fornecido à Adolfo Araújo pela Casa Vanorden, localizada na Rua do Rosário (atual Rua João Brícola).
Segundo endereço. Edifício Maurice Levy
Período de utilização: 1917-1928
Logradouro original: Rua Líbero Badaró, 15-17
Atual: Rua Líbero Badaró, 624 / 628 (ainda existente)
Proprietários de “A Gazeta” no período: Antônio Augusto Covello (1917-1918) e Cásper Líbero (1918-1928)
História: Antônio Augusto Covello transferiu “A Gazeta”, em 1917, da Rua da XV de Novembro para a Rua Líbero Badaró, negociando o aluguel do imóvel com o Comendador Maurice Levy, cujo nome batiza o prédio de três andares (térreo, o primeiro e o segundo). Cásper Líbero passou a trabalhar na redação do jornal, que Dr. Covello, também advogado, resolveu vender. Primeiro é oferecido para Miguel Arco e Flexa, que não aceita e indica o nome do jornalista Cásper Líbero, que aceita a proposta de comprar a publicação e torna-se dono de “A Gazeta” em 1918. Em menos de cinco anos, Cásper Líbero negociou com o Comendador Maurice Levy a ampliação do prédio, um andar para cima, como está até os dias atuais. Foi construído no tempo recorde de uma semana. Assistem a inauguração do prédio, uma semana após o início das obras, Cásper Líbero, Miguel Arco e Flexa, Couto de Magalhães.
Atualmente funciona o Restaurante “Recanto da Líbero”, no 1º andar, com entrada pela escadaria do nº 624 e estacionamento no nº 628.
Terceiro endereço. Nome: Edifício Médici
Período de utilização: 1928-1939
Logradouro original: Rua Líbero Badaró, 4-4A
Atual: Rua Líbero Badaró, 651 (após obras pós-empastelamento, possuiu duas entradas: 645 e 651), tendo hoje no endereço edifício comercial no terreno entre os números 633 e 641.
Proprietários de “A Gazeta” no período: Cásper Líbero (1928-1939)
Por razão do empastelamento da sede do jornal, Cásper Líbero recebeu do Governo Federal indenização em 1934, que possibilitou a construção do Palácio da Imprensa, inaugurado em 1939.
O Edifício Médici foi demolido e hoje está o prédio comercial da Atento, respeitada empresa de call-center, no Edifício Badaró (nº 633 e 641). Antes foi construído para ser sede do Bank Boston (com 19.072 m² de área construída), que funcionou por vários anos no local.
Quarto endereço. Nome: Palácio da Imprensa (Edifício Gazeta)
Período de utilização: 1939-1966
Logradouro original: Rua da Conceição, 06 (a partir de 1943, Av. Cásper Líbero, 88)
Atual: Av. Cásper Líbero, 88
Projeto (Auditório): Martins Fontes e Eurico José.
Empresas responsáveis: Escritório Técnico Ramos de Azevedo – Engenheiros-Arquitetos Construtores Severo & Villares
Desde o final da década de 1960, o imóvel deixou de pertencer à Fundação Cásper Líbero, sendo sua primeira sede desde 1944, quando os bens de “A Gazeta” e de Cásper Líbero foram transformados em Fundação a partir do que foi descrito pelo jornalista em seu testamento (Cásper Líbero faleceu em 1943). O imóvel foi adquirido em 2007 pela Justiça Militar da União, em São Paulo, passando por uma grande obra que restaurou a fachada e alguns ambientes, além de adequar às atividades da instituição. As obras duraram de dezembro de 2008 a maio de 2010, sendo o prédio reinaugurado com grande evento no dia 17 de junho de 2010.
Conforme Miguel Arco e Flexa, no livro “48 Anos de A Gazeta”, o imóvel era chamado de Edifício Gazeta (como o da Av. Paulista, 900) e também de Palácio da Imprensa (por ser o primeiro destinado à comunicação no país). Era apelidado, antes e depois da morte do jornalista proprietário, como “Casa de Cásper Líbero” (apelido cujo Edifício Gazeta na Avenida Paulista também ganhou em seu princípio).
Quinto endereço.Nome: Edifício Gazeta
Período de utilização: 1966-Atualidade
Logradouro original: Av. Paulista, 900-910
Atual: Av. Paulista, 900
Projeto (Auditório): Celso José Maria Ribeiro – “Uma Luz Sobre São Paulo”
Empresas responsáveis: Figueiredo Ferraz Consultoria e Engenharia de Projeto S.A.
Proprietários de “A Gazeta” no período:
Fundação Cásper Líbero (1966-Atualidade)
A ideia não era simples. Era um projeto arrojado. O sonho de criar um grande centro cultural, instalado no maior prédio do mundo, transformar-se-ia na maior construção em concreto armado.
As obras começaram em 1958. O projeto foi concebido pelo renomado engenheiro José Carlos de Figueiredo Ferraz. Futuro prefeito de São Paulo, foi construtor de obras históricas como o vão livre do Masp – Museu de Arte de São Paulo, o Metrô de São Paulo, o Planetário do Ibirapuera, a cúpula e as torres da Catedral da Sé e o Paço Municipal. O engenheiro Ary de Albuquerque (contratado pela Fundação) ficou responsável pela obra.
Voltando à construção, o local escolhido na Avenida Paulista era a área central da quadra entre a Alameda Joaquim Eugênio de Lima e a Alameda Campinas, com fundos para a Rua São Carlos do Pinhal.
“Pareciam obras de monumental represa. Obra faraônica. Ritmo de trabalho e entusiasmo como vimos em Brasília. Era uma nova Babel sendo levantada, com uma diferença fundamental: só os que nela não criam, ou por ela não trabalhavam, falavam línguas diferentes. Os demais integrados no idealismo sacrossanto de criar, crescer e subir, se identificavam e se entendiam perfeitamente, na linguagem positiva de mexa-se. Agora está pronta a mágica. Do vazio do buraco surgiu um monumento de aço e pedra que inscreverá com letras de ouro, nos anais da civilização e da cultura, um novo marco de vista, de fé, realização e coragem”.
Por serem mais largas as calçadas da Paulista havia ainda um pequeno jardim com 30 mastros em que se penduravam flâmulas das cores preta, branca e vermelha. E ainda um toque de modernismo no toldo sob a escadaria: uma verdadeira treliça de ferro e cimento armado, com uma leve inclinação para o alto. As colunas da escadaria eram arredondadas. Com as modificações no projeto, o moderno toldo foi substituído por um convencional e retangular e as pilastras ficaram mais grossas, com ângulos retos.
Em 21 de abril de 1983, numa parceria com a Rede Globo, foi construída a torre da TV Gazeta – com a antena das duas emissoras. Foi a primeira torre iluminada de São Paulo e, consequentemente, a primeira na Avenida Paulista.
TRAJETÓRIA E FASES MARCANTES DA PROGRAMAÇÃO
RÁDIO E TV CULTURA
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A TV E REDE RECORD
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SILVIO SANTOS E O SBT
POSTADO NO DIA DA MORTE DO APRESENTADOR (17 DE AGOSTO DE 2024)
Silvio Santos (esquerda) junto ao então presidente João Figueiredo e sua filha Silvia Abravanel, nos anos 1980.
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SEMANA DE ARTE MODERNA
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VIOLÕES GIANNINI
VIOLÕES DEL VECHIO
COMPOSITORES QUE TRADUZIRAM SÃO PAULO
TREM DAS ONZE E SAMBA NO BRÀS
QUAZ, QUASQUAZQUASCAZ, QUASQUASCAZ...
RONDA
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O MEU ERA PAULISTA, MEU AVÔ PERNAMBUCANO...
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SAMPA
A TROPICÁLIA PAULISTANA
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VIRADA CULTURAL
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TEATROS, BANDAS E FESTIVAIS
SHOWS, BAILES E FESTIVAIS
"Pois é meus amigos. há 49 anos, no dia 2 de janeiro de 1975, após me encontrar com meu inesquecível amigo Pique Riverte em frente a Boate 'La Licorne', na rua Major Sertório, e ter ido dormir em sua casa. O Pique tinha acabado de sair da banda Casa da Máquinas. De manhã, ele me pediu pra ir com ele buscar quatro músicos (Jesse, Luizão e Ribah) na que estavam vindo de Brasília (Ari só veio 20 dias depois). Falei com Ari nascimento Dias atrás e chorei muito quando ele me disse, olhando a foto do Corrente de força, que todos na foto estavam mortos, só sobrou ele. (amo você Ari.).
Antiga Rodoviária de S.P nesse Dia , nasceu a Banda Corrente de Força, que um ano depois viria se tornar Placa Luminosa, fato que mudaria minha vida pra sempre. Maravilhosas e eternas lembranças na minha trajetória no mundo da música. Realmente, fui privilegiado por ter conhecido, trabalhado e vivido, com esses músicos fora de série e à frente do seu tempo. Onde estiverem, obrigado ... Jamais os esquecerei. Obrigado por tudo que passamos juntos...
Ps. A foto do Corrente de força, foi inspirada na capa do LP da banda Mandril, que adorávamos ouvir na época. Bons tempos de boa música kkkkk. Sidney Leonel.
CHIC SHOW NO GINÁSIO DA S.E. PALMEIRAS
EXISTE BOOGGIE EM SP
Os panfletos anunciavam “James Brown – o maior balanço do mundo”, ressaltando a oportunidade imperdível com os dizeres “única apresentação para os blacks paulistas”. Sobre os bastidores da façanha de trazer um dos maiores nomes da música internacional para o palco da Chic Show, Luizão permanece reservado e breve: “Isso tinha que ser realizado, então, batalhamos para poder trazê-lo”.
Já Nelson Triunfo recorda a busca do ídolo no aeroporto: “Na época só existia o Aeroporto de Congonhas em São Paulo, e fomos lá recebê-lo. A gente tava lá vendo o cara pela primeira vez! [Foi aí] que ganhei aquela capa que aparece em uma foto minha durante o show e que ficou famosa”, destaca.
À noite, o espetáculo foi ganhando tons de um evento ainda mais memorável. Luizão evoca:
– O Palmeiras teve uma superlotação. Grande acontecimento! Os jovens negros vindo de todo o Brasil para se reunir, pessoal de Minas Gerais, Porto Alegre, Rio de Janeiro…, pessoal até de outros países da América Latina vieram para ver o James Brown. Muitas pessoas dentro do Palmeiras, muitas não conseguiam se mexer no espaço. Uma loucura muito grande porque o James Brown com a banda dele tinha uma coisa, era o ápice de tudo. Vibração de gol, loucura!
Nelson também retoma algumas das cenas que nos ajudam a mensurar o frenesi. “Foi louco porque lotou, lotou! Eu vi gente chegando até pelas telhas – não sei como eles chegaram até lá em cima, [outros] quebraram o portão. Muita gente não conseguia mais entrar no salão, então, ficavam ao redor do ginásio sentindo o som ao vivo, que era muito alto e pesado”, conta.
Em entrevista concedida à Gazeta do Esporte, publicada em 2020, Luizão diz terem entrado 23 mil pessoas no salão para ver James Brown, apesar do espaço ter como lotação máxima um público de 12 mil. Ele acrescenta, ainda, a impossibilidade de “levantar o braço” pela quantidade de gente – foi preciso “colocar o pessoal todo pra dentro. Foi a única maneira de controlar a galera”, justifica.
Nelson Triunfo já era uma estrela à parte na cena dos bailes black de São Paulo. Na noite do show, se apresentaria no palco. Ele compartilha sua visão momentos antes de protagonizar um dos momentos mais marcantes da noite e eternizado em fotografia.
– Eu fui para o baile com a capa que James Brown me deu. Não sei que porra deu na cabeça dos caras que estavam comigo, mas, no meio daquela multidão, eles falaram pra mim ‘endurece as pernas que nós vamos te levantar!’. Eles começaram a me levantar, e eu endureci as pernas; os caras me puseram por cima do ombro deles, tinham várias mãos me pegando, e eu fiquei em pé numa boa por cima da multidão. Foi uma loucura aquilo! Fico pensando qual visão o James Brown teve…
A foto se tornou uma das mais simbólicas quando assunto é baile black brasileiro. O que nem todo mundo sabe é que depois de tirar a capa para uma outra apresentação no baile e guardá-la em sua mochila, dentro do camarim, ela foi perdida/furtada. “Quando fui [mexer] na mochila, ela levantou muito fácil”, narra, “quando fui olhar, ela realmente estava vazia”, diz já conformado.
Chic Show, para além do Palmeiras
A conquista da ocupação de um espaço de elite não esteve imune a questionamentos. Luizão atesta a ocorrência de um certo choque com alguns associados do Palmeiras, que compartilhavam o uso de um espaço com um baile de veia negra e periférica. Em matéria publicada no blog Verdão Web (ligado ao Palmeiras), o fundador da Chic Show dá exemplos do que se colocava em xeque: “pô, não pode alugar para a negrada, o pessoal é da raça”, alegavam. Mas, segundo ele, “os diretores [do clube] sempre correram junto conosco”, conforme registrado no blog.
Fato é que a monografia de Félix, baseada em depoimento de Luiz, indica que as (não especificadas) dificuldades trazidas pela organização dos bailes junto ao Palmeiras marcam a década seguinte, impulsionando uma desconexão entre a Chic Show e o alviverde.
As atividades foram perdendo fôlego e sendo realizadas de forma mais espaçada, pulverizando-se para outras partes da cidade, inclusive para as zonas periféricas, de onde haviam surgido. Em 81, a Equipe Chic Show ruma para uma sede própria – uma oficina antiga, próxima à Camisa Verde Branco, no bairro da Barra Funda. Após as primeiras reformas, recebe o nome de Clube da Cidade e é inaugurado em 82.
A consolidação nas periferias é frutífera. Se no Rio de Janeiro o movimento de bailes soul formou as bases para o desenvolvimento do funk, em São Paulo prosperaram o rap e o pagode. Coletâneas, concursos e bailes – inclusive os organizados pela Chic Show – cruzaram e contribuíram para a trajetória de nomes como Racionais MC’s, Rappin’ Hood, SampaCrew e Péricles.
A marca Chic Show se mantém há 50 anos, prosperando, ramificando e se reinventando sob o comando de Luizão. “Hoje ela não é mais uma equipe de som, ela é uma empresa de eventos”, distingue o fundador. Ele detalha: “Temos trabalhado com artistas internacionais de outras linhas e também em outras áreas; a própria rádio Chic Show, os programas em outras rádios. A Chic Show continua ativa”, pontua.
Os bailes black paulistanos contribuíram para o fortalecimento da identidade cultural negra, oferecendo um espaço feito por e para a comunidade negra. As dimensões desse legado impulsionam discussões no âmbito da pesquisa acadêmica, estão expressas na influência artística do rap e do pagode, e merecem destaque. As noites da Chic Show deixaram uma marca na Sociedade Esportiva Palmeiras que nenhuma reforma é capaz de destruir.
Serviço Festival Chic Show
OS VIRGULÓIDES
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TODOS OS SONS DO MUNDO NESTE FESTIVAL DE JAZZ!
O COMEÇO DO FIM DO MUNDO
O MOVIMENTO PUNK PAULISTANO
ONDE SURGIU O PUNKN PAULISTANO
TITÃS
SALAS DE TEATRO
Foto de 1910 registrando o grupo de técnicos e operários que participaram da construção do Theatro Municipal.
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Teatro São Paulo. 1952, entre as ruas da Glória e Conselheiro Furtado. Foi demolido no início dos anos 1970 e, função das obras da Radial Leste.
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Cine Rex, depois Teatro Zácaro. Inaugurado em 10 de outubro de 1940 com uma sessão exclusiva para convidados, o Cine Rex teria suas portas abertas para o público oficialmente no dia seguinte. A inauguração do cinema, na Rua Rui Barbosa, foi um grande impacto na cidade, que passava a contar com mais uma sala de exibição moderna em um edifício bem arrojado e similares aos grandiosos cinemas dos Estados Unidos.O Cine Rex funcionaria por décadas e começaria a enfrentar decadência em meados dos anos 70. No final desta mesma década encerraria definitivamente suas atividades, ficando alguns anos fechado até ser reaberto novamente. No início da década de 80 o Maestro Zaccaro, um dos símbolos da cultura italiana na capital paulista, adquiriu o antigo Cine Rex e o fez ressurgir com um dos mais importantes teatros de São Paulo naquela década, o Teatro Zaccaro. São Paulo Antiga
O CARNAVAL DE RUA
VIDA E MORTE
"PAULICÉIA ADOENTADA"
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O CEMITÉRIO DOS AFLITOS
AS MODERNAS NECRÓPOLES PAULISTANAS
Estadão. 02/11/2011. Atualização: 25/11/2022 | 16h25
Quantos cemitérios há na cidade? Existem em São Paulo 22 cemitérios municipais, 18 particulares e um crematório - que fica na Vila Alpina. Quantas pessoas morrem por dia em São Paulo? Morrem cerca de 220 pessoas por dia na cidade. Qual é o mais antigo cemitério paulistano em funcionamento? Trata-se do Cemitério da Consolação (foto acima). Ele foi inaugurado em 1858, com o nome de Cemitério Municipal. Ali estão enterradas personalidades importantes para a história e a cultura do Brasil, como Campos Sales, Washington Luis, Monteiro Lobato, a Marquesa de Santos, Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade, Mario de Andrade... E antes da inauguração desse cemitério, onde as pessoas eram enterradas? Antes, o costume era que os mortos fossem sepultados nos interiores ou nos arredores das igrejas. Mas aí havia um problema: indigentes, criminosos e escravos mortos não tinham lugar nas igrejas. Então esses excluídos costumavam ser enterrados no Cemitério dos Aflitos, construído em 1775 na Liberdade. O local foi abandonado com a inauguração do Cemitério Municipal da Consolação e, já em ruínas, acabou loteado no fim do século 19. Sobrou apenas uma pequena igreja, que ficava dentro dele e existe até hoje. O beco que dá acesso a ela, pertinho da Praça da Liberdade, é chamado de Rua dos Aflitos. Qual o maior cemitério de São Paulo? Não só de São Paulo, mas do Brasil. É o cemitério da Vila Formosa, na zona leste da cidade. Cerca de 2 milhões de mortos já foram enterrados ali, em seus 760 mil metros quadrados. Em média, são 300 sepultamentos novos por mês.
Mausoléu da Família Matarazzo, no Cemitério da Consolação, ao lado do túmulo do Presidente Campos Sales, é considerado o maior mausoléu da América Latina, com 20 metros de altura e 150 m². Foi construído para o sepultamento do Conde Matarazzo, e sua família, sendo ornamentado com um conjunto escultórico de bronze e o brasão do Conde na entrada. Seu projeto é do renomado escultor italiano Luigi Brizzolara.
Mausoléu da Família Matarazzo, no Cemitério da Consolação, ao lado do túmulo do Presidente Campos Sales, é considerado o maior mausoléu da América Latina, com 20 metros de altura e 150 m². Foi construído para o sepultamento do Conde Matarazzo, e sua família, sendo ornamentado com um conjunto escultórico de bronze e o brasão do Conde na entrada. Seu projeto é do renomado escultor italiano Luigi Brizzolara.
Entre o fim do século XIX e o começo do século XX, a prosperidade advinda do plantio do café e da incipiente industrialização ocasionou profundas mudanças no perfil socioeconômico da cidade. A criação de novos cemitérios nesse período – como os do Araçá (1887), da Quarta Parada (1893) e do Chora Menino (1897) – permitiu a “estratificação social” da atividade funerária. Cercados por incipientes bairros nobres, os cemitérios da Consolação e do Araçá passaram por um processo de elitização, consolidado nas duas primeiras décadas do século XX. Converteram-se em “museus de arte” a céu aberto, passando a abrigar um grande número de jazigos luxuosos e monumentos funerários encomendados por barões do café, industriais, intelectuais, médicos, juristas e pessoas públicas a escultores de renome. Com a superlotação do Cemitério da Consolação e a ocupação da área verde contígua ao Cemitério do Araçá, surgiu a necessidade de um novo local para sepultar a elite econômica e social da cidade. O Cemitério São Paulo surgiria, portanto, como um "prolongamento" dessas duas necrópoles. Os planos para construí-lo datam de 1920, quando a prefeitura autorizou a aquisição do terreno de propriedade dos padres passionistas, no bairro de Pinheiros. O projeto da fachada principal, capela e muros é de autoria dos engenheiros Dacio Aguiar de Moraes e Guilherme Winter. A construção do cemitério ficou a cargo do mestre-de-obras Caetano Antônio Bastianett e de operários espanhóis, italianos e portugueses, que se converteram nos primeiros moradores do nascente bairro de Vila Madalena. O cemitério foi inaugurado em 14 de janeiro de 1926, o último ano de gestão do prefeito Firmiano de Morais Pinto. Nas décadas seguintes, aos jazigos das famílias tradicionais da cidade, somaram-se túmulos, mausoléus e monumentos encomendados por famílias de imigrantes bem-sucedidos, nomeadamente das comunidades italiana e sírio-libanesa, com o intuito de firmar uma posição social recém adquirida, além de artistas, militares, atletas, pequenos e médios empresários que haviam prosperado após o estabelecimento da sociedade do trabalho livre.[Textos e imagens da Wikipedia]
Uma comissão estabelecida durante a segunda administração do prefeito Jânio Quadros (1986-1988) identificou 180 peças de importância artística no local. Projetos para explorar o potencial turístico e didático deste e de outros cemitérios da cidade têm sido elaborados desde a década de 1980, mas com poucos resultados práticos.[Textos e imagens da Wikipedia]

O Cemitério da Vila Formosa. É considerado o maior cemitério da América Latina. Fundado em 20 de maio de 1949, o Cemitério da Vila Formosa ocupa uma área de 763 175 m². Desde a sua inauguração, já foram realizados mais de 1,5 milhão de sepultamentos. É uma necrópole voltada sobretudo para pessoas das classe C, D e E. Dividido em duas alas, todo mês realizam-se uma média de 275 sepultamentos. Com vinte e quatro salas para os velórios, o Vila Formosa possui três entradas. Ocupa a quarta maior área verde do município, sendo superado apenas pelos parques Anhanguera, Ibirapuera e Carmo, também na zona leste paulistana, representando assim uma importante área verde para a zona leste da cidade. Por ser muito arborizado é utilizado diariamente para o lazer, principalmente das crianças e dos adeptos das caminhadas e corridas.[Textos e imagens da Wikipedia]
Ala E do cemitério. Reportagem do jornal Washinton Post destacando o alto número de sepultamentos no cemitério de Vila Formosa no período pandemia do corona virus.
CEMITÉRIO ZOOPHILO
A UNIÃO INTERNACIONAL DE PROTEÇÃO ANIMAL (UIPA) fundada em 1895 mantinha no final da rua França Pinto que hoje é aproximadamente os portões 4 e 5 do Parque do Ibirapuera um abrigo, hospital e cemitério veterinário pois na segunda metade da década de 1920 a UIPA instalou em sua propriedade na rua França Pinto o "Asilo, hospital e cemitério Zoophilo" o primeiro cemitério de animais da Cidade de São Paulo, e que funcionou até o início da década de 1970 com lápides, túmulos e esculturas dedicadas aos animais que ali estavam cães e gatos. Frequentemente visitado não apenas pelos donos dos animais que estavam ali enterrados mas também por outras pessoas que tinham curiosidade de conhecer era bastante comum que algumas lápides apresentassem uma foto do bicho de estimação sendo o maior túmulo do antigo cemitério era uma grande cruz que foi a última morada de um pastor alemão.Quando a UIPA foi obrigada a deixar o local por determinação do então prefeito Figueiredo levou o hospital, abrigo e administração da associação para a Marginal do Rio Tietê, no bairro do Pari mas o cemitério de animais foi destruído, restando apenas dois túmulos como lembrança dentro próprio parque do Ibiraquera sendo um o que eu vi.
CEMITÉRIO DA COLÔNIA, O MAIS ANTIGO DA CIDADE
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AS TRAGÉDIAS DOS INCÊNDIOS E QUEDAS DE AVIÕES
INCÊNDIO NO CLUBE ELITE XXVIII DE SETEMBRO
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O acidente resultou na morte de 37 pessoas, dentre as quais estava o deputado federal Miguel Bahury, que presidia uma Comissão Parlamentar de Inquérito que investigava as causas que levaram a aviação a protagonizar tantos acidentes aéreos à época.
Um dos motivos que havia levado à criação de uma CPI decorreu da morte da esposa do deputado, ocasionada pela queda de um Convair da Real na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, no dia 24 de junho de 1960.
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O INCÊNDIO DO EDIFÍCIO ANDRAUS
O EDIFÍCIO JOELMA
INCÊNDIO NO GRANDE AVENIDA
Foto testemunhal de Wladmir Primo
A MORTE DE AYRTON SENNA. O DIA QUE SÃO PAULO PAROU
A maioria das pessoas que têm menos de 30 anos, não consegue entender o quanto Ayrton Senna era querido. Um domingo de Fórmula 1, era como assistir um jogo de Copa do Mundo, o Brasil parava. A gente se programava pra fazer as coisas "depois da corrida" e todo mundo entendia isso. Vibrávamos quando Senna ganhava uma corrida, pegava a bandeira do Brasil e dava mais uma volta no autódromo, mostrando-a ao mundo com orgulho.
Naquela quarta-feira, 4 de maio, a cidade parou, o Brasil parou, pra se despedir de Senna, envolto na bandeira que tanto honrou.
ACIDENTE DO FOOKER 100 DA TAM
"Um dos mais graves desastres da história da aviação brasileira abalou o país no dia 31 de outubro de 1996. Um avião da companhia TAM, que fazia a ponte aérea Rio – São Paulo, caiu sobre o bairro residencial de Jabaquara, em São Paulo, a dois quilômetros do aeroporto de Congonhas, segundos após a decolagem. As primeiras informações do acidente divulgavam que não havia sobreviventes entre os ocupantes do Fokker e que pelo menos nove moradores teriam morrido atingidos pelos destroços do avião. Imagens de um cinegrafista amador, registradas logo após a tragédia, foram exibidas com exclusividade no Jornal Hoje, que fez uma edição especial sobre o acidente. Ao vivo, do estúdio, Sandra Annenberg atualizava os telespectadores com informações sobre o caso, ao passo que imagens aéreas davam uma dimensão da tragédia. Nesta edição, reportagens de Graziela Azevedo e Paulo Markun mostravam de perto as consequências do acidente, entrevistando testemunhas sobre o ocorrido". Jornal Hoje. Memória da Globo.
O ACIDENTE DO VÔO TAM 3054
O Cruzeiro de março de 1962: "Os motoristas de São Paulo são tidos como os mais nervosos e grosseiros do Pais, pelos pedestres. Mas esse sentimento é reciproco. Os motorista julgam os pedestres do mesmo modo.
VIOLÊNCIA DO TRÂNSITO PAULISTANO
2024: INFOSIGA APONTA 237 MORTES
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O PAULISTANO NO TRÂNSITO
Estudo do Ibope Inteligência encomendado pela Rede Nossa São Paulo mostra também que 44% dos paulistanos têm ou já tiveram problemas de saúde relacionados à poluição.
O paulistano gasta, em média, 2 horas e 43 minutos por dia para fazer todos os deslocamentos que precisa na cidade de São Paulo neste ano. O tempo é menor que a média de 2017, de 2 horas e 53 minutos, mas maior que as 2 horas e 38 minutos diárias registradas em 2015.
Os dados são da Pesquisa de Mobilidade Urbana na Cidade, feita pelo Ibope Inteligência a pedido da Rede Nossa São Paulo, e divulgada nesta terça-feira (18).
O levantamento também apontou que o paulistano leva 1 hora e 57 minutos para se deslocar, ida e volta, pela cidade para realizar a atividade principal, como trabalho ou estudo. No ano passado, esse tempo médio foi de 2 horas, ainda longe da 1 hora e 44 minutos registrada em 2015.
A pesquisa foi realizada entre os dias 15 de agosto e 3 de setembro, com 800 moradores da cidade de São Paulo com 16 anos ou mais. A confiança da pesquisa é de 95%, e a margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.
Poluição. A pesquisa também mostra que 44% dos paulistanos têm ou já tiveram problemas de saúde relacionados à poluição. Em 2017 esse número foi de 59%.
Meios de transporte
Ônibus municipal – Em 2018, 43% dos paulistanos afirmaram ter o ônibus como o meio de transporte que mais usam para se deslocar pela cidade de São Paulo. No ano passado, esse número foi de 47%. O levantamento também aponta que 49% usam ônibus municipais de uma a cinco vezes por semana.
Entre os entrevistados que não usam ônibus, a lotação do coletivo aparece foi citada por 37% dos entrevistados como motivadora para não escolher este meio de transporte. O uso do carro para se locomover aparece como motivação para 32%, mesmo percentual dos que justificaram a demora do trajeto.
Entre os usuários de ônibus municipais, 88% dos disseram que levam até dez minutos de casa até o ponto de ônibus; e 44% dos entrevistados afirmaram que esperam até 15 minutos pelo ônibus.
Sobre os casos de assédio sexual nos ônibus, 51% dos entrevistados avaliaram negativamente a atuação do poder público no combate aos casos.
Carro – Esta é a opção de transporte usada por 24% dos entrevistados neste ano. Em 2017, carro foi a opção de 22% dos paulistanos entrevistados; 47% dos entrevistados respoderam que usam carro com a mesma frequência de antes.
A pé – 7% dos entrevistados responderam que preferem se locomover a pé pela cidade neste ano. Em 2017 foram 8%. Segundo a pesquisa, 88% dos pedestres paulistanos se sentem pouco ou nada seguros.
Transporte por aplicativo – 5% dos entrevistados disseram que esse é o meio de transporte que mais usa em 2018. No ano passado foram 2%.
Trem – Em 2018, essa é a opção para 3% dos paulistanos. Em 2017 foi de 4% dos entrevistados.
Bicicleta – Em 2018, apenas 2% dos paulistanos afirmam se locomover dessa maneira. Em 2017 foi a opção de 1% dos entrevistados. Segundo levantamento, apesar da queda da menção da bicicleta como opção de transporte, a segurança dos ciclistas aparece como ponto prioritário para 30% dos paulistanos. Para 48% dos entrevistados a manutenção das ciclovias é ruim ou péssima.
Táxi ou táxi por aplicativo – Em 2017, nenhum entrevistado afirmou usar esse tipo de modal. Em 2018 apenas 1% respondeu que usa esse tipo de transporte.
Fonte: G1
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SÃO PAULO DE TEMPOS REMOTOS E HOJE PERIFÉRICOS
Guaianases, distrito situado na Zona Leste do município de São Paulo e pertencente à Subprefeitura de Guaianases Igreja fundada em 1879 que se encontra hoje no distrito de Guaianases - esta é a segunda igreja de Santa Cruz que ainda permanece. A primeira, fundada em 1861 nas dependências da hoje Paróquia de Santa Quitéria, foi derrubada. A formação do distrito de Guaianases é a mesma de Itaquera: ambos nasceram de aldeamentos indígenas e do esforço dos jesuítas, com destaque para o padre Manuel da Nóbrega e José de Anchieta, que fundaram o colégio Jesuíta para a catequese dos guaianás. O aldeamento prosseguiu, mas "por volta de 1820 os índios já estavam extintos e a terra encontrava-se em mãos de particulares". Nessa época, o distrito era parada e pousada de viajantes, um ponto de passagem na Estrada do Imperador, que, depois, seguia para as minas de ouro. Existem registros de que a chácara do major Aníbal serviu de estadia para o próprio dom Pedro por mais de uma vez. Como de costume, ergueu-se uma igreja. Dessa vez, em homenagem a Santa Cruz do Lajeado Velho. Onde hoje está instalada a paróquia de Santa Quitéria, foi fundado, a 3 de maio de 1861, o bairro e uma capela chamada Santa Cruz. O bairro era chamado de Lajeado Velho. O local cresceu lentamente com a instalação de diversas olarias nas imediações e com a chegada dos trilhos da Estrada de Ferro do Norte mais tarde foi conhecida como Estrada de Ferro Central do Brasil. Em 1879, foi fundada a nova Capela de Santa Cruz e a antiga teve seu nome alterado para Santa Quitéria, porém viria a ser derrubada em meados do século XX para a construção de um novo templo. A partir dos anos 1920, o bairro se tornou mais populoso, as olarias e a Estrada de Ferro Norte deram um impulso na economia local. Pela estrada de ferro também vieram os imigrantes italianos e posteriormente os espanhóis a partir de 1912, para dedicar-se à extração de pedras através das Pedreiras Lajeado e São Mateus. Mais tarde, começou o domínio da família Matheus que construiu um grande império no bairro. Em 7 de setembro de 1950, Isidoro Mateus fundou o E.C. Santa Cruz de Guaianases, nome que homenageava a Igreja de Santa Cruz. Até hoje, o time é considerado histórico dentro do futebol amador do estado de São Paulo e tinha a maior torcida da várzea paulistana. Além disso ficou conhecido como "Galo da Central". Em 1957, o distrito recebeu oficialmente o nome de Guaianases, que era a tribo que o habitava.[Textos e imagens da Wikipedia]
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ARENAS DA VELOCIDADE
O Grande Prêmio do Brasil foi realizado pela primeira vez em Interlagos, em 1972, embora ainda não fizesse parte da Fórmula 1. No ano seguinte, no entanto, a corrida foi incluída pela primeira vez ao calendário oficial. Em 1978, o Grande Prêmio do Brasil foi transferido para o Autódromo de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, enquanto o Autódromo de Interlagos era modernizado e remodelado.
JOCKEY CLUB DE SÃO PAULO
O COMPLEXO ANHEMBI
O ex-presidente Juscelino Kubitshek observa uma demonstração musical durante uma feira no Anhembi nos anos 70.
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PARQUES DO ESTADO (ÁGUA FUNDA)
E FONTES DO IPIRANGA
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AS REPRESAS
ARQUIVO HISTÓRICO MUNICIPAL-AHMSP
Do topo, em sentido horário: incêndios decorrentes do bombardeio, ruínas do Cotonofício Crespi, soldados revoltosos no telhado do 1.º Batalhão da Força Pública, efeitos de um ataque aéreo, posição de metralhadora em Vila Mariana
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TRANSPORTE E MOBILIDADE URBANA
DAS CARROÇAS AO METRÔ E CICLOVIAS
Ciclovia na marginal do rio Pinheiros.
A CICLOVIA DA PAULISTA
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"UBER", QUASE 700 MIL MOTORISTAS NA CIDADE
TRANSPORTE URBANO COLETIVO
CMTC
Corredor da avenida Nove de Julho. O sistema de circulação exclusivo foi criado entre os anos 1980-90 em alguma avenidas consideradas estratégicas para acelerar o fluxo de trânsito. Fonte: Viatrólebus.
EMTU
VLT-VEÍCULO LEVE SOBRE TRILHOS
TRECHO SÃO VICENTE-SANTOS FOI MODELO EXPERIMENTAL NO ESTADO
O FUTURO DOS TRANSPORTES
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O METRÔ
Monotrilho da Linha 15 do metrô. A Linha 15–Prata é uma linha de monotrilho. É a sexta linha do Metrô, com 24,6 quilômetros de extensão e dezessete estações previstos. Quando totalmente pronta, ligará os distritos do Ipiranga e Cidade Tiradentes, através dos bairros de Vila Prudente, Parque São Lucas, Sapopemba, São Mateus e Iguatemi, entre outros. Com custo total de 6,40 bilhões de reais, atenderá uma demanda estimada em 550 mil passageiros por dia e integrará os terminais de ônibus de Vila Prudente, Sapopemba, São Mateus e Cidade Tiradentes. O primeiro trecho, entre as estações Vila Prudente e Oratório, foi inaugurado em 30 de agosto de 2014. O trecho até a Estação Vila União foi inaugurado em 6 de abril de 2018, a Estação Jardim Planalto foi inaugurada em 26 de agosto de 2019, e, em 16 de dezembro de 2019, inaugurou-se o trecho até a Estação São Mateus, que foi aberto, completando a segunda fase da linha, e em 29 de dezembro de 2021 foi inaugurada a estação Jardim Colonial.[Textos e imagens da Wikipedia]
LINHA 17 OURO - TREM MADE IN CHINA
TERMINAIS RODOVIÁRIOS
TERMINAL DO TIETÊ
Vista aérea do Terminal Rodoviário Tietê, na zona norte quando o terminal foi inaugurado em maio de 1982. #SPFotos
Construção e inauguração. A proposta de construção do Terminal Rodoviário do Tietê teve início em 1977, como parte do plano de descentralização das linhas rodoviárias do centro de São Paulo, onde a Rodoviária da Luz já se encontrava extremamente saturada. O projeto para erguer um novo terminal ao lado da já existente Estação Tietê do Metrô foi aprovado tanto pela Companhia do Metropolitano de São Paulo quanto pelos governos federal e estadual, sendo assinado pelo arquiteto Renato Viegas e pelo engenheiro Roberto Mac Fadden. Um fator que ajudou muito na aprovação do projeto foi o fato de sua localização: a rodoviária estaria localizada bem na Marginal Tietê, o que facilitaria bastante as chegadas dos ônibus e evitaria o trânsito destes na região central da cidade. As obras da nova estação rodoviária começaram em janeiro de 1979.
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AVIAÇÃO, AVIADORES E AEROPORTOS
SANTOS DUMONT
Alberto Santos Dumont (Palmira, 20 de julho de 1873 – Guarujá, 23 de julho de 1932) foi um aeronauta, esportista, autodidata e inventor brasileiro.Santos Dumont projetou, construiu e voou os primeiros balões dirigíveis com motor a gasolina. Esse mérito lhe é garantido internacionalmente pela conquista do Prêmio Deutsch em 1901, quando em um voo contornou a Torre Eiffel com o seu dirigível Nº 6, transformando-se em uma das pessoas mais famosas do mundo durante o século XX. Com a vitória no Prêmio Deutsch, ele também foi, portanto, o primeiro a cumprir um circuito pré-estabelecido sob testemunho oficial de especialistas, jornalistas e populares.
Santos Dumont também foi o primeiro a decolar a bordo de um avião impulsionado por um motor a gasolina. Em 23 de outubro de 1906, voou cerca de sessenta metros a uma altura de dois a três metros com o Oiseau de Proie (francês para "ave de rapina"), no Campo de Bagatelle, em Paris. Menos de um mês depois, em 12 de novembro, diante de uma multidão de testemunhas, percorreu 220 metros a uma altura de seis metros com o Oiseau de Proie III. Esses voos foram os primeiros homologados pelo Aeroclube da França de um aparelho mais pesado que o ar, e possivelmente a primeira demonstração pública de um veículo levantando voo por seus próprios meios, sem a necessidade de uma rampa para lançamento.
O título de responsável pelo primeiro voo num avião, atribuído por brasileiros a Santos Dumont, é disputado com outros pioneiros, nomeadamente os irmãos Wright. Na França, costuma-se atribuir o feito a Clément Ader, que teria efetuado o primeiro voo de um equipamento mais pesado que o ar, a aeronave a vapor Ader Éole, propulsionado por um motor a vapor de 20 CV e levantando voo pelos seus próprios meios em 9 de outubro de 1890, mas teve suas alegações refutadas pelo Ministério da Guerra do Exército Francês. Ao redor do mundo, pelo menos catorze nomes são citados como inventores do avião.
A Federação Aeronáutica Internacional (FAI), no entanto, considera que foram os irmãos Wright os primeiros a realizar um voo controlado, motorizado, num aparelho mais pesado do que o ar, por uma decolagem e subsequente voo ocorridos em 17 de dezembro de 1903 no Wright Flyer, já que os voos de Clément Ader foram realizados em segredo militar, vindo-se apenas a saber da sua existência muitos anos depois. Por outro lado, o 14-Bis de Dumont teve uma decolagem autopropulsada, reconhecida oficialmente por público e jornalistas, tendo sido a primeira atividade esportiva da aviação a ser homologada pela FAI.Capa do jornal mais famoso da Belle Époque enfocando o vôo histórico do 14 BISAlpinismo, automobilismo e balonismo
O primeiro balão de Santos Dumont em 1898
Em 1891, com 18 anos, Santos Dumont fez uma viagem turística à Europa. Na Inglaterra passou alguns meses aperfeiçoando o seu inglês, e na França escalou o Monte Branco. Essa aventura, a quase 5 000 metros de altitude, acostumou-o a alturas elevadas. No ano seguinte, seu pai o emancipou no dia 12 de fevereiro de 1892, devido a seu acidente, aconselhando o jovem Alberto a focar nos estudos da mecânica, química e eletricidade. Com isto Alberto largou a Escola de Engenharia de Minas de Ouro Preto e voltou à França onde ingressou no automobilismo e ciclismo. Também iniciou estudos técnico-científicos com um professor de origem espanhola chamado Garcia. Em 1894 viajou para os Estados Unidos, visitando Nova Iorque, Chicago e Boston. Nesse mesmo ano ele chegou a estudar na Merchant Venturers’ Technical College, não chegando a graduar-se. Agenor Barbosa descreveu o Santos Dumont deste período como sendo um “Aluno pouco aplicado, ou melhor, nada estudioso para as ‘teorias’, mas de admirável talento prático e mecânico e, desde aí, revelando-se, em tudo, de gênio inventivo”, mas que depois foi descrito por Agnor como alguém focado na aviação desde quando os "…“motores a explosão” começaram a ter êxito."
Em 1897, já independente e herdeiro de imensa fortuna com a qual investiu no desenvolvimento de seus projetos, aplicou no mercado de ações e permitiu que trabalhasse sem prestar contas à nenhum investidor— contava 24 anos — Santos Dumont partiu para a França, onde contratou aeronautas profissionais que lhe ensinaram a arte da pilotagem dos balões após ler o livro "Andrée — Au Pôle Nord en ballon", sobre a Expedição polar de S. A. Andrée. No dia 23 de março de 1898 ele realizou sua primeira ascensão num balão da firma Lacham-bre & Macuhron pelo custo de 400 francos,]descrevendo que: “Eu nunca me esquecerei do genuíno prazer de minha primeira ascensão em balão”. Nesse ano, antes mesmo de ser conhecido como balonista, ele passou a ser citado pela mídia devido ao seu envolvimento no automobilismo.
No dia 30 de maio de 1898, realizou sua primeira ascensão noturna e no mês seguinte ele passou a trabalhar como comandante, levando um grupo de passageiros num balão alugado. Sabe-se que em 1900 ele já havia criado nove balões, dos quais dois se tornaram famosos: o Brazil e o Amérique. O primeiro, estreado em 4 de julho de 1898 foi a menor das aeronaves até então construídas — inflado a hidrogênio, cubava apenas 113 metros num invólucro de seda de 6 metros de diâmetro, pesando 27,5 kg sem o tripulante fez mais de 200 voos. De acordo com o biografo Gondin da Fonseca, Dumont teria sido influenciado a criar seu primeiro balão após participar da corrida Paris-Amsterdam em seu triciclo, onde atravessou 110 quilômetros em duas horas, abandonando após um acidente. O segundo balão, Amérique, tinha 500 m³ de hidrogênio e 10 metros de diâmetro, sendo capaz de carregar alguns passageiros, mas sem controle. Com o segundo balão ele enfrentou de tempestades a acidentes. Em suas primeiras experiências ele foi premiado pelo Aeroclube da França pelo estudo das correntes atmosféricas, atingiu altas altitudes e chegou a ficar no ar por mais de 22 horas. Nesta época, Dumont já entendia a necessidade do investimento governamental no desenvolvimento da aviação e da importância da opinião pública estar a favor disso, algo anteriormente notado por Júlio César Ribeiro de Sousa.
A Princesa Isabel em Paris durante uma exibição de Santos Dumont.
· O aviador brasileiro Santos Dumont junto ao Príncipe Roland Bonaparte, sobrinho-neto de Napoleão Bonaparte. Paris, início do século XX. Roland Napoléon Bonaparte, fotógrafo e botânico, foi o principal responsável pela efetivação do sucesso de Dumont na Europa, uma vez que durante a disputa pelo Prêmio Deutsch de la Meurthe, em 1901, Santos Dumont teve sua vitória negada pela banca avaliadora, devido a um pequeno atraso. Roland, que fazia parte do comitê, enfureceu-se com seus colegas e ameaçou entrar na justiça para que o brasileiro pudesse ser reconhecido como vencedor. Henri Deutsch de la Meurthe, o empresário que oferecia o prêmio, concordou com Bonaparte e o feito de Santos Dumont foi finalmente imortalizado. O objetivo do concurso era premiar o inventor da primeira máquina aérea capaz de realizar uma viagem de ida e volta do Parc de Saint-Cloud até a Torre Eiffel e retornar em menos de meia hora. O concurso era um incentivo ao desenvolvimento do transporte aéreo.O dinheiro recebido como prêmio foi dividido por Santos Dumont entre sua equipe de mecânicos e diversas famílias pobres de Paris.
EDÚ CHAVES
Eduardo Pacheco Chaves, conhecido como Edu Chaves, (São Paulo, 18 de julho de 1887 — 21 de junho de 1975) foi um aviador brasileiro, pioneiro nas ligações aéreas entre São Paulo e Santos, São Paulo e Rio de Janeiro e também entre o Rio e Buenos Aires.
Sua paixão pela aviação começou ainda na Inglaterra, onde estudava, ocasião em que conheceu Santos Dumont. Em julho de 1914, Edu Chaves entrou para a história ao realizar, sem escalas, o primeiro voo de São Paulo ao Rio de Janeiro. O voo levou 6 horas, em um motoplanador com motor de 80 cavalos e a uma velocidade máxima de 80 km/h.
Edu nasceu na capital paulista em 1887. Era filho de Elias Antônio Pacheco e Chaves e de Anésia da Silva Prado. Nasceu em um casarão da rua São Bento no centro da cidade e era filho de uma antiga família de cafeicultores. Fascinado pela aviação, Edu foi para a França com o propósito de tornar-se piloto. Em 28 de julho de 1911 adquiriu seu "brevê" de piloto da Federation Aeronautique Internacionale a bordo de um aparelho modelo Bleriot de 25 HP.
Ainda na França, foi o primeiro aviador a realizar voos noturnos. Foi o primeiro piloto brasileiro a voar nos céus do Brasil no dia 8 de março de 1912, na cidade de Santos. Neste período teve a oportunidade de voar em companhia do aviador francês Roland Garros na breve estadia deste no Brasil. Edu também foi pioneiro ao fundar a primeira escola de aviação do país em Guapira, onde empregou aviões trazidos da Europa.
Edu Chaves e Roberto Thierry_(1920)
O primeiro voo sem escalas
“ O dia de ontem assinalou mais um triunfo para a aviação no Brasil. Coube ainda uma vez a Edu Chaves realizar um "raid" sensacional, vindo de São Paulo ao Rio de Janeiro em 6 horas e meia, vencendo com admirável segurança um percurso de 450 quilômetros. O arrojado aviador paulista, nessa prova de resistência teve de vencer dificuldades que não chegaram para impedir a terminação do seu voo memorável, desta vez terminado com um absoluto sucesso, aterrando calmamente no campo de aviação da fazenda dos Afonsos. (...) Edu Chaves saiu do prado da Mooca em S. Paulo às 9,30 da manhã, tendo resolvido de surpresa renovar o "raid" que o tornara famoso, alguns anos atrás, quando uma falsa orientação do terreno o fez cair ao mar, nas proximidades de Mangaratiba. O aparelho de que se serviu Edu Chave foi um monoplano Bleriot, com um motor Gromo de 80 cavalos. O percurso realizado no "raid" de ontem foi de cerca de 450 km , vencidos em 6 horas e meia. Edu Chaves fez o voo à altura de 2000 metros, subindo a 3000 metros ao atravessar a Serra do Mar. A velocidade desenvolvida pelo Bleriot foi de cerca de 80 km/h. Foi uma verdadeira surpresa a chegada de Edu Chaves no campo de aviação da fazenda dos Afonsos. Recebido com efusivas demonstrações de aclamação, por Darioli, Nicola Santo, Kirk e outros aviadores presentes, Edu Chaves foi felicitado entusiasticamente pelo "raid" que realizara com um sucesso tão brilhante. ”Em janeiro de 1921 voou do Rio de Janeiro a Buenos Aires.
Edu Chaves morreu na capital paulista, em 21 de junho de 1975, aos 87 anos. Em homenagem ao ilustre aviador, o aeroporto de Paranavaí, no Paraná, recebeu o nome de "Aeroporto Edu Chaves", assim como uma avenida e um bairro da cidade de São Paulo, que tem o nome de Parque Edu Chaves.
CUMBICA
CONGONHAS
Congonhas em 1939.
Aeroporto: divertimento popular - Fundo Diários Associados 11.08.1969
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CAMPO DE MARTE
VIRACOPOS
Saguão nos anos 1950Pouso do Concorde em 1972
BOVESPA -BOLSA DE VALORES DE SP
EMPRESAS PÚBLICAS PAULISTAS
VASP
BANESPA
Se existe um banco que está na memória de todos os paulistas este é, sem dúvida, o Banespa. Extinto em 2001, após ter sido privatizado e arrematado pelo espanhol Santander, o banco segue até hoje no imaginário paulistano graças a diversos fatores, como o seu icônico edifício que por longos anos foi o maior arranha-céu da América do Sul, seu outro prédio menor que ganhou o apelido de Banespinha, após sair das mãos dos Matarazzo e que hoje abriga a prefeitura de São Paulo. O Banespa também é lembrado pelo seu incrível clube localizado na zona sul da capital e pelo seu saudoso time de vôlei, tanto no masculino quanto no feminino. A história do Banespa, ou melhor, Banco do Estado de São Paulo, como é seu nome original, começou praticamente junto com o século 20, no distante ano de 1909 e, por incrível que pareça, majoritariamente estrangeiro, com uma injeção de 75% capital francês.
Agência do Banespa (na época como uma marca em que estava nas mãos do Santander) em Avaré, no interior de São Paulo.
CAIXA ECONÔMICA ESTADUAL
TELESP
COMPANHIA SIDERÚRGICA PAULISTA-COSIPA
A COSIPA foi fundada em 1953, um sonho de empreendedores paulistas, dentre eles, Martinho Prado Uchoa, Plínio de Queiroz, Alcides da Costa Vidigal e Herbert Levi. Após mais de dez anos em fase de preparação e projeto, a Usina foi inaugurada em 18 de dezembro de 1963 pelo presidente João Goulart. Em 1966, transformou-se em uma usina siderúrgica integrada a coque.
A partir de 1993, entretanto, a COSIPA deixa de ser uma empresa estatal. Em 20 de agosto desse ano, a empresa é privatizada, através de um leilão na Bolsa de Valores do Estado de São Paulo (atual B3), passando a ser controlada por um grupo de investidores, liderados pela Usiminas. A data da privatização foi o início de uma nova era de objetivos e conquistas, atingidas ano após ano.
A renovação de seu parque industrial, finalizada em 2001, fez com que a COSIPA passasse a operar com capacidade máxima, ou seja, produzir 4,5 milhões de toneladas/ano de aço líquido e conseguiu equacionar os seus problemas ambientais. Estes dois objetivos foram consolidados através de um plano de investimento de R$ 1,1 bilhão nos equipamentos da Usina de Cubatão, sendo R$ 240 milhões destinados somente a equipamentos de controle ambiental.
A partir de meados de 2005, formalmente integrada ao Sistema Usiminas, mantém uma sequência de excelentes resultados financeiros e em todos os demais indicadores empresariais. Bastante integrada à comunidade da Baixada Santista, um dos desafios iniciais no período pós-privatização, a COSIPA se prepara para atingir 5 milhões de toneladas de aço líquido anuais com uma nova Máquina de Lingotamento 4, Conversor 7, linha de Laminação a Quente, a modernização da Máquina de Lingotamento Contínuo 3 e a reforma do Alto Forno 1.
Em março de 2009 teve seu nome alterado para Usiminas, bem como as demais empresas desse grupo.
Em outubro de 2015, sob o contexto da crise econômico/financeira que atingia o país, foi anunciado o encerramento das atividades de produção de aço, provocando milhares de demissões e com reflexos na economia da cidade de Cubatão e da baixada santista, entretanto a usina não foi desativada. As desativações atingiram a metalurgia primária e os equipamentos e atividades a ela relacionados: pátios de minérios, coqueria, sinterização, altos fornos e aciaria. Desativado também o laminador de chapas grossas. Foram mantidas as linhas de laminação a quente e de laminação a frio, sendo que o laminador de tiras a quente é um dos mais modernos do mundo.
CENTRAIS ELÉTRICAS SÃO PAULO-CESP
COMPANHIA PAULISTA DE FORÇA E LUZ -CPFL
COMGÁS
SABESP
TRAVESSIAS AQUÁTICAS
HIDROVIA PARANÁ-TIETÊ
Trecho da hidrovia Tietê-Paraná no lago da barragem hidrelétrica de Iha Solteira-SP, nome dos rios, dos Estados e pontos de interesse. A linha laranja indica o percurso da hidrovia
A CRISE CLIMÁTICA E AS HIDROVIAS
IMPACTOS DA CRISE HÍDRICA DE 2016
Frete mais caro, queda de renda do produtor: veja possíveis impactos da paralisação na Hidrovia Tietê-Paraná para o agro. Via é um dos principais meios para escoar milho e soja dos estados do Centro-Oeste até São Paulo. Transporte por rio é mais barato do que caminhão e trem pois é possível carregar mais produto.Alta custo do frete e perda de rentabilidade de produtores do Centro-Oeste são algumas das consequências para o agro da paralisação da Hidrovia Tietê-Paraná, apontam especialistas e empresas do setor consultados pelo G1.
BOVESPA -BOLSA DE VALORES DE SP
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PARQUES DO ESTADO (ÁGUA FUNDA)
E FONTES DO IPIRANGA
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AS REPRESAS
ARQUIVO HISTÓRICO MUNICIPAL-AHMSP
1. Capitania, Província e Estado2. Regiões Administrativas e Micro-Regiões.3. A Era das Ferrovias e o Porto do Café. O Trem de Prata SP-Rio.4. Poderes de São Paulo Alesp, Palácio dos Bandeirantes e Justiça. Exército, Polícias e Bombeiros. O Arquivo do Estado. A Orquestra Sinfônica do Estado. Industrialização, Urbanização e PoluiçãoA Indústria Paulista e a Fiesp. A Emblemática Votorantim. A Beneficência Portuguesa. Antônio Ermírio de Moraes. O Colégio Rio Branco. 5. Cidades Regionais do Centro e Oeste Paulista. O Abc Paulista. Franco da Rocha e o |Complexo Psiquiátrico do JuqueryO Vale do Paraíba. O Ita e o Centro Aeroespacial em S.J. dos Campos Serra da Mantiqueira. Serra da Bocaina.Pontal do Paranapanema. 6. Localidades Históricas e Turísticas7. Unesp e Unicamp.8. A Era das Rodovias e o Porto das Indústrias9. O porto Federal em Santos, Guarujá e Cubatão.O Porto EStadual de São Sebastião.
ESPECIAL 100 ANOSA GUERA CIVIL PAULISTA DE 1924
I
CAPITANIA, PROVÍNCIA E ESTADO
O BANDEIRANTE E A IDENTIDADE PAULISTA
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1932- IV CENTENÁRIO DA FUNDAÇÃO DE SÃO VICENTE
AS REGIÕES ADMNISTRATIVAS
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"GLOBAL TRADE"
O IMPACTO FERROVIÁRIO
CULTURA EUROPÉIA MUDOU COM A CONSTRUÇÃO DAS FERROVIAS
História, por João Marcos Coelho -Estadão, sexta-feira, 24-02-23
A criação de uma “cultura europeia” no decorrer do século 19 está intimamente ligada à implantação de uma malha ferroviária ligando o Velho Continente, dos anos 1840 em diante. As estradas de ferro aceleraram a criação e consolidação dessa “cultura europeia”. Este é o tema do fascinante livro Os Europeus, do historiador inglês Orlando Figes, de 63 anos. Com uma prosa de fácil leitura e uma infinidade de informações e dados que jamais incomodam o leitor, ele constrói um formidável painel das artes e da cultura europeias na segunda metade do século 19. Mostra a íntima relação entre as artes e o capitalismo. O objetivo “é explicar como foi que, por volta de 1900, os mesmos livros passaram a ser lidos em todo o continente, as mesmas pinturas passaram a ser reproduzidas, a mesma música passou a ser tocada em casa ou nas salas de concerto, as mesmas óperas passaram a ser encenadas em todos os grandes teatros da Europa”.
Lúcido e certeiro, Figes mostra como o que chama de “cânone europeu” se consolidou na era das ferrovias. É fundamental conhecer esse processo no detalhe porque esse cânone “constitui a base da alta cultura hoje não só na Europa, mas em todas as partes do mundo onde os europeus se estabeleceram”. A cultura hegemônica de elite já existia no continente ao menos desde o Renascimento. “Mas só no século 19 uma cultura de massa relativamente integrada pôde se desenvolver em toda a Europa.”
Seu olhar inova ao enxergar o continente como “um espaço de transferências, tradições e trocas culturais por cima das fronteiras nacionais, gerando uma ‘cultura europeia’, como ‘síntese internacional de formas, ideias e estilos artísticos’”. Em suma, o livro trata a era da ferrovia “como primeiro período de globalização cultural”. E aqui acentua que de fato o século 19 europeu instaurou um mercado continental para as artes. Foi esse mercado que determinou o cânone do continente.
Figes coloca no primeiro plano de sua narrativa um triângulo amoroso: a mezzo-soprano e compositora Pauline Viardot (1821-1910); seu marido Louis Viardot (1800-1883); e o escritor russo Ivan Turgueniev (1813-1883). Eles chegaram a morar na mesma casa por bons anos. Ou melhor, nas mesmas casas. Suas vidas nômades os levaram a todas as latitudes do continente, incluindo a Rússia. Pauline, filha do tenor Manuel Garcia, foi irmã mais nova da maior diva romântica, a soprano Maria Malibran, que morreu em 1836, aos 28 anos. Amiga íntima de Frédéric Chopin, chegou a colocar letra em diversas peças pianísticas dele, transformando-as em canções. Mas seu maior triunfo foi ter dominado a cena lírica europeia (e russa) por muitas décadas. Seu marido Louis só figura no rodapé das biografias das divas, mas foi um polímata cultural, ao mesmo tempo crítico de arte, erudito, editor, gestor teatral, ativista republicano, jornalista e tradutor literário do russo e do espanhol para o francês. Figes oportunamente o resgata do esquecimento e o define como “tudo aquilo que o artista não é, mas de que depende”. E Turgueniev, modernamente o mais conhecido, nasceu em família aristocrata russa e terminou a vida como um dos grandes escritores russos da segunda metade do século 19, ao lado de Dostoievski e Tolstoi. Morou em Berlim, Paris, Baden-Baden, Londres e São Petersburgo e em sua biblioteca havia livros em nove línguas diferentes: “Sou um europeu, e amo a Europa; minha fé está vinculada a sua bandeira, que carrego desde a juventude”.
Para Figes, o que os une, além do ménage à trois, é sua condição de “importantes intermediários culturais”, promovendo escritores, pintores e músicos em toda a Europa. Eram cosmopolitas, integrantes de “uma cultura europeia capaz de viver em qualquer lugar no solo europeu, desde que isso não comprometesse seus princípios democráticos, e sem perder nada da própria identidade nacional”.
O que lhes permitiu tamanha mobilidade? A era das ferrovias. “A viagem é fatal para o preconceito, o fanatismo e a intolerância”, já anotava o escritor norte-americano Mark Twain no livro Inocentes no Exterior, de 1869. É basicamente um relato de suas viagens de trem pela Europa em direção à Terra Santa. “Essa sensação de fazer parte da Europa estava ligada à possibilidade de viajar de trem para qualquer parte do continente.”
Capítulos são dedicados a cada uma das artes. E nos levam para verdadeiras “viagens” culturais. A era das ferrovias costuma ser fixada de 1830 em diante, quando, na Inglaterra, a primeira ligação ferroviária para passageiros transportou 460 mil pessoas em 12 meses entre Liverpool e Manchester.
Na sequência, a malha ferroviária foi se espalhando vertiginosamente. Em 1850, Turgueniev levava 21 dias para ir a sua propriedade rural em Spasskoe, na Rússia. Vinte anos depois, fazia o mesmo trajeto em cinco dias. E Pauline brilhou em todos os grandes palcos líricos europeus e russos, graças às ferrovias.
Um dos acontecimentos mais ruidosos da década de 1840 aconteceu na inauguração do trecho francês, entre Paris e Lille, da ferrovia internacional ligando a capital francesa a Bruxelas, em 1846. Em Lille, organizaram-se festejos mamutes para comemorar. O prefeito encomendou a Hector Berlioz uma obra para ser estreada na ocasião. Ele teve só três dias para compor a Cantata Ferroviária, para barítono e grande orquestra. Na balbúrdia que se seguiu, o manuscrito da partitura e seu chapéu foram roubados. Berlioz teria preferido reaver apenas o chapéu, mas o manuscrito é que lhe foi restituído. Uma obra que ele teria preferido não assinar.
As elites, com os Rothschild à frente, eram acionistas preferenciais das grandes empresas ferroviárias. Turgueniev tinha ações de companhias russas, assim como Madame Nadejda von Meck, viúva de um magnata da indústria ferroviária e mecenas de Tchaikovski.
Tamanho impulso foi decisivo para o incremento do turismo de massa. Os novos turistas só tinham algumas poucas semanas de férias anuais para viajar. Assim, uma imensa parcela majoritária da população passou a se movimentar usando a malha ferroviária. “O mundo está viajando”, escreveu o escritor alemão Theodor Fontane (1819-1898) em A Viagem Moderna publicado em 1873: “Assim como nos velhos tempos as pessoas se entretinham conversando sobre o tempo, agora o fazem viajando”.
FOLHETIM. A primeira grande consequência no mundo literário foi a proliferação de guias turísticos de baixo custo para essa multidão. Além disso, um novo tipo de literatura – os folhetins publicados diariamente em capítulos nos jornais se transformaram em verdadeira febre por todo o continente. Surgiram as livrarias nas estações ferroviárias. Afinal, agora não só dava para conversar, mas também para ler durante a viagem. Houve um verdadeiro boom editorial. Autores como Alexandre Dumas vendiam dezenas, centenas de milhares de exemplares de seus livros em edições de baixo custo. Figes calcula que esses livros custavam um décimo dos livros capa dura, que circulavam no mundo das elites culturais europeias.
Não só o tipo de literatura era mais popular. As vendas de livros, traduções e revistas literárias explodiram na década de 1870 por causa das tecnologias de publicação, a mecanização e a rede ferroviária. Tudo isso reduziu os custos de impressão e distribuição. Figes observa que “a aceleração das traduções levou à crescente uniformidade ou padronização das formas literárias, com toda a Europa lendo os mesmos livros ao mesmo tempo”.
Alexandre Dumas (1802-1870) foi um dos reis dos folhetins. Seu ritmo de produção era alucinante. Os folhetins eram diários: em 1844, publicou Os Três Mosqueteiros em Le Siècle entre 14 de março e 11 de julho, e O Conde de Monte Cristo no Journal des Débats entre 18 de agosto e 15 de janeiro de 1846. Paralelamente, publicou A Rainha Margot em La Presse entre 25 de dezembro de 1844 e 5 de abril de 1845. Emile Marcelin publicou um cartum com o escritor escrevendo quatro livros ao mesmo tempo – com os dois braços e as duas pernas. Outra consequência: os personagens acabaram se europeizando. Como nos romances de Júlio Verne.
PINTORES. O impacto nas artes plásticas pode ser avaliado por Gare Saint-Lazare, série de 11 quadros de Claude Monet (1840-1926). Em 1877, ele acabara de chegar a Paris vindo de Argenteuil. Encantou-se com a Gare Saint-Lazare (hoje Museu d’Orsay), estação ferroviária, sobretudo com os efeitos da luz se infiltrando pelo telhado de vidro e as baforadas de fumaça saindo das locomotivas e se dissolvendo como nuvens. O escritor Émile Zola, defensor dos impressionistas, assim descreveu um desses quadros: “Ouvimos o ronco dos trens, com a fumaça se propagando no vasto espaço sob o telhado de vidro. Nossos pintores devem encontrar a poesia dessas estações, assim como seus pais encontraram nos rios e nas florestas”.
Esse cosmopolitismo europeu que tanto fascina Orlando Figes foi bruscamente interrompido pela Primeira Guerra Mundial, em 1914. Um dos maiores escritores franceses do século 19, Victor Hugo (1802-1885), de certa forma previu o desastre a partir do horror que experimentou em relação à Guerra da Crimeia na década de 1850, ao saber de “ferrovias transportando soldados e máquinas de destruição”. O cosmopolitismo sofreria outro duríssimo golpe com o nazi-fascismo dos anos 1930 e a Segunda Guerra Mundial. Mas felizmente permanece vivo na cultura de massa, hoje planetária.
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FERROVIAS NO ESTADO DE SP
AS FERROVIAS E O PORTO DO CAFÉ
SÃO PAULO RAIL- SPR
A PRIMEIRA FERROVIA DE SÃO PAULO
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ESTRADA DE FERRO SOROCABANA
Carro 1a. Classe B-202 - estação "Luxo". Este ambiente apresenta o apogeu do Trem Ouro Verde enquanto trem noturno de luxo da EF Sorocabana e suas principais locomotivas
COMPANHIA MOGYANA
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A NOVA MALHA FERROVIÁRIA PAULISTA
No início da década de 1960, antes mesmo do governo do estado encomendar os primeiros estudos para avaliar a viabilidade de unificar todas ferrovias estaduais em um só sistema, o Instituto de Engenharia de São Paulo recomendou a formação de uma rede ferroviária estadual. Essa medida acabou consolidada em 1971, com a criação da FEPASA, empresa que incorporou as Companhias Paulista de Estradas de Ferro, Mogiana, Sorocabana, Araraquara e São Paulo-Minas.
Em 10 de novembro de 1971, a criação da FEPASA foi ratificada por uma assembleia geral extraordinária, na qual aprovou-se o seu estatuto social. De acordo com o estatuto da entidade, a FEPASA ficou responsável pela exploração, manutenção e expansão do sistema de transporte ferroviário paulista, integrando-o à Rede Ferroviária Federal e aos outros meios de transporte.
Com a fusão das cinco linhas ferroviárias, a FEPASA passou a contar com 5.252 quilômetros de extensão, 622 locomotivas, 1.109 carros de passageiros, 116 trens urbanos e 17.200 vagões, tornando-se a maior rede ferroviária estadual do país.
Em 1998, a FEPASA foi federalizada e incorporada integralmente à Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA).
Saiba mais sobre o Fundo FEPASA em nosso Guia do Acervo:
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AS QUATRO FASES DA DESTRUIÇÃO DAS FERROVIAS NO BRASIL
A CRISE DO CAFÉ
O café é elemento central nos primeiros capítulos da história das ferrovias no Brasil – tanto na ascensão quanto na decadência, como explica Eduardo Romero de Oliveira, professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp). É a razão para a construção das primeiras estradas de ferro no século 19: a primeira delas, a Estrada de Ferro Mauá, que começou a operar em 1854, levava em suas locomotivas a vapor a commodity do Vale do Paraíba ao porto de Magé, na baixada fluminense, que, de lá, seguia de barco até a cidade do Rio. Nessa época, o café representava quase 50% das exportações brasileiras.
A malha ferroviária foi aumentando com a expansão da atividade cafeeira e passou a deslocar também passageiros, que até então só conseguiam viajar longas distâncias com transportes movidos por tração animal, como as charretes puxadas por cavalos.
E foi nesse contexto que a malha chegou a quase 30 mil km de extensão na década de 1920, quando veio o baque da crise de 29. O crash da bolsa nos Estados Unidos, na época o maior comprador de café brasileiro, e a grande depressão que se seguiu tiveram impacto direto sobre o Brasil. Em um curto espaço de tempo, as exportações da mercadoria despencaram, assim como os preços. As ferrovias, que eram administradas pelo setor privado sob regime de concessão, passaram a transportar cada vez menos carga e viram sua rentabilidade despencar. Tem início, nesse momento, um período lento de decadência que culminaria na estatização das estradas de ferro mais de duas décadas depois.

Trecho da São Paulo Railway Company na Serra do Mar: desde o início, ferrovias operaram sob regime de concessão.
JK e o nascimento da indústria automobilística
Antes, contudo, outros dois fatores importantes entram em cena: o crescimento das cidades e a popularização do automóvel. O país vive uma grande transformação depois de 1940. Até então baseada quase exclusivamente na agricultura, a economia brasileira se volta cada vez mais para a indústria. A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e a Vale do Rio Doce, então empresas estatais, são fundadas nessa época, em 1940 e 1942, respectivamente, no último período do governo de Getúlio Vargas, a ditadura do Estado Novo. Essa mudança na matriz de crescimento, por sua vez, catalisa um processo de migração das populações de áreas rurais para as cidades. As capitais ganham uma nova escala, vão inchando, um processo que tem como efeito colateral a diminuição da demanda por trens de passageiros em alguns trechos menores, entre cidades próximas. “As fábricas estão nas cidades”, pontua Oliveira. A política de industrialização continua com o presidente Juscelino Kubitschek, que assume em 1956 e elege a indústria automobilística como catalisador de seu plano de desenvolvimento. O Plano de Metas de JK, que ganhou o slogan “50 anos em 5”, é frequentemente apontado como o início do chamado “rodoviarismo” no Brasil. Um movimento cheio de nuanças e explicado por uma combinação de fatores, diz o professor de Engenharia de Transportes da Coppe/UFRJ Hostílio Xavier Ratton Neto.“É nessa época que se cria a classe do operário especializado, com maior poder aquisitivo”, afirma.
Em paralelo, a construção das rodovias era menos custosa que as estradas de ferro e o petróleo usado para produzir combustível ainda era muito barato.
No pano de fundo, a Guerra Fria estreitava as relações entre Brasil e Estados Unidos. Na tentativa de barrar a expansão da influência da União Soviética no continente, os americanos firmaram acordos de cooperação técnica e de financiamento para investimentos com diversos países da América Latina.
Assim, ainda em 1956 foi criado o Grupo Executivo da Indústria Automobilística (GEIA), sob o comando do Capitão de Mar e Guerra Lúcio Meira. O Brasil, que até então só montava veículos, passaria a fabricar carros, caminhões e jipes, tendo como principal polo a região do ABC paulista. São desse período dois modelos que fizeram história no país: o Fusca e a Kombi, ambos da linha de montagem da Volkswagen em São Bernardo do Campo.
As ferrovias, por sua vez, entravam os anos 1950 sucateadas. Além da redução da demanda de carga e passageiros, um outro fator contribuiu para o “estado bastante acentuado de degradação física das estradas de ferro”: “Muitas concessões já estavam no final, próximo da devolução, e não havia cláusula nos contratos que obrigassem as concessionárias a fazer investimentos ou devolver as ferrovias no estado em que as pegaram”, diz Ratton Neto, que tem larga experiência no planejamento, construção, operação e gestão de sistemas de transporte metroviário e ferroviário. É nesse contexto que, em 1957, surge a Rede Ferroviária Federal (RFFSA), estatal que passou a administrar as ferrovias que até então estavam nas mãos de diferentes empresas privadas.
“Os primeiros relatórios da empresa demonstram que o projeto era de modernização e unificação administrativa para facilitar a integração entre os diferentes meios de transporte”, afirma o pesquisador.
“Os investimentos rodoviários do Plano de Metas de JK não eram uma ameaça ao sistema ferroviário”, avalia.
A extinção das linhas de passageiros
Os projetos de recuperação e melhoria, contudo, incluíam a desativação de uma série de linhas e “ramais” (jargão do setor para os trechos secundários) considerados deficitários.A lógica, diz o historiador Eduardo Romero de Oliveira, é que o mundo de meados do século 20 era completamente diferente daquele que, muitas décadas antes, havia norteado a construção de parte das ferrovias.
“Houve uma mudança no negócio”, diz o professor da Unesp. “As estradas de ferro da música do Milton Nascimento eram de outra época, para pensar o transporte de café, de açúcar, em um período em que nem a legislação trabalhista existia.”
O químico Ralph Mennucci Giesbrecht, um “fanático por ferrovias” que há mais de duas décadas pesquisa sobre elas, especialmente sobre as estações, coleciona diversas histórias desse período turbulento.
“Nos anos 60 e 70 sumiram praticamente todas as ferrovias menores, aquelas consideradas deficitárias”, diz ele, autor do livro O Desmanche das Ferrovias Paulistas.
Os conflitos aparecem em histórias como a da desativação do trecho entre as cidades paulistas de São Pedro e Piracicaba, concluída em 1966. O prefeito de São Pedro na época chegou a enviar um telegrama incisivo ao governador, Laudo Natel, questionando o critério da baixa rentabilidade usado para justificar a extinção do ramal.
“Déficit, se não levarmos em conta o bem coletivo, também dá a polícia, dão as escolas e todas as repartições mantidas pelo Estado. O déficit do ramal é muito relativo, pois, não levando em conta o movimento das estações de Barão de Rezende, Costa Pinto, Recreio e Paraisolândia, a estação de São Pedro despachou este ano mais de 40.000 toneladas de cana. Finalizando, aqui deixo minha desilusão por tudo e por todos”, dizia a mensagem, conforme reportagem do jornal O Estado de S.Paulo de 30 de outubro de 1966 encontrada por Giesbrecht.
Aos poucos, as linhas de passageiros foram desaparecendo, permanecendo, em alguns casos, aquelas que cruzavam as regiões metropolitanas das grandes cidades, usadas até hoje.
Com o avanço da indústria automobilística e a entrada do avião em cena, as ferrovias entraram em crise, em maior ou menor medida, em todo o ocidente. Nos países em que foram mantidas para transporte de passageiros, o serviço, na maioria dos casos, passou às mãos do Estado.
É o caso, por exemplo, dos Estados Unidos. A estatal Amtrak foi fundada em 1971 e faz até hoje a gestão das linhas de passageiros no país. Também são estatais a alemã Deutsche Bahn, a espanhola Renfe e a francesa Société Nationale des Chemins de fer Français (SNCF).
A estagnação e o corredor de commodities
Do lado do transporte ferroviário de carga, parte dos investimentos vislumbrados no período JK não saíram do papel, diz o historiador Welber Santos. Em sua visão, a ditadura militar mudou o foco da política de transportes, que passou a ser mais voltada para as rodovias, com a aposta em grandes obras de engenharia, como a ponte Rio-Niterói, e alguns investimentos questionáveis, como a Transamazônica, que nunca foi concluída. A Ferrovia do Aço, ele diz, um dos projetos ferroviários que chegou a sair do papel nesse período, começou a ser construída em 1973 com a promessa de ser entregue em mil dias, mas só foi inaugurada em 1992, e com um porte muito mais modesto do que o projeto inicial. Para Ratton Neto, da Coppe/UFRJ, um dos principais obstáculos à realização dos investimentos necessários à malha ferroviária do país naquela época foi a crise do petróleo de 1973 e o período turbulento que se seguiu.“Depois daquele choque na economia mundial, o Brasil, que até então tinha acesso fácil a crédito, passou a ser visto como país de alto risco. A partir daí, teve início uma crise que impediu que os planos nacionais de desenvolvimento pudessem ter sequência. Deixamos de planejar para apagar incêndio praticamente até os anos 90”, diz ele.
Nos anos 1990, em um contexto de baixo crescimento econômico, inflação elevada e alto nível de endividamento público, a RFFSA é liquidada e as ferrovias são novamente concedidas à iniciativa privada, por meio do Plano Nacional de Desestatização (PND). A partir daí, elas passam a funcionar majoritariamente como corredores de transporte de commodities para exportação, diz o professor da Coppe/UFRJ. Hoje, quase metade da malha, 14 mil km, está nas mãos da Rumo Logística, empresa do grupo Cosan. Outros 2 mil km são administrados pela Vale. Cerca de 75% da produção de transporte ferroviário é minério de ferro. “Outros 10% ou 12% são soja”, estima Ratton Neto. Como os contratos de concessão não preveem a realização de investimentos e melhorias, boa parte da malha segue como foi construída no segundo império, com a chamada bitola métrica, ultrapassada, bem mais estreita que a bitola internacional, hoje usada como padrão. O modo atual de exploração das ferrovias, na avaliação do especialista, subaproveita o potencial do país e deixa o Brasil refém das rodovias – consequentemente, mais suscetível a greves de caminhoneiros como a de 2018, que gerou caos e desabastecimento. As estradas de ferro poderiam ser mais utilizadas para transporte de bens industriais, ele exemplifica, de bobinas de ferro e cimento a automóveis, inclusive em trechos curtos, nos moldes das “short lines” dos Estados Unidos.
“Também poderiam ser usadas para transportar contêineres, uma tendência nova e muito rentável”, acrescenta.
Um entrave para o planejamento de novas linhas, contudo, é o apagão de dados sobre a movimentação interna de cargas. O Brasil não sabe, no detalhe, o que é transportado e de onde para onde. Iniciativas como o Plano Nacional de Contagem de Tráfego ainda não geram dados robustos nesse sentido, diz o professor. A outra é o próprio modelo de concessão, em que as concessionárias têm controle tanto sobre as vias quanto sobre os trens. Assim, essas empresas acabam tendo o monopólio do transporte ferroviário e, em última instância, decidem o que trafega ou não pelos trilhos.
“As ligações hoje atendem aos interesses dos próprios concessionários.”
Os nossos projetos anunciados recentemente pelo governo, na avaliação do professor, não chegam a quebrar a lógica das ferrovias como corredor de commodities. Em setembro, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, anunciou a autorização para construção, pela iniciativa privada, de 10 novas ferrovias, com investimentos da ordem de R$ 50 bilhões. Um paralelo, ele chama atenção também para o projeto da Ferrogrão, que deve ligar o Mato Grosso ao Pará em cerca de 933 km com a proposta de facilitar o escoamento de grãos pela região Norte do país. Na tentativa de tirar a ferrovia do papel, o governo sinalizou que disponibilizará para a futura concessionária até R$ 2,2 bilhões em recursos da União. O dinheiro, contudo, viria da outorga que será paga pela Vale para renovar a concessão de duas das ferrovias que administra hoje, a Estrada de Ferro Carajás e a Estrada de Ferro Vitória-Minas.
“Os recursos da outorga que poderiam ser usados para geração de benefícios econômicos e sociais nesse caso acabariam
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PODERES PÚBLICOS PAULISTAS
A ALESP E O PALÁCIO DOS BANDEIRANTES
PODER EXECUTIVO
PODER JUDICIÁRIO
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EXÉRCITO, POLÍCIAS E BOMBEIROS
POLÍCIA CIVIL
DELEGACIAS ESPECIALIZADAS
POLÍCIA MILITAR
Patrulhamento preventivo apelidado de "Romeu e Julieta" no comércio das ruas do centro, década de 1970.
QUARTÉIS DA CAPITAL
Nessa época existia na povoação, sede da capitania, apenas um grupo insignificante de homens armados que constituia a guarda da pessoa do capitão general. Esse pugilo de militares alojava-se na própria residência do Governador. A tropa da linha, quando em trânsito para as fronteiras, aquartelava-se em armazéns, e barracões, improvisados ou em simples ranchos de palha, que ofereciam insuficiente abrigo e eram totalmente desprovidos de qualquer conforto.
Essa enfermaria porém, pela sua exiguidade não comportava senão um número muito reduzido de militares doentes, sendo necessário improvisar outras em casas particulares, que não ofereciam naturalmente nenhum conforto aos enfermos.
No ano seguinte, conseguidos os meios propostos, foi dado início a construção do quartel, cujo ala direita ficou concluída em 1790, sob o governo do então capitão general Bernardo José de Lorena. Somente muitos anos depois, 20 aproximadamente, foi socada a última camada de terra da grossa taipa e colocada a última trave do teto. O vasto edifício ocupava toda a quadra limitada pelas ruas Anita Garibaldi, Teatro, Onze de Agosto e Travessa do Quartel.
Lembrava ele, nesse mesmo relatório, a assembleia, que lhe desse autorização para a venda do velho edifício, para com o produto construir um novo com todas as acomodações necessárias a um quartel moderno.
Os urbanos tiveram o seu primeiro quartel em 1873, na rua das Flores, esquina da rua de Santa Tereza, edificio de sobrado, em cujos altos funcionava a repartição da polícia. Transferiu-se depois para um prédio da rua do Quartel e decorridos dez anos, para um outro na rua do Carmo, próximo ao largo do Palácio, onde permaneceu até sua extinção em 1891.
HERÓIS EM SÃO VICENTE
ZELADOR E RODOVIÁRIO EVACUARAM O PRÉDIO EM POUCOS MINUTOS
Posto rodoviário da Ponte Pênsil no Japui nos anos 1960. Claudio Sterque
BOMBEIROS
ARQUIVO PÚBLICO DE SP
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OSESP-ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO
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A ERA DAS RODOVIAS E O PORTO DAS INDÚSTRIAS
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Trecho da Vida Anchieta na Serra do Mar nos anos 1950.
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A Rodovia Anhanguera liga São Paulo com a região nordeste do estado, passando por importantes cidades industriais e a uma das mais produtivas áreas agrícolas. É uma das mais importantes rodovias do Brasil e uma das mais movimentadas, com o trecho de maior tráfego entre São Paulo e Campinas, o primeiro a ser construído. É duplicada, contendo trechos com faixas adicionais e pistas marginais. Têm um tráfego pesado, especialmente de caminhões. É considerada, juntamente com a Rodovia dos Bandeirantes e Rodovia Washington Luís, o maior corredor financeiro do país, pois interliga algumas das regiões metropolitanas do estado como São Paulo, Jundiaí, Campinas e Ribeirão Preto, assim como o Aglomerado Urbano de Franca e a Região Administrativa Central.[Textos e imagens da Wikipedia]
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PORTO FEDERAL EM SANTOS, GUARUJÁ E CUBATÃO
O modelo que se pretende implantar no Porto de São Sebastião, segundo Zangado, já aconteceu em Vitória, onde está em fase de transição, e querem fazer com o de Santos, de Itajaí, e em todos os portos brasileiros.
Inicialmente, esse modelo, foi implantado na Austrália, por isso é chamado modelo australiano. “Na Austrália ocorreu aumentos tarifários no momento em que passou da iniciativa do poder público para a iniciativa privada. Não há interesse em se fazer nada de cunho social, pra discutir o planejamento estratégico, geopolítico, militar, comercial ou o que seja. Isso desencadeou na Austrália, além de alguns erros de logística, piora no serviço, e um efeito econômico muito negativo pro país chamado inflação portuária”, relata Zangado.
O porto de São Sebastião, apesar de pequeno, é o principal porto importador de barrilha do Brasil, cerca de 40% do produto que entra no país passa por ele. A barrilha é utilizada em vidros, cosméticos e produtos de limpeza. (Tamoios News)